TILÁPIA NA CIDADE MARAVILHOSA – No rastro de importantes eventos como a Copa das Confederações da FIFA, a 38ª Jornada Mundial da Juventude 2013 e outros grandes congressos, a cidade do Rio de Janeiro irá sediar, ainda esse ano, um evento da FAO/INFOPESCA sobre o cultivo da tilápia. O que se sabe, por enquanto, é que o encontro, que incluirá uma feira de produtos e serviços, acontecerá no segundo semestre de 2013 e que estão sendo convidados especialistas da Ásia e da América Central para que apresentem conferências. A expectativa é que o evento atraia não só o público brasileiro, mas também produtores e pesquisadores de toda América Latina.
XI RECIP – O Instituto de Pesca do Estado de São Paulo realizará nos dias 8 a 10 de abril de 2013 a sua décima primeira reunião científica, um evento bienal que viabiliza o contato entre especialistas, profissionais, pós-graduandos e graduandos, favorecendo o aprendizado, a discussão e a reflexão sobre problemas e soluções para a pesca e aquicultura do Estado de São Paulo e do Brasil. As ReCIPs são compostas de sessões técnicas como palestras, mesas-redondas e minicursos, integradas por profissionais do país e do exterior, além de apresentação de resumos expandidos de estudos originais, avaliados por especialistas em pesca e aquicultura. Entre os temas deste ano está a inserção da pesca e aquicultura na Economia Verde; os novos desafios e possibilidades no manejo pesqueiro; parques aquícolas e, pesca esportiva sustentável. O XI ReCIP será realizado no Instituto de Pesca, no Parque da Água Branca, São Paulo – SP. São apenas 200 vagas. Mais informações e inscrições: www.pesca.sp.gov.br
BIODIESEL DE PEIXE – A Secretária de Pesca e Aquicultura do Ceará está interessada no Projeto Biopeixe, do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC), para resolver um grande problema ambiental do Estado: a poluição dos açudes com as vísceras das tilápias cultivadas em suas águas. O açude do Castanhão, por exemplo, produz anualmente 10 mil toneladas de tilápias e cerca de mil toneladas de vísceras por ano. O Projeto Biopeixe, iniciado em 2007, foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), e se constitui da produção de biodiesel a partir de resíduos animais. Atualmente, a matéria prima utilizada é a víscera de peixe, que passa por uma máquina desenvolvida pelo NUTEC, que lhe extrai óleo. Este óleo extraído será usado na produção de biodiesel na usina da Petrobras de Quixadá. O Ceará possui 672 piscicultores cadastrados que poderão ser beneficiados com o Projeto Biopeixe.
PAULO AFONSO RECEBE O CONBEP – O XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca – CONBEP será realizado no período de 20 a 24 de outubro de 2013, no Parque de Exposições do Município de Paulo Afonso, no Estado da Bahia, tendo como tema principal “Engenharia de Pesca: responsabilidade socioeconômica e ambiental para o desenvolvimento da pesca e aquicultura”. Ao longo do domingo dia 20 de outubro acontecerão minicursos e no início da noite acontecerá a solenidade de abertura com a presença confirmada do Ministro da Pesca e Aquicultura, seguida de um coquetel de boas vindas. De segunda-feira dia 21 a quinta-feira, dia 24 de outubro, três auditórios serão ocupados simultaneamente com palestras e mesas-redondas. A coordenação do evento está a cargo de Elisei Brito e são esperados 24 conferencistas, 12 palestrantes em mesas- redondas, 36 debatedores, 24 coordenadores e 20 analisadores de trabalhos por dia.
GRACIAS JOHNNIE – O mundo aquícola está de luto com o falecimento do biólogo marinho equatoriano Johnnie Castro Montealegre. Seu desprendimento e interesse em compartilhar informações fizeram dele uma das pessoas mais queridas e respeitadas em nosso meio. Johnnie ocupava, desde 1995, o cargo de presidente da Fundación Sociedad Latinoamericana de Acuacultura (SLA).
SASHIMI DE PIRARUCU – A Embaixada do Japão, em Brasília, festejou no dia 29 de novembro passado, o aniversário de “Sua Majestade o Imperador do Japão”. Segundo o assessor da presidência da Sansuy, Yasuyuki Hirasaki, essa recepção comemorativa dos 79 anos de Akihito incluiu no seu cardápio sashimis de pirarucus. A ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade presenteou a Embaixada do Japão com dois peixes de aproximadamente 15 quilos cada, produzidos no Pirarucu Ejiri, localizada em Miracatu/SP. Do Ministério da Pesca e Aquicultura estiveram presentes o Secretário Executivo, Átila Maia da Rocha, o Diretor de Planejamento e Ordenamento de Pesca Industrial, Mutsuo Asano Filho, e o assessor de gabinete do ministro, Luis Alberto Sabanay. Todos foram recebidos pelo Embaixador Akira Miwa e pelo Secretário de Assuntos Agrícolas da Embaixada, Kentaro Morita. Entre a comunidade japonesa o sashimi de pirarucu cultivado está entre os melhores. E basta provar.
