NOVO LABORATÓRIO – A Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – FIPERJ inaugurou no dia 31 de agosto, o Laboratório de Cultivo e Nutrição de Espécies Marinhas. Localizado em Guaratiba, Zona Oeste da cidade, o laboratório foi construído em dois ambientes, sendo um climatizado, e está equipado com tanques e aquários e um sistema fechado de circulação de água com temperatura controlada. Na área climatizada, serão desenvolvidos estudos com moluscos bivalves, dentre eles a vieira. Sob a responsabilidade do pesquisador Ricardo C. Martino, ele será utilizado para pesquisas de espécies com importância comercial para o Estado do Rio de Janeiro. Além disso, ele será uma das bases da recém-criada Rede de Piscicultura Marinha (RPM). Os estudos serão realizados em cooperação com universidades e outros institutos de pesquisa e serão objetos de monografias e teses de pós-graduação. A inauguração contou com a presença da diretoria da FIPERJ, do sub-Secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, pesquisadores e produtores do Estado. Após a inauguração foi servido um almoço a base de vieiras Nodipecten nodosus e peixes da região.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL – A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Nacional da Colômbia empreende, nos dias 2 a 5 de outubro, a tarefa de realizar o “VI Seminario Internacional de Acuicultura”. Eventos paralelos como o “III Congreso de Investigaciones Acuícolas”, e a “VI Muestra Comercial” acontecerão junto ao seminário, que contará com a presença de muitos convidados internacionais, dentre eles os brasileiros Wilson Wasielesky (FURG), Gilberto Moraes (UFSC), Alexandre Wainberg (PRIMAR) e Marcelo Assano (Poytara). Mais informações, através do link: http://www.veterinaria.unal.edu.co/eventos/SemAcuicola.swf ou com a coordenadora do evento Dra. Adriana Patricia Muñoz Ramírez pelo Skype: adrianapmunozr
JABOTICABAL – A abertura da 44ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), no dia 24 de julho, em Jaboticabal, São Paulo, contou com a presença do ministro da SEAP, Altemir Gregolin. O evento discutiu os avanços metodológicos aplicados às pesquisas zootécnicas e os ganhos por eles proporcionados na produção animal. O ministro aproveitou a passagem pela região e visitou também o assentamento Sepé Tiaraju, em Serrana (região de Ribeirão Preto), que faz parte do programa de aqüicultura como alternativa produtiva para a reforma agrária.
FUTURO DA MARICULTURA – O Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM), uma espécie de “plano diretor do mar”, que vai orientar o desenvolvimento do setor, indicando as áreas passíveis de utilização para os cultivos e as condições para a estruturação da atividade no Estado de Santa Catarina, foi discutido no final de agosto em uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Florianópolis, e contou com a presença do ministro da SEAP, Altemir Gregolin. Outros encontros semelhantes ocorrem em setembro em outras cidades litorâneas de Santa Catarina. O objetivo é incluir a comunidade na discussão dos rumos do setor, responsável por mais de 90% da produção de moluscos no país e que precisa do ordenamento para se consolidar como atividade de papel fundamental no desenvolvimento social e econômico catarinense. Os PLDMs estão sendo implantados para ordenar o uso do mar para o cultivo de ostras, mariscos e outros organismos aquáticos, com foco na sustentabilidade ambiental e econômica e na inclusão das comunidades tradicionais. Em Santa Catarina a execução do Plano está a cargo da Epagri, sob coordenação da SEAP. O Plano envolve 14 municípios do Estado e prevê a demarcação de 1,8 mil hectares de produção em 156 parques aqüícolas e 28 mil hectares de áreas para as comunidades tradicionais.
MERLUZA X TILÁPIA – A tilápia brasileira pode ganhar espaço no mercado interno, uma vez que a Argentina, o maior exportador de merluza do mundo, está revendo as suas cotas de pesca e, consequentemente os preços dos seus produtos. A previsão foi feita pelo diretor de comércio exterior, Francisco Denevi, da Sul Peixe, uma das maiores empresas processadoras de pescado importado da América Latina. Devido a uma possível queda no volume de peixes no mar, a Argentina já havia reduzido a sua cota em 13% no ano passado e a expectativa é de que o fato se repita este ano. O Brasil importa cerca de US$ 400 milhões por ano de pescado, sendo mais de 20% das importações referentes à merluza argentina. Segundo Denevi, com o preço acima do que o consumidor aceita pagar, a merluza argentina pode abrir espaço para o consumo de tilápia, beneficiando os produtores brasileiros.
