Notícias & Negócios – edição 119

IV SIMCOPE – O Instituto de Pesca de São Paulo realizará de 20 a 24 de setembro, no Hotel Parque Balneário, em Santos, o IV SIMCOPE – Simpósio de Controle do Pescado e a REDEPAN – Reunião da Rede Panamericana de Inspeção, Controle de Qualidade e Tecnologia de Produtos Pesqueiros. Os eventos discutirão a qualidade de peixes, moluscos e crustáceos em toda a cadeia produtiva. Segundo a diretora da Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado do Centro do Pescado Marinho de Santos e pesquisadora do Instituto, Cristiane Neiva, além da sua missão técnico-científica, os eventos possibilitarão oportunidades de negócios, uma vez que atrairão empresários e investidores da cadeia produtiva do pescado. O evento ganha neste ano um caráter internacional por meio da parceria entre o Instituto de Pesca, vinculado à Agência Paulista de Agronegócios (APTA/SAA/SP), o Centro para os Serviços de Informação e Assessoramento sobre a Comercialização dos Produtos Pesqueiros na América Latina e o Caribe (Infopesca). Espera-se representantes de mais de 20 países latinos. Para o diretor do Instituto de Pesca, Edison Kubo, fornecedores de insumos e serviços estratégicos estarão em um ambiente organizado, o que deverá produzir resultados significativos para o desenvolvimento sustentável do setor. Mais informações pelo fone: (13) 3261-2653 ou www.simcope.com.br.

V ENPAP – A quinta versão do Encontro Nacional de Piscicultores em Águas Públicas, será realizada de 10 a12 de novembro, no Complexo Turístico, Cultural e Histórico Dr. Roberto do Vale Rollemberg, em Santa Fé do Sul – SP. O evento que discutirá esse ano o tema “O futuro da piscicultura brasileira” é uma boa ocasião para que aquicultores, técnicos e fornecedores de produtos e serviços troquem informações e aperfeiçoem seus conhecimentos. Segundo André Camargo, presidente da AMPAP – Associação Nacional de Piscicultura em Águas Públicas, o encontro é também uma oportunidade para os aquicultores se reunirem entorno da II Aquishow, feira que será realizada paralelamente ao evento. Mais informações sobre o V ENPAP pelo e-mail: [email protected] ou fone: (17) 3631-2821

NOVA LINHA – A maltaCleyton, uma das principais empresas do mercado mundial de aquicultura, lançou durante a última Fenacam a sua inovadora linha de produtos “Tilápia Evolution”, com o conceito de proteína ideal que contém quantidades precisas de aminoácidos essenciais que compõem as proteínas da tilápia. Esse conceito possibilita a redução dos custos de produção, a maior digestibilidade e, consequentemente, um aumento no lucro dos produtores. A maltaCleyton inova também no processo de produção adicionando as vitaminas e probióticos nas rações em baixas temperaturas, não diminuindo, assim, os benefícios desses com as altas temperaturas no processo de extrusão. A empresa aproveitou para apresentar também aos participantes do evento os resultados das suas rações anti-stress para camarão e para beijupirá, que alcançaram níveis de FCA (Fator de Conversão Alimentar) jamais vistos na piscicultura brasileira. As rações anti-stress da maltaCleyton reduzem a taxa de mortalidade e garantem uniformidade no tamanho dos camarões e, principalmente, retorno econômico. A maltaCleyton informa aos seus clientes que agora eles podem contar também com o plano comercial exclusivo “Malta Index”, no qual os produtores são beneficiados com uma redução de preços das matérias-primas.

LICITAÇÃO – Associações de pescadores e aquicultores poderão receber do Ministério da Pesca e Aquicultura caminhões frigoríficos de transporte de peixe e equipamentos para processamento cedidos mediante Termo de Permissão de Uso. Os selecionados através de licitações, arcarão com todas as despesas relativas à manutenção dos caminhões, além de obrigações legais e encargos, como licenciamento junto ao órgão estadual de trânsito. Os caminhões poderão ser usados por cinco anos, podendo a permissão ser renovada. Quanto ao uso de equipamentos para processamento de pescado, esses deverão ser destinados exclusivamente à elaboração de produtos para a alimentação escolar. Os kits de processamento são compostos de seis máquinas: despolpadeira, seladora manual, balança eletrônica, caixas isotérmicas, máquina de congelamento e caixas de polietileno para acondicionamento do produto. Serão analisadas também pelo MPA propostas para formalização de parcerias com o objetivo de prestar assistência, capacitação e extensão, e escolhidos projetos para incubação de cooperativas.

