Notícias & Negócios – edição 124

DEPURADORA DE MOLUSCOS – Foi inaugurada no dia 2 de maio a depuradora de moluscos da Associação de Ostreicultoras de Barra de Coruripe – AOBARCO, na comunidade de Barreiras, Coruripe – AL. O prédio e os equipamentos de depuradora foram cedidos pela Agência Espanhola para Cooperação Internacional para o Desenvolvimento – AECID através de uma parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário de Alagoas – SEAGRO e a Prefeitura Municipal de Coruripe. O projeto foi executado pela Agência Ambiental Brasil Sustentável – IABS, e o sistema de depuração foi desenhado e implantado pela empresa Marine Equipment, de Santa Catarina. A AOBARCO foi ainda apoiada com a compra de um carro utilitário, um barco de fibra de vidro, dois freezers, mesas de aço inox, caixas isotérmicas e 250 mesas com tela para o cultivo de ostras. A depuradora, que possui capacidade para depurar 600 dúzias por cada ciclo de 48 horas, já possui inspeção estadual (SIE) e breve irá pleitear a inspeção federal (SIF). Mas as instalações não atenderão somente a AOBARCO, que conta hoje com 12 associados e seus familiares que juntos têm uma capacidade de produção de 25 mil dúzias/ano. Outras quatro associações locais de produtores de ostras nativas, que juntas produzem outras 41 mil dúzias/ano, também utilizarão a depuradora.

TÉCNICO EM AQUICULTURA – O Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), através do Campus Itajaí, oferece o Curso Técnico em Aquicultura, na modalidade Concomitante. O curso, que é gratuito, tem duração de três semestres e será oferecido no período noturno, terá início no segundo semestre de 2011, e acontecerá na sede provisória do Campus, no centro de Itajaí. Segundo a professora Renata C. Acauan, o objetivo é formar técnicos habilitados para atuar como autônomos ou em empresas, na iniciativa privada ou pública, com competências e habilidades para prestar serviços nas áreas de planejamento e gestão da produção de pescados de forma crítica, criativa, cooperativa e com consciência de seu papel social. Além disso, poderá atuar como auxiliar nas áreas de engenharia de aquicultura, biologia marinha, oceanografia entre outras. Para participar o candidato deve estar cursando a partir do 2º Ano do ensino médio, ou ter o ensino médio completo. As inscrições acontecem de 20/04 a 06/06, através do site www.ingresso.ifsc.edu.br, e o exame de classificação será no dia 03/07. Mais informações no site www.ingresso.ifsc.edu.br, e pelo telefone (47) 3248-1088.

COSTA-PIERCE – O Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca, em parceria com o Instituto de Estudos Avançados do Mar (IEAMar) e a Pró-reitoria de Pesquisa (PROPe) da UNESP (Universidade Estadual Paulista) de São Vicente, promove, sob o patrocínio da Elsevier, a palestra “Como publicar artigos em periódicos internacionais”, ministrada por Barry A. Costa-Pierce, editor da “Aquaculture Production Science” da revista “Aquaculture”. O evento será no dia 27 de maio, às 14h30, no Espaço Tattersal, Parque da Água Branca (metrô Barra Funda). As vagas são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected]

EQUIPAMENTOS PARA PROCESSAMENTO – A KME Comércio e Engenharia, acaba de lançar três novos equipamentos de alta tecnologia voltados para os aquicultores e para as indústrias beneficiadoras que se dedicam à produção de polpa de peixe. A empresa amazonense, que já comercializa para todo o país as separadoras de espinhas, refinadoras e evisceradoras de grande porte, acaba de lançar o modelo de separadora KM1500, de porte médio, com capacidade para processar de até 250 quilos de pescado por hora. Além desse novo equipamento, a KME também lançou a evisceradora modelo KP180 que, graças ao seu design, pode ser manipulada simultaneamente por três operadores de forma autônoma. O terceiro lançamento faz parte da linha de lavagem, uma versão moderna com quatro escovas que permitem uma limpeza mais eficiente e com mais rapidez. Mais informações sobre os produtos podem ser obtidas com João Carlos Alves pelos telefones (92 3361-3617 e 92 9159-3515, e-mail: [email protected]

CRÉDITO PARA TRUTICULTORES – O Secretário Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, anunciou que vai conceder licenças ambientais a produtores de truta da Região Serrana do Rio de Janeiro para agilizar a concessão de crédito para os aquicultores atingidos pelo temporal de janeiro passado. “Trata-se de uma alternativa para que os produtores possam reconstruir suas truticulturas” destacou Minc. A ministra Ideli aprovou a iniciativa da Secretaria de Estado do Ambiente que permitirá agilizar a concessão de financiamentos a esses produtores. “A tragédia que se abateu na Região Serrana acabou criando uma oportunidade que é histórica: a concessão de licenças ambientais para a triticultura da Serra Fluminense” afirmou a ministra.