LINHAS DE FINANCIAMENTO – Com o objetivo de impulsionar a criação de tilápia em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado vem criando novas linhas de crédito para aquisição de tanques-rede. A adesão, feita através do Feap – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, beneficia o produtor que tenha renda bruta anual de até R$ 400 mil. O financiamento é de R$ 40,4 mil por piscicultor, com juros de 3% ao ano, que devem ser usados para aquisição de tanques-rede, barcos, remos, salva-vidas, aeradores, alevinos e ração para um primeiro povoamento. O prazo para o pagamento é de cinco anos com mais 18 meses de carência. Os contatos podem ser feitos na Casa de Agricultura local e nas agências do Banco Nossa Caixa.
AQÜICULTURA E PESCA EM ENSAIOS – O livro expõe os pensamentos e conhecimentos de Luis Tadeu Assad e André Macedo Brügger acerca de fatos relacionados à pesca e à aqüicultura. Luis Tadeu é engenheiro de pesca e tem experiência nos setores publico e privado e, André Bügger é oceanólogo, empresário e também já passou pelo setor púbico na área de aqüicultura. Os textos foram elaborados por ambos, em separado, e possuem formato de ensaios, uma vez que os autores não pretenderam dar à publicação uma conotação acadêmica. O leitor deve estar atento a adequar os textos à época em que foram concebidos e publicados em revistas distintas. Isso faz com que essa publicação espelhe a realidade de cada época dos ensaios. Com a re-publicação desses textos, agora formatados nesse livro, os autores esperam compartilhar com um público maior, as suas experiências e pontos de vista sobre essas atividades sem, contudo, criar verdades absolutas.
REDE AQUABRASIL – Pela primeira vez o Brasil terá um programa de melhoramento genético para aqüicultura, com objetivos bem definidos para expandir as bases tecnológicas para o desenvolvimento da atividade no Brasil. A Aquabrasil, uma ampla rede de pesquisas de melhoramento genético na aqüicultura começará a funcionar no País, a partir de outubro. Orçado em R$ 8 milhões, o projeto receberá da Embrapa, R$ 2,7 milhões e o restante será captado nos próximos quatro anos. A Aquabrasil reúne oito unidades da Embrapa, dez universidades federais, três estaduais, uma americana, institutos de pesquisa e iniciativa privada. Segundo a coordenadora-geral do projeto, a pesquisadora Emiko Kawakami de Resende, da Embrapa Pantanal, a Aquabrasil trabalhará com camarão branco, tilápia, tambaqui e pintado, espécies consideradas importantes do ponto de vista econômico. Nas três espécies de peixes, os estudos pretendem chegar a variedades com melhores taxas de crescimento e, para o camarão branco, as pesquisas serão focadas na produção de linhagens tolerantes ao vírus da mionecrose infecciosa, que provoca a doença da Mancha Branca.
PEIXARIAS DE SUPERMERCADO – Em entrevista ao jornal Estado de Minas, o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, disse que o consumo de peixes cresceu pelo menos 20%, entre 2005 e este ano. Uma pesquisa encomendada pela Amis ao Instituto VER, em 2006, já indicava que 46% dos moradores da capital mineira compram peixes apenas em supermercados. Segundo Rodrigues, os relatórios mensais feitos pelos empresários do setor confirmam o aumento do consumo, e isso tem sido fundamental para o aumento dos investimentos nas áreas específicas dos supermercados. As peixarias receberam muita atenção nos últimos anos, disse Rodrigues, lembrando que, há pouco tempo, os peixes dividiam espaços com as carnes e nem mesmo tinham freezers específicos. Para ele, a exemplo do que ocorre em outros países, a tendência é de que o consumo não pare de crescer. E, para conquistar essa clientela que aprecia produtos mais saudáveis e menos calóricos, os supermercados da cidade têm investido pesado em peixarias.