ISCA VIVA I – Segundo documento enviado pelo Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região – SINDIPI, ao Ministério da Pesca e Aquicultura, o Brasil captura anualmente em sua ZEE cerca de 25 mil toneladas de atum, dos quais 95% são representados pelo bonito listrado (Katswonus pelamis), que é capturado com vara, anzol (sem fisga) e isca viva (sardinha), num sistema considerado de alta sustentabilidade, principalmente pelo fato de não capturar fauna acompanhante. Entretanto, a frota, composta por 50 embarcações (17 no RJ, 27 em SC e 6 no RS), está encontrando muita dificuldade para ter acesso aos pesqueiros de sardinhas em decorrência do crescente número de zonas de exclusão, representadas pela criação de áreas de proteção ambiental e reservas extrativistas, além de leis estaduais e municipais. Essas restrições agora obrigam a frota a se deslocar para áreas mais distantes para capturar a isca, o que gera dias de espera, grandes deslocamentos com alto consumo de combustível e grande concentração de embarcações nas restritas áreas onde a captura é permitida, tornando a atividade pouco sustentável. Segundo o SINDIPI, se nada for efetivamente feito, muito em breve esse tipo de pescaria, um dos poucos considerados sustentáveis pela FAO, irá desaparecer. Nos últimos anos, todas as propostas encaminhadas pelo setor pesqueiro, Universidade de Itajaí, IBAMA/CEPSUL e MPA, para solucionar esse problema defrontam-se com problemas de execução em função das restrições ambientais.

ISCA VIVA II – O SINDIPI acredita que a tilápia pode ser a melhor solução para substituir a sardinha, acabando de vez com os conflitos que existem entre a frota atuneira e a pesca artesanal e o turismo, etc.. O SINDIPI solicitou formalmente que o Ministério da Pesca e Aquicultura tome a frente e interceda para que um experimento utilizando tilápias seja finalmente realizado para se conhecer a viabilidade desta proposta. Uma longa bibliografia foi anexada e mostra que são mínimos os riscos ambientais do uso da tilápia. Quem cria tilápias em viveiros sabe que o peixe precisa fazer os ninhos para se reproduzir, o que seria impossível no leito oceânico a milhas de distância do litoral. O experimento envolveria três embarcações e um único produtor de alevinos de tilápia e seria acompanhado de perto por técnicos de algum órgão ambiental. A idéia é avaliar se realmente os atuns serão atraídos pelas tilápias e, em caso positivo, seria elaborado um protocolo de uso do peixe de forma segura. Essa seria mais uma utilidade da tilápia, que faz tempo está associada a milagres de multiplicação. O apelido de peixe de São Pedro, realmente lhe cai muito bem.

PLATAFORMA NUTRIAQUA – 21 pesquisadores de universidades, instituições de pesquisa, representantes da indústria de rações e do Ministério da Pesca e Aquicultura reuniram-se entre os dias 21 a 23 de junho, em Florianópolis-SC, com o objetivo de compilar as exigências nutricionais e definir prioridades de pesquisa em nutrição para as principais espécies de peixes produzidos no Brasil. A iniciativa, liderada pela professora do Departamento de Aquicultura da UFSC, Débora M. Fracalossi, e pelo Professor da ESALQ-USP, José Eurico P. Cyrino, foi o ponto de partida para a criação da Plataforma NutriAqua, projeto que recebeu apoio financeiro do MPA. A Plataforma NutriAqua visa produzir um aplicativo que conterá o banco de dados com as exigências nutricionais dos peixes produzidos pela aquicultura brasileira, a composição dos alimentos, além de uma ferramenta específica para a formulação de rações para peixes. Além disso, está sendo elaborada também uma publicação que disponibilizará as informações sobre essas exigências nutricionais das espécies alvo, as tabelas de composição de ingredientes comumente utilizados em rações para peixes e outras informações de interesse sobre nutrição e alimentação. A expecativa, segundo Débora Fracalossi, é que o projeto, além de organizar a informação disponível nessa área de conhecimento, possa apontar as lacunas existentes e as necessidades para pesquisas futuras.

PIRARUCU DE RONDÔNIA – O “Projeto Pirarucu de Rondônia”, uma ação da SEAGRI/RO – Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária de Rondônia, já conta com cerca de 20 produtores que juntos abastecem com regularidade o frigorífico da Mar&Terra, em Itaporã, no Mato Grosso do Sul, com cinco toneladas mensais de pirarucu fresco. O projeto vem desenvolvendo experimentos nas unidades produtivas onde rações estão sendo testadas, utilizando diferentes fontes protéicas, com o objetivo de aumentar a eficiência na engorda e baixar ainda mais os custos de produção. Os produtores em geral possuem 2-3 casais de reprodutores nas suas propriedades, que se reproduzem com regularidade. Quatro produtores engajados no projeto se especializaram em adquirir o fruto dessas desovas quando ainda estão com 2 a 4 cm (R$ 1,00 a 2,00 a unidade) para fazer a recria até os 15–20 cm, quando então revendem aos produtores a R$ 10,00 a unidade (aproximadamente R$ 0,50/cm). Segundo o médico veterinário Carlindo Pinto Filho, gerente de Aquicultura e Pesca da SEAGRI, o atual volume é de cinco ton/ mês, e a expectativa é de que a 6-7 meses este mesmo volume seja comercializado semanalmente.

