NOTÍCIAS E NEGÓCIOS – Edição 75

EMBRAPA – Tomou posse no dia 23 de janeiro o novo presidente da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Entusiasmado por ter a oportunidade de participar da administração pública no governo Lula, Clayton Camponhola, anunciou que nos próximos quatro anos, além de gerar tecnologias para o setor produtivo, a Embrapa vai contribuir para que as restrições sócio-econômicas existentes no meio rural sejam amenizadas ou até mesmo eliminadas. A grande torcida do setor aqüícola é para que a Embrapa lidere as pesquisas aqüícolas no País. Para isso, basta apenas que a nova diretoria coloque em marcha as propostas do Grupo de Trabalho de Aqüicultura, criado há dois anos pela então Diretoria Executiva da própria Embrapa, cujo relatório final já forneceu à empresa uma visão abrangente dos problemas para a pesquisa na atividade.

PIRARUCU – Sob a coordenação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 49 famílias de pescadores amazonenses da região de Jarauá, resolveram incrementar sua renda mensal ao mesmo tempo em que preservam o meio ambiente, aumentando os estoques de pirarucu. Até bem pouco tempo, a espécie, que representa cerca de 40% do total de pescado capturado para o consumo e para a venda, estava sendo explorada acima de sua capacidade de reposição. Os 358 peixes contabilizados em 1999, passaram a 994 em 2000 e, a 1.441 em 2001. O grande salto no número de pirarucus, porém, se deu no ano passado, quando o estoque passou a 4.120 peixes, surpreendendo toda a comunidade. A experiência deverá se estender a outras regiões vizinhas.

PROJEÇÕES – Um estudo recém publicado pelo Instituto Internacional de Pesquisas de Políticas de Alimentos (na sigla em inglês IFPRI), intitulado “Peixe como alimento: projeções para 2020 sob diferentes cenários”revela que os peixes se constituem na fonte de alimento que mais cresce nos países em desenvolvimento. Segundo o estudo, o consumo de peixes terá um impacto significativo na segurança alimentar, na nutrição, na dieta e nos lucros dos países em desenvolvimento nas próximas duas décadas. O estudo incorpora o peixe no IMPACT, um modelo de demanda e abastecimento de alimentos envolvendo 32 commodities em 36 regiões do planeta. Considerando um cenário incerto para as capturas, o estudo projeta um aumento anual de 1,5% na produção de pescados até 2020, com a aqüicultura participando com 2/3 desse total. A maior parte do crescimento será proveniente de países em desenvolvimento que serão responsáveis por 79% da produção mundial de pescado. A participação da China no abastecimento mundial será crescente, ao contrário do Japão, EUA e antiga União Soviética, que continuarão compradores. As projeções para o consumo per capta global de pescados apontam para 17.1 kg, superior aos 15,7 kg per capita detectado pela FAO em 1998. Em 2020 os preços reais do pescados estarão de 4 a 16% maiores, enquanto o preço da carne vermelha cairá 3%. Os preços do óleo e da farinha de pescado subirão 18%, acompanhados de um aumento no consumo decorrente do cultivo de espécies carnívoras. O estudo mostra ainda que em 2020 a demanda doméstica por pescados vai reduzir as exportações por parte dos países em desenvolvimento.

FUNDO – A ideia de ter um fundo que possa ser utilizado para promover o peixe cultivado está tomando corpo em São Paulo. No início de fevereiro, reuniram-se na sede da ABRACOA, nomes ligados a piscicultura paulista para conhecerem de perto os caminhos que levaram à formação de outro fundo, o Fundepec – Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo, que muito contribuiu para consolidar a sanidade do rebanho paulista através de campanhas exitosas como a que acabou com a febre aftosa no Estado. Augusto Landim, zootecnista e especialista em marketing da instituição, mostrou como foi iniciada a arrecadação, de forma espontânea, onde cada cabeça de gado abatida contribuía com um pequeno valor para o Fundepec. Posteriormente a arrecadação ganhou o amparo da legislação, passando a ser obrigatória. O Fundepec foi criado sob inspiração do Fundecitrus, outro fundo de grande importância na promoção da citricultura. Essa mecânica de atuação está servindo de fonte inspiradora para a criação de um fundo que receberá contribuições dos próprios piscicultores no momento em que adquirirem suas rações. O grupo discutiu ainda a possibilidade do fundo da piscicultura iniciar sua atuação pelo Estado de São Paulo e, posteriormente, ser levado para os outros estados.

