Notícias da Truticultura – Edição 65

Expectativa – O Núcleo Experimental de Salmonicultura do Instituto de Pesca, Campos do Jordão/SP, comercializa no período de junho a agosto, ovos embrionados de truta arco-íris salmonados. O produtor deve optar em adquirir os ovos embrionados 100% fêmeas ou estéreis, indicados, respectivamente, para a produção da truta porção e para a produção de trutas de grande porte. A expectativa para o ano de 2001 é de que a venda de ovos 100% fêmeas já represente 50% da produção da estação.

A Rota da Truta em Santa Catarina – A integração dos truticultores com o setor turístico, através da participação em roteiros regionais, e a divulgação da truta como prato típico, é uma das metas da atual diretoria da ABRAT através do projeto Rota da Truta, que já vem conquistando os município da região serrana catarinense, tendo sido incluído no Programa de Desenvolvimento Turístico Regional – PRODETUR e já fazendo parte de diversos eventos turísticos e de desenvolvimento sócio-econômicos, com o apoio da Associação dos Municípios da Região Serrana de Santa Catarina – AMURES/SC. A Rota da Truta é a denominação de um trecho da Rodovia SC-438, da Serra do Rio do Rastro até Lages, passando pelos municípios produtores de truta: Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Painel e Lages, e tangenciando os municípios de Urupema, Urubiel e Bocaina do Sul. Nestes municípios estão os mais antigos criatórios de truta de Santa Catarina, bem como as estações de salmonicultura de Painel e São Joaquim. A Serra do Rio do Rastro é conhecida por sua beleza e por possuir naturalmente um bom fluxo turístico com excelente estrutura receptiva que, motivada, pode expandir-se ainda mais, e com qualidade. A proposta do projeto é inventariar todo o trecho potencial, localizar e avaliar o que já é oferecido, qualificar recursos humanos e propor melhorias nas instalações existentes, além de planejar investimentos individuais e coletivos para as próximas duas décadas e propor uma programação visual típica, sinalizando os atrativos que existem em relação à truta (culinária, pesca esportiva, criatórios, pousadas, hotéis fazenda, rios, etc.). Quando tudo estiver organizado e com qualidade garantida, a Rota da Truta será oferecida através de folders, guias, outdoors, proporcionalmente a cada etapa alcançada e concluída, com condições a receber os turistas com excelência.

Metas Prioritárias para a Truticultura – No encontro em Teresópolis-RJ – Workshop – Plataforma do Agronegócio da Truticultura, discutiu-se algumas metas para o desenvolvimento da truticultura. Foram três grupos de trabalho discutindo os seguintes temas: Competitividade, Marketing e Mercado; Ordenamento da Truticultura e Geração e Difusão de Tecnologia. Dos trabalhos dos grupos tirou-se as metas com as quais a ABRAT vai trabalhar e centralizar seus esforços. São três as metas prioritárias: 1 – aumento da produção, visando sempre a qualidade do produto; 2 – ampliação do mercado, aliando para isso a gastronomia e o turismo; 3 – legalização do setor, âmbito ambiental e sanitário. A Abrat entende que, com estas três metas sendo trabalhadas e alcançadas, a truticultura se tornará muito mais competitiva diante do mercado de pescado nacional e internacional.

Formulário – A Abrat está fazendo o levantamento da truticultura brasileira. Esta atitude fundamental para determinar os rumos da Associação, e por conseguinte, do desenvolvimento da atividade, precisa contar com o apoio dos produtores, que devem participar do levantamento respondendo o formulário que pode ser encontrado no site www.aquicultura.br/abrat. O truticultor deve responder e remeter através do e-mail [email protected]. O questionário pretende adquirir informações básicas, tais como nome da truticultura; ano de implantação; quem é o proprietário; o local onde se encontra; número de tanques, etc.