NOVA GTA – Desde o dia primeiro de setembro os animais vivos só podem ser transportados com o uso de uma nova Guia de Trânsito Animal (GTA), mais segura que a anteriormente utilizada. Segundo o coordenador-geral de Combate às Doenças do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, os principais itens de segurança da nova GTA são um código de barra, a textura do papel diferenciada como se fosse papel-moeda, o brasão da República que só é perceptível com o uso de luz especial e um fundo anticópia que mostra a palavra “cópia” quando o documento é fotocopiado do original.
Segundo Marques, o produtor que for pego transportando animal sem o a nova GTA vai ser autuado, multado e pode ter os animais sacrificados, pois é terminantemente proibido transportar animais vivos sem essa GTA, à exceção de cães e gatos.
HIGIENE E QUALIDADE – Com vaga para apenas 150 participantes, o curso Higiene e Qualidade de Pescados se realizará, no Centro de Convenções da FCAV/Unesp de Jaboticabal – SP. Nos dias 19, 20 e 21 de outubro, especialistas da Unesp, Cepta/Ibama; Esalq, entre outras instituições, abordarão temas como: Qualidade microbiológica da água na produção aqüícola; Qualidade na produção de camarões; Doenças de peixes e aspectos sanitários de piscicultura; Tecnologia do pescado e qualidade do produto final; Inspeção e controle de qualidade; Principais zoonoses de interesse para a aqüicultura; Sanidade do pescado e, Cadeia da comercialização de pescados. Até o dia 9 de outubro estudantes de graduação e pós-graduação pagam R$ 50,00 e profissionais R$ 80,00. Os estudantes deverão enviar carteirinha de estudante juntamente com a ficha de inscrição. Mais informações: (16) 3209-2600
MAIS ESPECIALISTAS – A Embrapa assinou um acordo de cooperação com SEAP que prevê o financiamento de novas pesquisas e transferências de tecnologia nas áreas de aqüicultura e pesca. O acerto foi firmado durante encontro do ministro Altermir Gregolin e o diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana. De acordo com o Gregolin, a pesquisa é fundamental para a política de desenvolvimento da aqüicultura, pesca e carcinicultura no Brasil. “A Secretaria tem hoje um orçamento em torno de R$100 milhões, mas pretendemos quadruplicar. Deste total, cerca de R$ 2,5 milhões são voltados exclusivamente para o desenvolvimento de pesquisas”. Para o ministro, o Brasil necessita de pesquisas sobre ordenamento, monitoramento e zoneamento da aqüicultura no território nacional; estabelecimento de boas práticas e manejo; sanidade de organismos aquáticos e, até mesmo, na produção de biodiesel a partir de algas – uma linha inexplorada no Brasil, mas que já está sendo bastante induzida na Europa. Gregolin apresentou o mapeamento feito pela SEAP no ano passado, que demonstra a existência de aproximadamente 300 pesquisadores especialistas em aqüicultura no país. “É um quadro pequeno diante das possibilidades e do desafio de desenvolvimento da aqüicultura no Brasil. Nós queremos dobrar a produção de pescado, mas precisamos capacitar mais especialistas para desenvolver novas tecnologias, produtos e processos que permitam esse salto”, disse o ministro. Silvio Crestana destacou que a Embrapa aprovou recentemente o seu primeiro projeto em rede de pesquisa sobre o melhoramento genético na aqüicultura brasileira. O projeto previsto para ser desenvolvido em setembro, envolve uma estrutura de pesquisa formada por oito unidades da Embrapa, dez universidades federais, três estaduais, uma universidade norte-americana e outros importantes institutos de pesquisa. Serão objetos de pesquisa espécies nativas e exóticas, como o camarão branco, a tilápia, o tambaqui e o pintado.
SISTEMA INTEGRADO DE PEIXES – O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está prestando apoio técnico para implementação do 1º Sistema Integrado de Peixes exóticos do Brasil, desenvolvido pela Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), nos municípios de Nova Aurora, Cafelândia e Toledo, Região Oeste do Estado. No processo, o IAP será responsável pela capacitação dos associados da cooperativa, bem como pela orientação na obtenção do licenciamento ambiental e, a Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), vai monitorar a qualidade da água nos cultivos. Dos quase 4 mil associados, 250 deles farão parte da primeira fase do Sistema Integrado, que vai de fevereiro de 2008 a 2010. Toda a ração a ser consumida pelos peixes, a assistência técnica nas propriedades, o fornecimento dos alevinos, abate e comercialização do pescado, serão garantidos pela cooperativa, ficando os produtores responsáveis apenas pelo manejo. Os peixes juvenis com peso médio de 50 gr serão entregues aos produtores integrados e, após um período de seis a oito meses, quando os peixes tiverem alcançado peso médio de 650 gr será realizada a despesca. Para a engorda dos peixes serão necessários 191 hectares de lâminas d’água. Estima-se que 10 toneladas de tilápia/dia serão industrializadas num abatedouro a ser construído no município de Nova Aurora.
REDUÇÃO DE IMPOSTOS – No dia 30 de setembro de 2007 se encerra o prazo para entrega do ADA – Ato Declaratório Ambiental, instrumento legal através do qual o proprietário rural pode obter uma redução de até 100% no valor do ITR – Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural. Os proprietários rurais que tiverem dúvidas sobre como declarar o ADA, podem se dirigir à unidade do Ibama mais próxima. O objetivo do ADA é também estimular a preservação e a proteção das florestas, contribuindo para a conservação da natureza e melhor qualidade de vida. Tem direito ao benefício
todo proprietário de terras que mantiver em sua propriedade, área de Reserva Legal ou de preservação permanente, Área Particular de Patrimônio Natural, área de manejo florestal ou de reflorestamento. O Ato Declaratório Ambiental é feito através de um formulário padrão impresso, mais utilizado por pequenos proprietários, ou por meio eletrônico via Internet (ADAweb), para as pessoas jurídicas e pessoa física que possua imóvel rural com área igual ou superior a 500 hectares na Região Norte, e a partir de 100 hectares nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
SEGURO AQÜÍCOLA – A Diretoria de Desenvolvimento da Aqüicultura da SEAP, em conjunto com a Coordenação Geral de Seguro Rural do MAPA e com a Seguradora Brasileira Rural, está fazendo um levantamento de informações que irão subsidiar o desenvolvimento de um serviço de seguro para o setor de aqüicultura. O seguro aqüícola está previsto na lei de seguro rural, estando inclusive previsto o subsídio do prêmio em até 30% de seu valor. Mais informações com a SEAP.
REVOLUÇÃO AZUL – Políticas públicas globais e instituições de mercado podem promover novas tecnologias que elevem o padrão de vida e ao mesmo tempo reduzam o impacto humano no ambiente, disse Jeffrey David Sachs, economista norte-americano conhecido por seu trabalho em agências internacionais para a redução da pobreza, em artigo publicado pelo Earth Institute da Universidade de Columbia, do qual é diretor. Segundo Sachs, a aqüicultura seria uma dessas novas tecnologias fundamentais que pode atender o crescente consumo humano de peixes e outras espécies aquáticas e reduzir a pressão sobre os ecossistemas oceânicos. O rápido desenvolvimento da aqüicultura nos últimos anos tem sido chamado Revolução Azul, em referência à Revolução Verde da alta produtividade de grãos ocorrida a partir dos anos 50. De lá para cá, a pesca quase quintuplicou, passando de aproximadamente 20 milhões para 95 milhões de toneladas. Neste meio tempo surgiu a Revolução Azul, primeiro na China, e agora em várias outras partes do mundo. A produção da aqüicultura cresceu de cerca de 2 milhões de toneladas em 1950 para quase 50 milhões hoje. Assim, embora a pesca mundial tenha atingido seu pico no final dos anos 80, a aqüicultura permitiu um aumento contínuo do consumo humano de peixes. Sachs criticou ainda o que chamou de efeito equivocado dos subsídios às frotas pesqueiras, que refletem tão somente o poder político do setor – comunidades pesqueiras geograficamente concentradas e indústrias. “O mundo coloca a si mesmo em rota de destruição ao permitir a destruição dos ecossistemas oceânicos, e as conseqüências podem ser devastadoras”, arrematou.