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MULHERES – As mulheres espanholas representam 42% dos trabalhadores do setor pesqueiro deste país, que é um dos maiores produtores da Europa. As pescadoras representam 1% do total enquanto que as aqüicultoras 44%. No beneficiamento de pescados trabalham 75% delas, na gestão e administração, 37%. Na Andaluzia e na Galícia, as maiores regiões de pesca espanhola, as mulheres representam 75% dos empregados no beneficiamento e 1,77% estão diretamente na pesca. Na União Européia, como um todo, as mulheres representam 22% do emprego gerado pelo setor

PESQUISANDO JUNDIÁ – O Setor de Piscicultura da UPF – Universidade de Passo Fundo, da cidade gaúcha do mesmo nome, recebeu R$ 498 mil reais do Prodetab – Embrapa como suporte para pesquisas com o jundiá Rhamdia quelen. O Prodetab é um projeto negociado entre o Governo brasileiro e o Banco Mundial, com administração da Embrapa, para aplicação em pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia agropecuária, florestal e agroindustrial. O Setor de Piscicultura da UPF vem se destacando na pesquisa com o jundiá, sendo reconhecido pela sua contribuição na produção de conhecimentos relacionados ao cultivo desse peixe. Segundo Leonardo Barcellos, professor da UPF e coordenador geral do projeto, o que se espera é que com os conhecimentos que serão gerados nos próximos dois anos, tempo de duração do projeto, seja possível responder a maior parte das questões relativas ao manejo de engorda comercial do jundiá. São informações relativas às densidades adequadas de estocagem, manejo nutricional e alimentar, entre outras. Os recursos também servirão para sustentar vários experimentos, entre eles os que estabelecerão os parâmetros hematológicos e bioquímicos do jundiá e as alterações provocadas por contaminantes químicos, para que o jundiá se torne um excelente bioindicador da poluição hídrica causada pela atividade suinícola. Muito em breve, através dos resultados dessas pesquisas, será possível conhecer vários aspectos do metabolismo do peixe, importantes subsídios para otimizar suas qualidades zootécnicas.

ABRAT – A assembléia da ABRAT – Associação Brasileira de Truticultores realizada em outubro último durante o ENA – Encontro Nacional dos Truticultores, elegeu sua nova diretoria. Após alguns trâmites burocráticos a sede da Associação também foi transferida para o Parque da Água Branca, na capital paulista. A Diretoria Executiva da ABRAT está, agora, assim composta: Presidente, Hamilton de Paula Silveira; Vice-Presidente, Terezinha Fornari Carneiro; 1º Secretário, Wilson London e 1º Tesoureiro: Eleandra Plosch;. Para as Diretorias Regionais foram designados Afonso Celso Vivolo (Sapucaí-Mirim/MG); Eleandra Plosh (Pindamonhangaba/SP); Gisele Carvalho de Castro (Resende/RJ) e, Terezinha Fornari Carneiro (Lages/SC). Como diretor do Conselho Deliberativo Técnico foi eleito João Luis Sauer Dias (Delfim Moreira/MG) e para a direção do Departamento Técnico foi escolhido Marcos Guilherme Rigolino (APTA – Campos do Jordão/SP).