A Aflatoxina e as Lesões Hepáticas – Em trutas, a causa mais comum para a ocorrência de neoplasias, mais precisamente as neoplasias hepáticas, é a intoxicação crônica por aflatoxina proveniente da contaminação da ração por Aspergilus flavus. A aflatoxicose tem causado drásticos prejuízos para a produção animal no mundo todo. Atualmente estima-se que cerca de 25% dos grãos destinados ao consumo animal estejam contaminados por aflatoxina. A truta tem sido eleita como modelo para a carcinogênese hepática devido a alta sensibilidade que apresenta a numerosos agentes carcinogênicos, além de outras características como: alta fecundidade; boa adaptação às condições experimentais; suas necessidades nutricionais são bem conhecidas e as dietas podem ser controladas; apresenta sistemas bioquímicos do metabolismo de xenobióticos semelhantes aos de mamíferos, possibilitando estudos comparativos; etc..Em trabalhos anteriores realizados no Núcleo Experimental de Salmonicultura, em Campos do Jordão, foram observadas diferenças na freqüência e no desenvolvimento de tumores hepáticos entre trutas diplóides e triplóides, mantidas sob as mesmas condições de cultivo. Estas observações motivaram a execução de um experimento com o objetivo de comparar o comportamento de trutas diplóides e triplóides, quanto ao crescimento e à evolução de lesões hepáticas, diante do consumo de ração contaminada com a aflatoxina b1 (80 ppb). Os resultados indicaram claramente que os animais triplóides apresentaram maior resistência aos efeitos tóxicos da aflatoxina presente na dieta, tanto no crescimento quanto na incidência e na progressão das lesões neoplásicas. Apesar do comportamento das trutas triplóides frente à ação carcinogênica da aflatoxina b1, bem como de outros carcinógenos não ter sido ainda esclarecida, estes resultados representam um incentivo à adoção da técnica de triploidização na produção de trutas de grande porte. Este trabalho foi realizado no Instituto de Pesca – APTA – SAA – SP, em Campos do Jordão, em parceria com o Instituto de Biociências da Unicamp, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP e Instituto Adolfo Lutz – SP, com apoio financeiro da Fapesp. Maiores informações com a dra. Sarah Arana pelo e-mail: [email protected].

Agenda – A Abrat programou para o dia 7 de agosto próximo no município de Painel, Santa Catarina, um seminário sobre a Rota da Truta denominado “Truta: Cooperação e Turismo”. Para novembro, entre os dias 23 e 25 está agendado o 15 o ENA – Encontro Nacional da Abrat, que será realizado em Campos do Jordão e cujo tema será “O Agronegócio da Truticultura”.

Importação Brasileiras de Salmonídeos – Ao contrário dos países onde a truta é tradicionalmente cultivada, o Chile apresentou nesta última década um crescimento espetacular, não só com relação à truta mas também com diversos produtos provenientes da aqüicultura, principalmente salmões. Este desenvolvimento acelerado apresentado pelo Chile, o coloca como 2o maior produtor de salmonídeos do mundo, abaixo apenas da Noruega e o primeiro no mundo na produção de trutas, com 77.110 toneladas em 1997 (FAO/1999). No ano de 2000 o Brasil importou 2,8% do total de salmonídeos exportados pelo Chile (Salmão do Atlântico, Salmão coho e trutas), equivalentes a 6.780 toneladas, no valor de US$ 24.538.189,00. Deste total 205 toneladas corresponderam à truta arco-íris.

Atenção Truticultores -Esse espaço é destinado às informações de interesse dos truticultores. Aqueles que desejarem divulgar alguma notícia relacionada ao cultivo de trutas e salmões, deverão entrar em contato com a ABRAT- Associação Brasileira de Truticultores, na Rua João José Godinho, 420 – sala 1, Bairro Guadalupe, Lages – SC – CEP 88506-080, Fone (49) 222-6285, Fax (49) 222-2921. Os que desejarem divulgar sua truticultura ou mesmo comercializar ovos embrionados e alevinos de truta, nesta página, devem entrar em contato diretamente com a redação da Revista Panorama da AQUICULTURA pelo telefone (21) 2553-1107 ou pelo e-mail: [email protected]