FLUTUANTES PARA A PISCICULTURA – A empresa gaúcha NTC Moldes e Plásticos, que tem em seu histórico mais de duas décadas de experiência em engenharia de material plástico, oferece ao setor aquícola o PierPlas (www.pierplas.com.br), um pier plástico flutuante com uma grande flexibilidade, ecologicamente correto, reciclável, resistente a impacto a perfurações, e que não sofre corrosão. Segundo a empresa, o PierPlas é um produto que pode ser definido com um “lego de adulto”, pois é possível adquirir a plataforma com um determinado formato e, se preciso for, fazer as alterações desejadas bastando apenas realocar os blocos, já que o encaixe perfeito foi concebido para esta finalidade. Ainda segundo a empresa, o compromisso com a sustentabilidade ambiental, associado a um design arrojado e inovador fazem com que o produto valorize o local onde é instalado. Com ele é possível fazer diversos layouts como pontes, barreiras de contenção, plataformas de apoio, entre outras finalidades. Leve, pode ser transportado para outros locais, podendo ser facilmente retirado da água. Sua superfície é antiderrapante e não aquece quando exposto ao sol, pois leva em sua composição o ativo Anti UV, que faz com que o produto não sofra influência do calor externo, o que torna o PierPlas muito seguro e confiável. Além de todos estes benefícios, a empresa informa que a vida útil é de até 10 anos e a garantia por defeitos de fabricação é de cinco anos.

CAMPANHA AQUABIO – Ainda que tenha reunido mais de 1.000 participantes no último AQUACIÊNCIA realizado em Recife em 2010, a Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (AQUABIO) conta hoje com cerca de 150 sócios. A entidade está em plena campanha de afiliação, e para isso terá um estande próprio no WAS/FENACAM 2011, em Natal. A AQUABIO tem a missão de promover o avanço e o desenvolvimento educacional, científico e tecnológico da aquicultura, biologia aquática e de ciências correlatas; fomentar a disseminação de informações científicas e representar os interesses dos profissionais das respectivas áreas do conhecimento, junto a órgãos e entidades da administração pública ou privada, nacionais ou internacionais. A afiliação dá direito também a descontos no evento bianual da sociedade – o AQUACIÊNCIA, no Congresso de Espécies Nativas, nos eventos da WAS (como o que será realizado em junho em Natal), SBZ, bem como na aquisição de diversas publicações. Ainda para 2011, está prevista uma importante reformulação no site e o lançamento de um boletim informativo. Débora Fracalossi, professora da UFSC e atual presidente da AQUABIO lembra ainda que o AQUACIÊNCIA 2012 será de 1 a 5 de julho em Palmas, Tocantins.

REDES SOB MEDIDA – A Têxtil Sauter, de São Paulo, com 24 anos de atuação no mercado, começou sua atividade no setor têxtil fabricando tecidos para cortinas, mas se voltou para o setor pesqueiro empurrada pela concorrência, conforme conta o presidente da empresa Gerardo Sauter. Há mais de 10 anos a empresa atende a pesca profissional e amadora, além dos diversos setores da aquicultura. “A Têxtil Sauter está preparada para atender as necessidades dos seus clientes. Nossa empresa fabrica panos de rede em nylon com alta tenacidade com multifilamentos com e sem nó e diversos produtos sob encomenda voltados para a piscicultura”, diz Geradro, acrescentando que foi exatamente pensando em oferecer um produto diferenciado que importou uma máquina de última geração, fabricada na Alemanha, para diversificar o parque industrial. E para atender ainda melhor aos seus clientes, facilitando a compra de suas necessidades, a Sauter está trabalhando com o cartão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com ele, os clientes podem adquirir qualquer produto, não importando a quantidade, e pagar em até 48 vezes. Como a empresa pode subsidiar a taxa de juros, dependendo da negociação, o índice é variável e, em alguns casos, sem juros. Todos os investimentos que estão sendo feitos pela Sauter são para oferecer um produto de qualidade e par atender as necessidades do mercado de pesca e da aquicultura, concluiu Gerardo.

RAÇÃO PODE CRESCER – A demanda por rações para engorda de peixes e camarões em cativeiro tem disparado no Brasil. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) o crescimento da indústria entre 2008 e 2009 foi na ordem de 17%. O total produzido passou de 324 mil toneladas para 380 mil toneladas por ano do produto. Para 2010, o segmento projeta aumento de 10,3%, e está apostando na desoneração tributária da ração para aquicultura como forma de impulsionar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva aquícola brasileira. A estimativa do Sindirações é produzir, em 2011, 489 mil toneladas de rações para peixes e camarões, um crescimento de 14%. A ministra Ideli deve levar a proposta de desoneração tributária à presidenta Dilma Rousseff. “Entendemos que, a exemplo das demais carnes, isso poderá alavancar a produção da aquicultura, setor que é forte, mas que só agora ganha o devido respeito e espaço na discussão das políticas públicas”, disse a ministra.