FURG NO COMITÊ DO CNPQ – O coordenador da Estação Marinha de Aquicultura (EMA) e integrante do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), professor Wilson Wasielesky, foi nomeado membro titular do Comitê de Assessoramento de Aquicultura (CA-AQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O mandato terá a duração de três anos. Os Comitês de Assessoramento do CNPq destinam-se a prestar assessoria à Instituição na formulação de políticas e na avaliação de projetos e programas relativos a sua área de competência, bem como na apreciação das solicitações de bolsas e auxílios.

DPA GAÚCHO – A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius criou o Departamento de Pesca e Aquicultura do Estado. A estrutura, ligada à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa), tem a finalidade de promover, estimular e articular as atividades pesqueira e aquícola, além de formular políticas para a implantação de programas e ações que desenvolvam o setor. O Departamento de Pesca e Aquicultura contará com recursos humanos provenientes do remanejamento do quadro de pessoal da Seappa. A governadora salientou que o Departamento será um fórum de discussões e de organização para o setor. No Rio Grande do Sul, as espécies mais difundidas são as carpas, com 90% da preferência dos criadores, seguidas pelas tilápias.

SAFRA 2010/2011 – O MPA disponibilizará R$ 1,5 bilhão em crédito na safra 2010/2011 para o desenvolvimento do setor, recursos 50% maiores que os registrados na safra anterior. Os recursos oficializados pelo ministro Gregolin durante o lançamento, em 28 de junho, do Plano Safra das Águas poderão, de acordo com o ministro, serem ampliados já que a meta do governo é a de produzir 1,430 milhão de toneladas de pescado este ano. O intuito do financiamento é o de contribuir para a redução do preço do pescado brasileiro para aumentar o consumo do produto. Dados do MPA revelam que a escolha do pescado nos supermercados vem registrando crescimento de 15% ao ano, nos últimos três anos. A fonte de recursos é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Alimentos e, entre os agentes financeiros, estão Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia. A novidade é o crédito para modernização da infraestrutura da pesca e aquicultura (Moderinfra), com juros de 6,75% ao ano e prazo de pagamento de até 12 anos, recursos que serão destinados a cooperativas ou grandes produtores individuais que necessitem de câmaras frias para armazenamento.

MAIS CONCESSÕES – O ministro Gregolin entregou, no dia 24 de junho, concessões de uso não onerosas, como parte de um programa coordenado pelo MPA em parceria com o governo estadual, que beneficiarão 632 famílias dos municípios de Tucuruí e Breu Branco, no Pará, com o cultivo de peixe da espécie pirapitinga em tanques rede, no lago da Hidrelétrica de Tucuruí. O Ibama estuda também a liberação, do cultivo do tambaqui. A expectativa é de que a produção gere uma renda média de R$ 1.200,00 para cada família beneficiada. O governo do Pará, via Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), garantirá a assistência técnica às famílias, enquanto o MPA doará mais de 2 mil tanques. No Pará, segundo estado maior produtor de peixe do Brasil, a meta do governo é produzir mais 20 mil toneladas de peixe ao ano.

AQUAVISION – A produção sustentável de peixes, incluindo camarão, tilápia e salmão, foi o tema principal do Aquavision 2010, em Stavanger, Noruega. Mais de 300 empresários, especialistas, técnicos e consultores de 25 diferentes países, inclusive Brasil, Chile e Peru, participaram do encontro, iniciativa da Nutreco, empresa líder global em nutrição para produção animal e aquacultura. Segundo Eduardo Amorim, presidente da Nutreco Fri-Ribe, que representou o Brasil no Aquavision 2010, o tema produção sustentável é fundamental para vencer os desafios do aumento da oferta mundial de alimentos sem esquecer o meio ambiente e a questão social, parâmetros de inquestionável relevância no cenário atual. “O Brasil tem potencial tremendo para a aquicultura, e nada melhor do que crescer nesse mercado com sustentabilidade, ressalta Amorim. Durante a abertura do evento, Wout Dekker, CEO da Nutreco, a grande lição a ser aprendida por todos os envolvidos na cadeia da produção de alimentos é que nos últimos dez anos se fez pouco em comparação com os desafios do futuro e as empresas têm de ajustar suas posturas hoje. “Estamos ficando sem tempo para fazer todas as mudanças necessárias”, disse. De acordo com o estrategista-chefe da Shell, Karls Rose, “Não é apenas o aumento da população que nos desafia, mas também as mudanças globais em várias áreas, como saúde, conhecimento, meio ambiente. A água sem dúvida é um componente essencial nesse processo. Precisamos respeitar sua condição, saber de suas limitações e trabalhar com inteligência para aproveitar esse bem a favor da humanidade. E, cá entre nós, as pessoas estão ficando cada vez menos complacentes com quem não respeita o meio ambiente”. Stavanger é a quarta maior cidade da Noruega e capital de duas importantes indústrias do país: o petróleo e o salmão.