DNOCS – Em solenidade presidida pelo ministro Ciro Gomes, tomou posse no dia 27 de janeiro, em Fortaleza, o diretor-geral do Dnocs – Departamento Nacional de Obras contra a Seca, Eudoro Santana, que recebeu a missão de ressuscitar o departamento. Além do combate à desertificação, o órgão terá como funções o gerenciamento e desenvolvimento dos recursos hídricos da região semi-árida; o desenvolvimento hidroagrícola; a regeneração dos ecossistemas e, o desenvolvimento da pesca e da aqüicultura. Para quem não sabe, é enorme e valiosíssima a contribuição do Dnocs para a piscicultura nacional. Nas décadas passadas partiram dos laboratórios da instituição grande parte dos manejos ainda hoje utilizados pelos piscicultores.

CONGRESSO VIRTUAL – Já estão abertas as inscrições para enviar trabalhos técnico-científicos e participar do CIVA 2003 – II Congreso Iberoamericano Virtual de Acuicultura que se realizará no período de 1 setembro a 30 novembro, através da Internet e em língua espanhola. O evento é organizado pela Fundación CENAIM-ESPOL (Ecuador), Univ. de Chile, Fac. de Ciencias Veterinarias (Chile), Univ. Nacional Mayor de San Marcos (Perú), Universitat Politècnica de Valencia (España), Univ. de Zaragoza (España), Revista AquaTIC (España) e a Sociedad Cubana de Acuicultura (Cuba). Para informações virtuais, basta acessar o site www.civa2003.org

ENXAQUECAS – Um estudo realizado pelo Centro de Genética, Nutrição e Saúde de Washington-EUA indicou as propriedades antiinflamatórias dos ácidos graxos e sua utilidade na abordagem terapêutica da enxaqueca. A justificativa está no efeito que os ácidos graxos ou óleos, produzem no organismo, diminuindo a tendência das plaquetas do sangue a ficarem aderentes. Nos portadores de enxaqueca, essas plaquetas são aderentes além da conta, predispondo a uma tendência do sangue a coagular mais do que o normal, aumentando o risco de obstrução de vasos sangüíneos. Outro fator preventivo das enxaquecas é que o consumo de peixe ajuda a regular a transmissão de sinais das células cerebrais entre si.

EUROPA – A conferência européia de aqüicultura deste ano, Aquaculture Europe 2003, acontecerá em Trondheim na Noruega de 8 a 12 de agosto, e se dedicará a temas relacionados ao futuro da atividade. Segundo os organizadores, a indústria aqüícola atual está baseada no princípio “uma espécie, um local” e isso tem proporcionado uma base para consideráveis crescimentos. Entretanto, os consumidores de alguns países não estão bem informados sobre os esforços que os produtores têm empenhado para controlar totalmente a qualidade do seu produto final e limitar os impactos ambientais. Assim, o tema do evento deste ano será “Além da monocultura” que irá focar as pesquisas e aplicações industriais da várias formas de aqüicultura integrada, ou de multiespécies, em ambientes marinhos e de água doce. Mais detalhes sobre o evento podjem ser obtidos através da página www.easonline.org ou e-mail: [email protected]

BUROCRACIA – Piscicultores cearenses esperam que a Secretaria de Aqüicultura e Pesca tome alguma atitude com relação a dificuldade que esbarram para registrar seus cultivos. Indignados perante a exagerada burocracia que existe quando se quer iniciar um cultivo aquícola no Ceará, os produtores reclamam que para criar peixe ou camarão no Estado precisam conseguir licenças, certificados, memoriais descritivos, certidões e cadastros, para que sejam apresentados a vários órgãos públicos. Já teve até piscicultor que gastou dois anos e R$ 7.000,00 para legalizar uma piscicultura em uma represa particular, e ainda teve que brigar com um fiscal do Ibama que não queria lhe dar autorização alegando que a tilápia é uma espécie exótica, ou seja, importada da África e não natural do Brasil!!! O problema, além da burocracia, é a intransigência e desconhecimento. Se assim for, a tendência é que muitos produtores passem para a ilegalidade, seja executando seus projetos sem registro, ou “estimulando” algum funcionário público para que as coisas se apressem.

ENTRA E SAI – As mudanças nos cargos de confiança do governo para acomodação de profissionais sob a indicação do novo Presidente da República, já chegaram a SEAP – Secretaria Especial de Aqüiculturae Pesca. Alexandre Caixeta Spinola, desde o dia 18 de fevereiro último, não mais ocupa o cargo de Coordenador-Geral de Aqüicultura. No seu lugar responde interinamente Carlos Eduardo Martins de Proença.

APAREÇA E CRESÇA – Reserve já o seu espaço de publicidade na próxima edição da Panorama da Aqüicultura que vai circular também durante o WAS’03, o principal evento da aqüicultura mundial. Apareça e cresça. Quem anuncia na Panorama da Aqüicultura, vende. Solicite tabela de preços pelo e-mail [email protected] ou ligue 21-2552-2223.

CURSO TÉCNICO – O Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, CEFET/BA, através da sua Unidade Descentralizada de Ensino de Valença, distante 100 km de Salvador, oferece anualmente o curso Técnico em Aqüicultura, para candidatos que já tenham concluído o curso médio ou estejam cursando o 3º ano do mesmo. Esse curso é constituído de 3 módulos seqüenciais de Piscicultura, Carcinicultura e Gestão. A carga horária é de 1000 horas acadêmicas, mais 360 horas de estágio supervisionado. Educação Ambiental, Limnologia; Oceanografia; Malacocultura; Instalações para Aqüicultura e Projetos de Aqüicultura, estão entre as várias disciplinas ministradas no curso. Mais informações pelo fone: (75) 641-3051 ou pelo e-mail: valenç[email protected]

ARACANGUÁ – A Piscicultura Aracanguá, que comercializa alevinos e juvenis de tilápias tailandesa e vermelha em Santo Antônio do Aracanguá e em Araçatuba-SP, está agora atendendo também em Divinópolis-MG, pelo telefone (37) 3221-0335 ou pelo e-mail: [email protected]

CHUTASSO – De uma hora para outra alguns sites de notícias nacionais e internacionais passaram a repercutir a informação de que a produção aqüícola brasileira no ano passado foi de 260 mil toneladas de pescados, mais precisamente 26,4% da produção de pescados no país, que foi de 985 mil toneladas. Informavam ainda que as projeções de crescimento para a aqüicultura brasileira para este ano são de 23%, devendo o País fechar o ano com 320 mil toneladas. Ou essa turma tem bola de cristal ou entrevistaram “autoridades” que não se avexaram em usar um chutômetro para fabricar os dados. Em tempo: com pouquíssimas exceções (carcinicultura, por exemplo), é impossível saber quanto se produz no Brasil através da aqüicultura. Ainda padecemos da falta de estatísticas, uma moléstia crônica que necessita ser combatida. Portanto, todo dado publicado nesse sentido, acreditem, não passa de um belo chute.

CRESCIMENTO RECORDE – A aqüicultura em 2001, foi responsável por 29% da produção mundial de pescados, segundo dados do “State of World Fisheries and Aquaculture 2002” um relatório da FAO apresentado na 25o Sessão do Comitê de Pescados da entidade, reunido em 25 de fevereiro último em Roma. A produção aqüícola mundial em 2001, incluindo plantas aquáticas, foi de 48,2 milhões de toneladas, avaliada em 60,9 bilhões de dólares. A China permaneceu na liderança sendo responsável por 71% desse total em peso, e 49,8% do total em valor. No mundo todo a aqüicultura cresceu a taxas de 9,2% ao ano, desde 1970. Segundo o relatório, as capturas de pescados cresceram no mesmo período 1,4% e os sistemas terrestres produtores de carne cresceram a taxas de 2,8% ao ano.