NOTÍCIAS & NEGÓCIOS | edição 155

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TILÁPIA CERTIFICADA – A Netuno Internacional S/A recebeu dia 20 de maio o certificado ASC – Aquaculture Stewardship Council de produção sustentável para a sua tilápia produzida no lago da barragem de Paulo Afonso, nos municípios de Petrolândia e Jatobá-PE. Sendo o primeiro pescado com Selo de Sustentabilidade do Brasil, a tilápia da Netuno abriu também as portas para ser servida nos jogos olímpicos e paralímpicos no Rio de Janeiro, já que o Comitê Olímpico 2016 firmou compromisso de servir apenas pescado proveniente de pesca ou aquicultura sustentáveis aos atletas, comissão e frequentadores da Vila Olímpica ao longo de toda a competição. A ASC é uma certificadora internacional com sede na Holanda, que nasceu a partir de um esforço conjunto da WWF (World Wildlife Fund) e do IDH (Dutch Sustainable Trade Initiative) e certifica produtos da aquicultura, enquanto a sua prima-irmã MSC – Marine Stewardship Council, o faz com produtos da pesca. Segundo André Brugger, Vice-Presidente do IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade) e consultor da Netuno, após o selo ASC para a tilápia a meta da empresa será conseguir o selo MSC para o pargo capturado no norte do Brasil.

PARADA TEMPORÁRIA – Para tristeza de muitas famílias, a piscicultura no açude do Castanhão agoniza, e será temporariamente interrompida após a comercialização dos poucos peixes que sobreviveram aos últimos episódios de mortalidade em massa, iniciados em maio passado. Com a estiagem, o Castanhão está prestes a atingir o seu volume morto, e uma portaria está sendo esperada até o final de julho proibindo a piscicultura nas águas do açude, ainda que algum produtor queira povoar por sua conta e risco. A expectativa de todos da região é que o açude receba o quanto antes as águas da transposição do Rio São Francisco, cujas bombas devem ser acionadas já em novembro desse ano. Enquanto isso, o cearense habituado ao consumo de tilápia, ou cará, como também é conhecida, já está pagando R$ 8,70 no quilo do peixe fresco e eviscerado, no mercado de Fortaleza.

NATIVOS EM CUIABÁ – Cuiabá (MT) terá Feira Nacional de Peixes Nativos de Água Doce. O Sebrae, juntamente com seus parceiros, promove de 08 a 10 de setembro de 2016, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, Mato Grosso, a 2ª Feira Nacional de Peixes Nativos de Água Doce e o 2º Seminário Técnico de Peixes Nativos de Água Doce. Com um público previsto de 560 participantes no seminário e 300 visitantes na feira, o evento é calcado nos seguintes eixos temáticos: tecnologia, mercado e sustentabilidade; desenvolvimento da piscicultura – cenários e perspectivas; e negócios, com a realização de um encontro de negócios de pescado. A Feira terá exposição de máquinas, equipamentos, insumos e atrativos como tecnologia, gastronomia e disseminação de conhecimento envolvendo a cadeia produtiva da piscicultura. Na programação do seminário, palestras máster (nacional e internacional) e técnicas, além de clínicas tecnológicas. O evento visa estimular o acesso ao conhecimento, à informação e às oportunidades de negócios na piscicultura, setor que coloca Mato Grosso como segundo Estado em produção de peixes do Brasil.