SÓ A AQÜICULTURA SALVA – Durante o IV Congresso Europeu de Algologia, na Espanha, o oceanográfo americano Paul Falkowski, da Universidade Rutger, declarou que o aquecimento global e a mudança climática provocarão menos nutrientes nas camadas superficiais do oceano, o que significa menos fitoplâncton, menos produção e, em conseqüência, menos peixes. Falkowski alertou que outro efeito da mudança climática será o aumento da acidez dos oceanos, que provocará mais dificuldade de sobrevivência para algumas espécies, como os corais. Durante o congresso, o especialista americano falou sobre as conseqüências bioquímicas da mudança climática no mar, assim como o papel do fitoplâncton e sua repercussão na atmosfera e nos oceanos. Segundo Falkowski, a proteção de áreas marinhas é essencial, devido à existência de organismos especialmente sensíveis como os mamíferos e os corais, todos eles submetidos à pressão excessiva do turismo e do desenvolvimento.
DIAS CONTADOS – Um grupo de pesquisadores da Noruega identificou que o aminoácido hydroxyproline contido na farinha de peixe, um dos insumos essenciais para a produção de alimentos aqüícolas, pode ser encontrado também nas farinhas vegetais, assim como nos resíduos provenientes da indústria pesqueira. Isso permitirá melhorar a qualidade dos alimentos aqüícolas, devido a possibilidade de redução de preços. Este insumo se converterá numa vantagem estratégica para os países produtores e numa desventagem para os países que não produzirem este insumo, devido a necessidade que terão ao pagar maiores preços, perdendo competitividade nas suas atividades aqüícolas. A substituição da farinha de peixe se faz necessária para o crescimento da aqüicultura no mundo, especialmente para o cultivo de espécies carnívoras.
TILÁPIA CONTRA A MALÁRIA – Um grupo de pesquisadores do Quênia descobriu que a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), muito consumida nesse país, pode colaborar na luta contra a propagação da malária. Segundo informa a rede pública britânica BBC, o peixe foi colocado em tanques abandonados para ajudar a combater a doença, endêmica em grandes regiões da Ásia e África. Ao consumir a larva dos mosquitos, o peixe consegue reduzir em 94% a quantidade dos insetos transmissores da malária. O parasita Plasmodium, causador da malária, é transmitido através da picada do mosquito. A cada ano, 300 milhões de pessoas contraem a malária e milhões morrem. Na África uma criança morre de malária a cada 30 segundos.
REPRODUÇÃO DA TUVIRA – Programas de reprodução de tuviras (Gymnotus sp.), em cativeiro podem ser uma alternativa interessante no Pantanal, uma vez que auxiliará na conservação das populações naturais desse peixe, bem como na geração de renda das famílias de pescadores que comercializam a tuvira como isca e que dependem da sua coleta para sobrevivência. Estes programas têm como finalidade essencial a geração de conhecimento sobre a biologia reprodutiva da tuvira, que tem sido um dos gargalos da produção em cativeiro deste peixe. Há alguns trabalhos que tratam da reprodução da tuvira em ambiente confinado, mas em nenhum deles se determinou com segurança o sexo dos peixes, pois não são conhecidas as suas diferenças sexuais externas. Essa determinação só pode ser realizada com segurança no gênero Gymnotus por meio da dissecação ou através da análise das descargas elétricas que emite. A Embrapa Pantanal vai testar a ultra-sonografia como método de sexagem da tuvira, uma forma confiável e rápida que tem sido amplamente utilizada na determinação do sexo de outras espécies de peixes que não possuem características sexuais secundárias perceptíveis externamente.