AQUABEL AUMENTA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO – A Piscicultura Aquabel Ltda. (www.aquabel.com.br), desde 1994 atuando na aquicultura brasileira, fez neste último ano pesados investimentos em equipamentos, tecnologia, veículos e genética. Com essa nova estrutura a empresa tem hoje uma capacidade real de produção mensal de 10 milhões de alevinos de tilápia mês. “Com unidades próprias nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, a logística de entrega e os fatores climáticos ficaram muito mais fáceis de administrar”, garante Ricardo Neukirchner, sócio-diretor da Aquabel, acrescentando que dessa forma, é possível oferecer aos clientes fidelizados uma tranquilidade na garantia de entrega, mesmo nos meses de inverno. Atualmente a Aquabel está avaliando uma nova genética que já apresentou resultados muito satisfatórios nos primeiros resultados de pesquisa científica desenvolvida junto a universidades parceiras. Além disso, Ricardo espera trazer, ainda este ano, uma nova geração de reprodutores da Tilápia Supreme, que deve produzir peixes com indíces zootécnicos muito superiores aos obtidos hoje com as tilápias utilizadas no Brasil. “Atualmente a geração de Tilápia Supreme reproduzida é a 13ª. A nova geração que será importada pela Aquabel será a 20ª, portanto, no mínimo sete gerações superior, melhoradas pelo DNA do peixe. “Seguramente a nova genética vai fornecer peixes mais homogêneos, com maior rendimento de filé e menor consumo de ração” diz entusiasmado Ricardo Neukirchner. A Aquabel está trabalhando também novas parcerias com grandes grupos de engorda e/ou frigorificos de tilápia espalhados pelo Brasil, viabilizando a possibilidade de construir laboratórios de produção diretamente nos locais de engorda, garantindo a esses grupos um fornecimento contínuo de alevinos de altíssima qualidade genética. Com a nossa parceria os investidores irão se preocupar apenas com a engorda e o frigorífico, conclui Ricardo.

CENTRO DE PESQUISA – Através da Bahia Pesca, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – Seagri, está construindo um centro de pesquisa que permitirá ao produtor agregar valor ao pescado produzido por ele. As obras do primeiro Centro Vocacional Tecnológico do Pescado – CVTT da Bahia, que demandarão investimentos de R$ 2,5 milhões, estão em andamento na Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro da Purificação. O CVTT será uma referência no uso e desenvolvimento de tecnologias de baixo custo voltadas a pescadores e aquicultores. Por meio de cooperativas e associações, os produtores poderão usufruir das tecnologias desenvolvidas em conjunto com especialistas, para que, além do peixe, possam oferecer outros produtos de maior valor agregado.

DEMANDA POR TILÁPIA AUMENTARÁ – Segundo o especialista taiwanês, Frank Chiand, a demanda mundial por tilápias vai aumentar entre 4,5 e 5 milhões de toneladas nos próximos cinco anos. Chiand disse ainda que Honduras, que hoje ocupa o primeiro lugar no continente americano como produtor e exportador de tilápia, tem um grande potencial para expandir sua produção. O país produziu em 2010 cerca de 8,1 mil toneladas de filé de tilápia fresco e exportou para os EUA 7,2 mil toneladas, e se prepara para enviar o produto também para o México. Atualmente, uma Missão Técnica de Taiwan está capacitando técnicos em piscicultura da América Latina, com vista a melhorar a produção. O treinamento envolve 30 técnicos e é realizado pelo Fundo de Desenvolvimento e Cooperação Internacional (ICDF, sigla em Inglês) e se concentra na melhoria genética dos alevinos, no cultivo e, finalmente, na filetagem e exportação. De acordo com a FAO, a produção global de tilápias em 2010 foi de 3,7 milhões de toneladas.

É ISSO – Para o presidente da Global Aquaculture Alliance, George Chamberlain, que estará presente no próximo WAS/FENACAM em Natal, em 2013, dois terços da classe média do mundo vai residir na Ásia. Esse fato provocará um enorme impacto na demanda mundial de pescado, que só poderá ser suprida através da aquicultura. Para o especialista, ainda à partir deste ano, a China deve mudar a sua posição de exportador a importador de pescado. “A demanda da China para o camarão em 2007 atingiu 4 milhões de toneladas e o consumo de pescado EUA totalizaram 2.04 milhões de toneladas no ano passado”, disse Chamberlain. Portanto, é inevitável: “no futuro próximo haverá uma corrida global para a produção de pescado”.