MELHORAMENTO GENÉTICO E GENÔMICO– A empresa de consultoria especializada em aquicultura Nova Aqua (João Campos e Eduardo Ono) e a AgroPartners, de José Fernando Garcia, empresa dedicada à consultoria na área de bioinformática e genômica animal, estabeleceram parceria para oferecer serviços e ferramentas na área de melhoramento genético e genômico a empresas que atuam na área de genética e produção de formas jovens dos produtos da aquicultura. Os serviços oferecidos em parceria visam oferecer ao setor acesso a tecnologias até o momento indisponíveis no Brasil. Customizados para as necessidades de cada cliente, os serviços oferecidos podem ir desde a avaliação de endogamia nos planteis, até o desenvolvimento de ferramentas genômicas para o apoio técnico a programas de melhoramento genético, que podem incluir consultoria mais ampla envolvendo todos os aspectos de manejo, reprodução e melhoramento genético de animais aquáticos. Com o apoio da Neogen/GeneSeek, uma das maiores empresas globais do setor de genômica, a parceria está organizando um consórcio internacional para viabilizar o desenvolvimento do primeiro SNP chip de alta densidade do mundo para a tilápia do Nilo, base do trabalho de melhoramento genômico. Posteriormente, o objetivo é expandir as atividades para outras espécies, como o camarão e peixes nativos, como por exemplo o tambaqui. Passo fundamental para o desenvolvimento do SNP chip é a coleta de amostras de DNA que representem a variabilidade genética da tilápia. Produtores, empresas, universidades e centros de pesquisa que trabalham com tilápia e tenham interesse em fornecer amostras (pequeno pedaço de nadadeira) de seus planteis podem entrar em contato com João Campos através do e-mail [email protected]

DE OLHO NA SAÚDE DOS PEIXES – O Grupo Técnico de Sanidade Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, no dia 29 de junho, em Brasília, para debater a falta de fiscalização e controle sanitário na aquicultura, que tem permitido a disseminação de doenças e causado prejuízo ao piscicultor brasileiro. Participaram da reunião, via videoconferência, assessores técnicos das comissões de produção animal da CNA, representantes do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), do MAPA e das Federações da Agricultura e Pecuária dos estados de Goiás, Minas Gerais, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O policultivo de peixes, a alta taxa de lotação nos tanques e a falta de informação sanitária do aquicultor sobre as larviculturas comerciais foram apontados como alguns dos fatores que dificultam o crescimento da produção e a competitividade do setor. “Há necessidade de controle sanitário em propriedades que cultivam principalmente a tilápia e peixes redondos, para evitar que doenças se espalhem”, disse o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Henrique Figueiredo. De acordo com ele, dentre os países da América, o Brasil é o que apresenta maior quantidade de publicações com relato de doenças emergentes na produção de tilápia. “Temos registrado elevados números de doenças causadas por bactérias e vírus e o aumento de casos de infecção simultânea por dois agentes diferentes (coinfecção)”, relevou Henrique. Em 2014, o então Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) publicou a portaria nº 441, colocando em consulta pública o projeto de Instrução Normativa para instituir o Programa Nacional de Monitoramento Sanitário de Alevinos e Juvenis de Tilápias (Oreochromis, Tilapia, Sarotherodon e híbridos desses gêneros). O programa, chamado de “Alevino de Tilápia Monitorado”, prevê o monitoramento de patógenos relevantes para a saúde animal que causam prejuízos ao aquicultor. Para o setor será um passo importante para avaliação das deficiências sanitárias existentes na cadeia produtiva, bem como para dar suporte à implementação das demais políticas públicas. O presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, apresentou os principais problemas sanitários em peixes nativos enfrentados atualmente por toda cadeia produtiva, para ele, um dos entraves é a identificação dos microrganismos nos alevinos. “O conhecimento de vírus e bactérias em peixes ainda é restrito, e isso dificulta o tratamento. Já os parasitos, que podem ser vistos a olho nu, são mais fáceis de detectar”, explicou Ono. A ausência de informações técnicas, de serviço de diagnóstico, de planos de prevenção específicos e de protocolos de tratamento validados foi destacada por Ono. “Precisamos de mais qualificação de profissionais, de aprofundar as pesquisas e intensificar a orientação e apoio tecnológico aos produtores”, concluiu. O médico veterinário e fiscal federal do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DAS/SDA/MAPA), Eduardo de Azevedo Pedrosa, falou sobre a importância do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo – Aquicultura com Sanidade – que visa garantir a sustentabilidade dos sistemas de produção e a sanidade da matéria-prima proveniente de cultivos nacionais. Para Eduardo Pedrosa, o programa vai abranger todos os estabelecimentos brasileiros que cultivam ou mantêm animais aquáticos, e assim promover a redução da mortalidade, proteger a saúde pública e melhorar a qualidade do produto final, completou.