XIV SEMINÁRIO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ – Uma boa oportunidade pra conhecer de perto a piscicultura praticada no Alto Vale do Rio Itajaí (SC), é visitar a região e aproveitar para participar do XIV Seminário Regional de Piscicultura do Alto Vale do Itajaí, que irá acontecer no município de Mirim Doce – SC, no dia 28 de setembro. O convite é da Associação Municipal de Piscicultores de Mirim Doce, da Associação Regional de Piscicultores do Alto Vale do Itajaí e da Epagri. Sm dúvida uma boa oportunidade de conhecer produtores que optaram por desenvolver e intensificar esforços e mecanismos que lhes permitiram se adaptar aos novos tempos, produzindo de maneira eficiente e eficaz. Este seminário tem como slogan: Piscicultores “Cooperando para Competir” e tem como proposta o conteúdo da seguinte reflexão: “Nos novos tempos, o piscicultor para apropriar-se de parte atrativa das riquezas por ele geradas deve buscar inovações e parcerias não só para a etapa produtiva, mas principalmente, nos processos pós-porteira”. Mais informações no Escritório Municipal de Agricultura de Mirim Doce – (47) 3565-0252 (Dirceu) e na ADEMAVIPI – Associação para o Desenvolvimento do Modelo Alto Vale do Itajaí de Piscicultura Integrada – (47) 3533-1713 ou 99880528 (Schappo ou Deise).
TILÁPIA EM ALTA – A tilápia já caiu nas graças do consumidor cearense. No Mercado do Carlito Pamplona, a tilápia é o peixe que mais se vende, sendo comercializada entre R$ 4,00 e R$ 6,00, dependendo do tamanho. Nesse período em que a produção do peixe está alta em açudes como o Castanhão e o Orós, a oferta aumenta no local. As tilápias grandes vendidas no mercado chegam a pesar 1,5 quilos, enquanto as pequenas ficam na média de 600 gramas. De acordo com os vendedores, os peixes concorrentes têm preços semelhantes, mas não vendem tanto devido á popularidade da tilápia. Segundo piscicultores locais, o cliente prefere a tilápia porque o peixe é carnudo, tem sabor gostoso e não tem muita espinha, diferente do curimatã, do piau e da traíra, que têm muita espinha no meio da carne.
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO – A CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba convidou o Gerente de produtos para aqüicultura, da Guabi, João Manoel Cordeiro Alves para ministrar a palestra: “Nutrição e Alimentação de Peixes”, durante a XXVI EXPOAPA – Exposição Agropecuária de Paranaíba, ocorrida em agosto no Piauí. João Manoel apresentou aos produtores os princípios da nutrição e alimentação dos peixes cultivados na região e aconselhou: “Fiquem atentos ao comprar rações. À primeira vista, todas parecem iguais, mas o que realmente as diferenciam são a escolha de ingredientes, a formulação e o modo de processamento, como: moagem, mistura, extrusão e secagem”. João Manoel enfatizou que para que haja o correto aproveitamento dos nutrientes e resultado no campo é necessário que os piscicultores sejam treinados e capacitados. O especialista, que viaja pelo Brasil na intenção de disseminar o conhecimento sobre nutrição e alimentação de peixes, esteve também em Passos (MG) onde participou do Seminário de Piscicultura realizado pela EMATER de Minas Gerais. Na ocasião falou acerca do potencial que a região tem para produzir tilápias em tanques-rede, devido à grande quantidade de represas construídas para gerar energia elétrica e destacou o crescimento do mercado doméstico nos últimos anos.
CERTIFICAÇÃO – Especialistas mundiais em certificação na aqüicultura se reuniram em Fortaleza, para discutir e planejar orientações do processo nos países produtores. O principal desafio do planejamento é promover o desenvolvimento sustentável da atividade e garantir qualidade e segurança dos alimentos. Na opinião do ministro Altemir Gregolin, os organismos internacionais, como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), a OMC (Organização Mundial do Comércio), precisam criar condições de apoio financeiro e técnico aos países em desenvolvimento para que não se tenha prejuízos de acesso aos mercados externos. Para Gregolin, a certificação dos produtos não deve ser utilizada como argumento para dificultar o acesso dessas nações aos grandes mercados consumidores. Citou ainda, que os países desenvolvidos, não devem utilizar as regras como barreiras não tarifárias como tradicionalmente se faz. Gregolin ressaltou também que, pelo fato de os piscicultores do interior do Brasil estarem muito dispersos e desorganizados, a implementação de uma política de certificação é demorada e tem custo elevado, podendo encarecer os produtos, o que torna o País, menos competitivo. Segundo o coordenador-geral de Maricultura da SEAP, Felipe Suplicy, a certificação dos produtos aqüícolas é o principal instrumento para assegurar aos compradores, revendedores e consumidores se um produto é seguro para consumo e se vem de um produtor que adota práticas corretas e sustentáveis de manejo. Se os aqüicultores brasileiros desejarem ampliar sua participação no mercado internacional, terão que implementar normas de certificação que garantam a qualidade do produto, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social, requisitos básicos exigidos no exterior, e que começa também a valer para o mercado interno.