BRASIL E NORUEGA I – Em apenas 20 anos a indústria aquícola norueguesa conseguiu reduzir para menos de um grama o uso de antibióticos necessário à produção de uma tonelada de salmão, um milésimo do exigido anteriormente, uma conquista obtida com a criação de vacinas eficientes para combater muitas das doenças que acometem o pescado. No Brasil, onde já se sabe que a prevenção de doenças é mais indicada e menos onerosa que a cura, o MPA criou, em maio de 2012 a Rede Nacional de Laboratórios (RENAQUA) para controlar no território nacional a sanidade de peixes, crustáceos e moluscos. A rede facilitará, também, a exportação de pescado, já que as suas atividades obedecerão às normas de qualidade ISO 17.025, aceitas internacionalmente. As iniciativas e projetos do Ministério na área de saúde de animais aquáticos mereceram elogios por parte de especialistas noruegueses que se dizem impressionados com a velocidade com que o MPA está se estruturando para atender às demandas do setor.
BRASIL E NORUEGA II – Na Noruega, o investimento em pesquisa na área de aquicultura foi da ordem de US$ 175 milhões, dos quais 54% financiados por fundos públicos e o restante pela indústria pesqueira. Para aumentar a produtividade os especialistas em aquicultura noruegueses defendem também programas de melhoramento genético, que aumentam em 15% o ganho de peso a cada geração dos peixes criados em cativeiro. Assim, após cinco gerações, o peixe vai crescer 100% a mais do que a geração anterior. Estes programas são ainda modestos na aquicultura mundial, onde apenas 8% dos peixes cultivados são provenientes de matrizes selecionadas. A seleção leva em conta não apenas a capacidade de crescimento e engorda, como fatores relacionados à resistência a doenças, qualidade da carcaça e maturação sexual. O abate do salmão na Noruega, que demanda parte de sua criação em água doce e parte em água do mar, passou de 42 meses, em 1975, para 24 meses em 2010, pelos avanços genéticos obtidos. E a melhoria é acompanhada de uma forte economia de ração, um dos principais custos dos criatórios.
NOVO CONSELHEIRO DA FIESP – Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), que desde 2008 integra como convidado especial, o Departamento do Agronegócio da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, passa agora a participar do Conselho Superior do Agronegócio (CONSAG), órgão do qual participam vários ex-ministros da Agricultura e os dirigentes das principais empresas e associações representativas do agronegócio brasileiro.
CAMARÃO ARGENTINO – Está sendo esperada para o final de janeiro a primeira remessa de camarão argentino (Pleoticus muelleri) congelado, fruto de um acordo de US$ 50 milhões assinado entre as presidentas da Argentina e do Brasil, Cristina Kirchner e Dilma Rousseff, na última reunião do MERCOSUL. Em dezembro passado, as duas presidentas concordaram que a Argentina exportará anualmente para o Brasil 5.000 toneladas de camarão. Com o acordo o que se espera é que o setor pesqueiro da província patagônica seja favorecido. As portas, antes fechadas, para a entrada de crustáceos no país, ao que tudo indica, estão se abrindo.
PESO PESADO – A Mitsubishi Corp, o maior conglomerado comercial do Japão vai ingressar no setor de cultivos de camarão na Tailândia, uma estratégia que vem sendo utilizada pelas tradings japonesas, com o intuito de aumentar o foco de atuação na produção de alimentos. Esses negócios são considerados como de retornos estáveis, durante períodos de volatilidade de preços das commodities industriais. O cultivo vai ser montado na costa da Tailândia em parceria com a Thai Union Frozen Group, por meio da construção e compra de instalações já existentes. O custo total do projeto será de três bilhões de ienes (US$ 36 milhões), sendo que a Mitsubishi terá participação de 49% do empreendimento. A expectativa é alcançar a meta de produção anual de 10 mil toneladas de camarão. O consumo total do crustáceo na Tailândia é de cerca de 6,5 milhões de toneladas por ano. Essa não é a primeira vez que a Mitsubishi investe em aquicultura. A empresa também já se associou no Chile para o cultivo do salmão. As tradings japonesas têm procurado alimentos nos últimos anos para o crescimento de novos negócios, bem como retornos estáveis durante períodos de volatilidade de preços das commodities industriais.