CURSO INTRODUÇÃO À RANICULTURA – A Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) abriu 20 vagas para aulas gratuitas no Curso de Introdução à Ranicultura, em Santo Antônio de Pádua, município localizado no noroeste do estado fluminense. A capacitação acontecerá no próximo dia 15 de agosto e será ministrada pelo pesquisador Marcelo Maia, da Estação Experimental de Aquicultura Almirante Paulo Moreira da Fundação. As aulas serão oferecidas com conteúdo teórico e prático, na Estação de Piscicultura de Santo Antônio de Pádua. A iniciativa é uma parceria da Fiperj com a Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Pádua. Produtores rurais e técnicos interessados na atividade, podem se informar sobre inscrição pelo telefone (22) 3853-1404.

GARGALOS DO PIRARUCU – Pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, da tese de doutorado de Gleriani Ferreira, evidencia que a falta de uma cadeia competitiva dificulta a oferta e distribuição de produtos da Amazônia, com qualidade e preço justo. Com isso, a região deixa de gerar empregos e renda para melhorar as condições de vida dos seus habitantes. A falta de frigoríficos e falhas na distribuição e comercialização são alguns dos gargalos que inibem a competitividade do pirarucu, por exemplo, comercializado nos mercados de Manaus ao preço médio de R$ 20,00 o quilo. No Mercado Municipal de São Paulo, depois de processado, o pirarucu alcança o preço médio de R$ 70,00 o quilo. A Região Norte do Brasil foi estudada porque o sistema fluvial da Amazônia apresenta uma enorme capacidade para atender o mercado interno e se tornar um grande exportador de pescados. A pesquisa foi orientada pelo professor Jacques Marcovitch, da FEA, autor do livro A Gestão da Amazônia.

REIVINDICAÇÕES DO SETOR AQUÍCOLA – A Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, em Brasília, no final de junho, com o secretário de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Sami Pinheiro, quando foram apresentadas as principais demandas do setor aquícola para aumentar a competitividade da cadeia produtiva. Os representantes da CNA pediram ao secretário ajuda para pleitear, junto aos órgãos competentes, a simplificação do licenciamento ambiental por meio de um sistema online, a exemplo do desenvolvido pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), capaz de reduzir, em até 70%, o tempo necessário para a liberação da licença. Na opinião do presidente da Comissão, Eduardo Ono, o processo de obtenção do documento legal para exercício da atividade é muito burocrático, impedindo que o produtor tenha acesso a seguro e a meios que reduzam os custos de produção. “Os aquicultores não conseguem fazer um planejamento em longo prazo e deixam de vender seu produto para as indústrias que, em alguns casos, só compram peixes de estabelecimentos com o licenciamento, ampliando cada vez mais o mercado ilegal”, disse. Eduardo Ono lembrou ainda que também é prioritário para o desenvolvimento da aquicultura, o direcionamento das pesquisas, que devem ser integradas à prática da atividade. “Cada pesquisador determina seu foco de estudo, sem considerar a real necessidade do setor e essa forma de pesquisar não traz benefício nenhum ao produtor”. Para Ono, a definição de linhas específicas de pesquisa pode colaborar com ganhos para o produtor, por exemplo, com a elaboração de rações de melhor qualidade e linhagens com menor conversão alimentar. Outra reivindicação é a implantação de uma estrutura de processamento industrial do pescado, que é muito complexa com a rigidez da legislação. “Esta é a principal razão de existirem poucas indústrias, reduzindo cada vez mais a competitividade e o preço pago ao produtor, provocando aumento do preço final do produto”, afirmou a assessora técnica da Comissão da CNA, Lilian Figueiredo.

MACROBRACHIUM – De 21 a 23 de março de 2017 será realizada em Bangkok, Tailândia, a Giant Prawn Conference 2017. Apesar do nome ser uma referência ao Macrobrachium rosenbergii, por ser também conhecido como o camarão gigante da Malásia, a conferência abrangerá o cultivo de todos os camarões de água doce do gênero Macrobrachium. Segundo Michael New, um dos organizadores deste evento, cuja primeira versão aconteceu em 1980, esta será uma grande oportunidade para que a indústria mundial de criação de camarão de água doce possa entrar em contato com as últimas pesquisas e definir quais serão as prioridades que deverão ser atendidas para acompanhar a expansão da atividade. Cerca de 30 convidados internacionais estão sendo esperados. Entre eles: Peter Mather (Austrália), