Projeto Fotobio – Outra conquista importante para os truticultores foi o Projeto Fotobio, uma parceria firmada entre a iniciativa privada, a Abrat e o CNPq que possibilita um estudo cujo objetivo é conseguir uma maior freqüência anual da produção de alevinos. Este estudo está sendo desenvolvido pelo pesquisador João Luiz Sauer. Com o objetivo de ampliar as regiões propícias ao cultivo e diminuir as perdas em nosso país, está prevista também a adaptação de pesquisas italianas e japonesas que visam o desenvolvimento de uma nova variedade de truta mais resistente ao calor. A sensibilidade da truta arco-íris Oncorhynchus mykiss ao calor é um problema no cultivo deste peixe em países de clima quente como o Brasil. A espécie arco-íris, exclusivamente de água fria, requer de 12 a 140 C para a reprodução e incubação dos ovos. Originária da América do Norte, sua criação já se expandiu por diversas regiões do mundo. No Brasil, a truta arco-íris chegou em 1949 na Serra da Bocaina, através de ovos importados da Dinamarca.
15 anos da Abrat – A Associação Brasileira de Truticultores comemorou seus 15 anos de existência durante o XV ENA – Encontro Nacional da Abrat, ocorrido em novembro em Campos do Jordão – SP. A festa dos truticultores reuniu convidados e produtores vindos de todo o Brasil, que foram brindados pela diretoria da Associação com histórias de conquistas da entidade, em especial a inclusão da truta nas prioridades do governo para o desenvolvimento da aqüicultura nacional. A Plataforma Tecnológica do Agronegócio da Truticultura estabelece prioridades, ações e parcerias para os próximos cinco anos. Segundo a Abrat, o maior desafio da atividade atualmente é manter a unidade do setor. A associação luta para conquistar novos sócios que participem do esforço de promover o cooperativismo local ou regional integrado às comunidades, aos comitês de microbacias e ao turismo. O principal papel da associação é de ser interlocutor dos produtores de truta junto aos demais parceiros do setor, sejam eles representantes do governo ou da iniciativa privada, para a promoção de políticas públicas. Durante o XV ENA a presidente da Abrat, Teresinha Fornari Carneiro, foi novamente eleita para o cargo, bem como Afonso Celso Vívolo para seu vice. À frente da secretaria está o truticultor Wilson London.
Valores Nutricionais – A legislação brasileira determina que todos os alimentos comercializados tenham seus valores nutricionais assinalados nos rótulos das embalagens dos produtos. Para facilitar a vida dos truticultores brasileiros a Abrat está divulgando os resultados realizados pela pesquisadora Neuza Takahashi, do Instituto de Pesca, como um referencial destes valores. No futuro, cada truticultor deverá informar no rótulo do seu produto os seus próprios valores.
Fundo de Marketing – A Abrat está propondo para a Anfal – Associação Nacional dos Fabricantes de Alimento Animal uma parceria entre ambas que visa, entre outras coisas, a criação de um comitê que terá como função básica a concessão de Selos de Qualidade que avalizarão produtores e processadores de truta. A proposta da Abrat é que o comitê seja financiado por um fundo criado com uma porcentagem da venda de rações para truticultura. Com o dinheiro arrecadado através das fábricas de ração será possível o financiamento de campanhas de publicidade e marketing do produto, bem como a análise das rações e pesquisas de desenvolvimento. Dois tipos de Selo de Qualidade serão concebidos pelos códigos de procedimento elaborados pelo comitê: 1- Selo de Qualidade Produtor: será gerado pelo código de procedimento de produção, que vai analisar todo o procedimento de produção. Esta avaliação inclui desde o bem estar do peixe (este item deve ser implementado com um prazo de carência maior, tendo em vista que ainda não está bem delineado), até o gerenciamento adequado da produção, onde será observado o emprego das técnicas que influenciam na qualidade final do peixe. 2- Selo de Qualidade Processamento: gerado pelo código de procedimento de processamento. Incluirá os métodos de abate do peixe, onde serão observados desde o bem estar do animal, até as formas de processamento utilizadas, congelamento e armazenamento do produto. Uma beneficiadora que conquiste o Selo de Qualidade de Processamento só poderá adquirir peixes de um produtor que possua o Selo de Qualidade Produtor. Os ganhadores dos selos de qualidade serão avaliados no mínimo duas vezes por ano, e aqueles que não estiverem mais cumprindo as normas estabelecidas pelo código estarão sujeitos a cassação do selo recebido. A Abrat está aguardando uma decisão favorável da Anfal e acredita que o selo de qualidade vai marcar um diferencial e promover positivamente o produto da truticultura brasileira.
Cobrança da água – A partir de junho de 2002, as 180 cidades e as sete mil indústrias localizadas ao longo do 1,1 mil quilômetros do rio Paraíba do Sul, que corta os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, vão pagar pelo uso de suas águas. Os valores e critérios foram aprovados durante reunião do CEIVAP – Comitê para a Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, em Resende – RJ. O metro cúbico retirado do rio custará R$ 0,008 e, se a água for consumida e devolvida ao rio sem tratamento, o preço subirá para R$ 0,02. Segundo os cálculos de Ricardo Tsukamoto, da empresa Bioconsult, um truticultor que utilize 200 litros/seg = 0,2 m3/seg, pagaria uma conta de R$ 4.147,00/mês se o CEIVAP entender que ele polui a água e isso fatalmente inviabilizaria muitas criações. “A matemática está certa, mas não se aplica ainda ao setor de aqüicultura”, quem afirma é o biólogo Paulo Roberto Carneiro, consultor da Unesco na área de recursos hídricos. Segundo o especialista, a metodologia de cobrança aprovada será aplicada apenas para os setores industrial e de saneamento. Em breve serão definidas e amplamente discutidas as novas metodologias de cobrança para os outros setores usuários, incluindo a aqüicultura, a agricultura, o setor elétrico, etc. e, serão levadas em consideração as especificidades econômicas e tecnológicas desses setores, de forma a não inviabilizar as atividades econômicas. Paulo Carneiro esclarece ainda que, no caso das indústrias, o impacto da cobrança no custo final de produção não deverá ultrapassar 0,15% e, seguindo o mesmo princípio, tudo indica que se buscará uma solução que não impacte significativamente os setores a serem incluídos no sistema, incluindo aí a truticultura.
ABRAT – Esse espaço é destinado às informações de interesse dos truticultores. Aqueles que desejarem divulgar alguma notícia relacionada ao cultivo de trutas e salmões deverão entrar em contato com a ABRAT- Associação Brasileira de Truticultores pelo telefone: (49) 222-6285 e fax (49) 222-2921. Ou ainda com o secretário da associação Wilson London pelo telefone: (24) 9212-9199.