DESASTRE NO POTENGI – Um dos maiores desastres ambientais da história do Rio Grande do Norte, chamado pelos pescadores de “Água vermelha” resultou na morte de aproximadamente 40 toneladas de peixes e crustáceos nos rios Jundiaí e Potengi. Tainhas, siris, bagres, moréias e outros pescados foram encontrados mortos por falta de oxigênio. Segundo pesquisadores que trabalham no local, o impacto ambiental foi tanto que para despoluir totalmente a área, serão necessários cerca de15 anos. Para isso, no entanto, deve-se impedir que empresas voltem a despejar dejetos no rio, já que uma das suspeitas da causa da falta de oxigênio para os peixes é a de contaminação química gerada por algum tipo de produto despejado no rio. Os pesquisadores insistem que a degradação do rio é antiga e que a solução é o saneamento básico, uma vez que a poluição vem ocorrendo há 30 anos. É evidente que adversários históricos da carcinicultura tentaram empurram a conta do desastre para o setor. A sociedade, porém, não deu ouvidos e tampouco achou graça.
CAMARÃO EQUATORIANO NOS EUA – O governo dos Estados Unidos revogou a medida antidumping do camarão procedente do Equador e desde agosto o produto já pôde ser vendido no mercado americano sem as taxas impostas. A medida antidumping aplicada pelos Estados Unidos ao camarão equatoriano foi declarada ilegal e contraria o sistema multilateral de comércio pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A ação beneficia centenas de trabalhadores equatorianos que dependem dessa atividade. O presidente da Câmara de Aqüicultura, César Monge, afirmou que a atitude representa a reivindicação do setor exportador equatoriano que sempre manteve o argumento de que não se havia cometido nenhuma ilegalidade e que o Equador não violava nenhuma lei do comércio exterior, nem competia ilegalmente com os camaroneiros do sul dos Estados Unidos.
AMIGOS DO PEIXE – A Emater/PR, instituto oficial de extensão rural vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, utiliza a denominação “Amigos do Peixe”, para unir pessoas de interesse comum ao tema. O método de trabalho reúne na primeira segunda-feira de cada mês, na sala de reuniões da Via Rural, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, um grupo de integrantes na cadeia produtiva da aqüicultura. Criado pelo engenheiro de pesca Luiz Eduardo Lula de Sá Barreto, o “Amigos do Peixe” já firmou tradição de trazer para debate os temas de importância da aqüicultura, em especial da cadeia produtiva do peixe de água doce criado em sistemas de tanques redes e tanques escavados. Temas como a programação de eventos técnicos no país, novidades tecnológicas e a problemática da produção e do aqüicultor, são alguns dos assuntos debatidos nos encontros. Para a reunião ocorrida na tarde do dia 13 de agosto foi convidado o presidente da Associação dos Produtores de Peixe em Tanques-Rede, Jefferson Osipi, para relatar como andam os trâmites de inauguração do frigorífico em Cornélio Procópio, esperada ainda para este final de ano. O frigorífico terá capacidade base de seis mil quilos/dia, podendo chegar a 18 mil quilos, escalando três turnos no processamento industrial. A participação nas reuniões da “Amigos do Peixe” é gratuita e democrática, “basta estar interessado no assunto e que venha de espírito aberto para contribuir com o desenvolvimento do setor”, assegura o mentor do grupo.