SALMÃO TRANSGÊNICO I – O salmão geneticamente modificado, que cresce duas vezes mais rápido que o peixe normal, desenvolvido pela AquaBounty Technologies, empresa de biotecnologia envolvida no desenvolvimento e comercialização de produtos que visam aumentar a produtividade da aquicultura, sediada em Waltham, Massachusetts, USA, foi considerado o primeiro animal transgênico do mundo seguro para consumo pela FDA, a agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos. A agência declarou que não encontrou razões cientificamente válidas para banir a produção do “AquAdvantage salmon” como foi batizado o peixe, um híbrido com genes extras de duas outras espécies, mas que tem gosto, cheiro e texturas iguais às de um salmão comum. A decisão pode levar em breve à produção comercial do peixe transgênico, já que este veredito não é o final, mas ultrapassa um dos últimos obstáculos para que o salmão seja legalmente vendido nos EUA, aumentando a pressão nos produtores europeus.
SALMÃO TRANSGÊNICO II – A análise agora está sujeita a consulta pública e a FDA não informou o prazo de conclusão do processo. Quem apoia a tecnologia acredita que o salmão transgênico não tornará a produção em cativeiro mais fácil ou barata, mas poderá ser uma alternativa melhor para o meio ambiente, além do fato de estarmos diante de um crescimento descontrolado dos habitantes do planeta, de mudanças climáticas e menos oferta de comida. Na opinião do atual cientista chefe do governo britânico, Sir John Beddington, diante desses fatos seria muito difícil justificar o não uso de tecnologias como a de modificação genética. Argumentam que a introdução de um peixe de crescimento rápido como este cria riscos para a saúde dos humanos e do meio ambiente. Afirmam também que o salmão será o início de um esforço concentrado para criar outros animais geneticamente modificados para o nosso consumo, levantando sérias questões sobre o bem-estar animal. E dizem que, se um salmão desses escapar do cativeiro para o mar pode minar a genética do salmão do Atlântico. A pesquisa sobre o salmão geneticamente modificado começou no fim dos anos 80 e passou por 17 anos de burocracia para que a aprovação fosse considerada. Em 2010, a FDA organizou uma reunião pública com seu Comitê de Aconselhamento em Medicina Veterinária para revisar as descobertas e a conclusão sobre o painel com seus especialistas em relação às questões de segurança para o consumo humano e riscos ao meio ambiente do salmão geneticamente modificado. A AquaBounty Technologies também pesquisa híbridos de tilápia e truta.
CAPACIDADE DE SUPORTE – O potencial para a piscicultura do reservatório da usina hidrelétrica (UHE) Peixe Angical, no município de Peixes (TO) será objeto de estudo, com duração de três anos. O trabalho coordenado pela pesquisadora Flávia Tavares, da Embrapa Pesca e Aquicultura, de Palmas (TO), indicará as áreas do lago que são apropriadas para piscicultura, e os diversos parâmetros que visam à sustentabilidade desses empreendimentos a partir de um detalhado levantamento de dados, que envolverá pesquisas em campo e de laboratório. A digestibilidade dos componentes de uma ração será estudada em laboratório e a análise dos excrementos dos animais mostrará as substâncias que poderão impactar no ambiente e as suas respectivas quantidades. Do mesmo modo, os restos de ração não consumida pelos peixes também serão estimados. Orçado em cerca de R$ 900 mil, o projeto de pesquisa é financiado pela ENERPEIXE, empresa operadora da UHE Peixe Angical. A primeira etapa do trabalho envolverá o zoneamento do reservatório de 294 km2 de lâmina d’água por meio de ferramentas de sensoriamento remoto, quando serão indicadas as áreas adequadas para a criação de tambaquis (Colossoma macropomum), espécie aprovada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura para criação na bacia do rio Tocantins. O tambaqui será estudado em laboratório e no ambiente natural e as tecnologias envolvidas na sua produção serão transferidas aos criadores e técnicos por meio do Setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura. A pesquisa envolverá todo o ciclo produtivo do peixe, da fase de alevinos até o abate e processamento, e desenvolverá uma metodologia que poderá ser replicada com outros reservatórios. Além dos dados zootécnicos envolvidos, o projeto abrangerá ainda os aspectos climáticos, químicos e biológicos do reservatório. Os pesquisadores da EMBRAPA trabalharão em parceria com a Universidade de Guelph, no Canadá, reconhecida por seu trabalho em nutrição de peixes, e com a Universidade de Stirling, na Escócia, que tem grande experiência em modelagem computacional.