TILÁPIAS ORGÂNICAS E BIODIESEL – A empresa Aquafinca Saint Peter Fish, estabelecida no norte de Honduras, exportará a partir de agosto para os Estados Unidos cerca de 11 toneladas mensais de filé de “tilápia orgânica”. A Aquafinca é uma das principais exportadoras de filés de tilápia para os EUA, com média mensal ao redor de 460 toneladas. Agora chegou a vez de fazer o mesmo com peixes alimentados com produtos orgânicos certificados, cultivados em harmonia com o meio ambiente. A Aquafinca, que tem sede na pequena vila de El Borboton, começou a processar filés de tilápia há cinco anos e, recentemente, descobriu uma nova utilidade para os dejetos dos peixes, transformando-os em biodiesel. Com a iniciativa, a empresa hondurenha tornou-se líder mundial na produção de biodiesel de origem animal. De um total de 23.100 toneladas de filés frescos que os EUA importaram em 2006, 7.300 toneladas foram enviadas por Honduras, que passou a ocupar a segunda posição atrás do Equador.
COALIZÃO EM FAVOR DA TILÁPIA – Acaba de ser criada a The American Coalition for Tilapia (ACT), uma coalizão de produtores e fornecedores que abastecem o mercado norte-americano com filés frescos de tilápia, que se uniram para promover a imagem, a qualidade e os benefícios que os consumidores têm ao consumir o “legítimo” filé fresco de tilápia produzido nas Américas. O grupo é composto por produtores e importadores que são responsáveis por 97% dos filés frescos atualmente comercializados nos EUA. Entre os membros fundadores estão a Aquamericas (ou Mountain Stream), Golden Lake Tilapia, Marine Harvest, Rain Forest Aquaculture, Regal Springs Tilapia, Shell and Fish e Tropical Aquaculture. A prioridade do ACT é destacar não somente a qualidade, mas também a salubridade dos filés frescos produzidos nas Américas e vendidos no varejo dos EUA. Tudo isso porque, nos últimos anos, tem aumentado a venda de filés baratos e de baixa qualidade provenientes da China e outros países do sudeste da Ásia. Muitos desses produtos entram congelados, e são vendidos após serem descongelados sem que o os consumidores sejam previamente avisados. Tampouco os consumidores são informados que irão consumir produtos muitas vezes tratados com monóxido de carbono (CO) para que mantenham a aparência de filés frescos. Segundo a ACT os consumidores precisam ser avisados antes que possam fazer a escolha, já que o uso do CO não é ilegal nos EUA. Além disso, membros da ACT já detectaram também informações enganosas ou mesmo incorretas no que diz respeito ao país de origem. Filés descongelados provenientes da China e outros países asiáticos têm sido oferecidos como produtos do Equador, Costa Rica e Honduras. A Coalizão (ACT) agora busca alianças com outros membros da indústria, principalmente cadeias de supermercados e distribuidores de pescados que tenham responsabilidade e compromisso com as normas do FDA e do USDA, visando fortalecer e intensificar a luta contra as fraudes. A Coalizão está apoiando também representantes políticos que defendem um rigor redobrado com a regulamentação do uso do Monóxido de Carbono, que tem o uso permitido e é visto como um aditivo seguro pelo FDA. Entretanto, pesquisas recentes mostram que o CO vem sendo utilizado para iludir o consumidor, fazendo com que produtos deteriorados tenham a aparência de frescos e seguros para o consumo. A recente criação da ACT segue uma tendência crescente para a criação de instituições voltadas para a defesa dos interesses dos tilapicultores, iniciada com a criação da “Tilapia Aquaculture Dialogue” que vem a ser um fórum coordenado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF na sigla em inglês), onde são discutidos os principais impactos da tilapicultura. O “Diálogo” tem como objetivo trabalhar para reduzir ou mesmo eliminar os impactos negativos da atividade para níveis que sejam aceitáveis pelos formadores de opinião, sem que a indústria deixe de ter uma performance econômica viável. Além do WWF fazem parte do “Diálogo” algumas empresas que atualmente formaram a Coalizão (ACT) (ver em http://worldwildlife.org/cci/dialogues/tilapia.cfm)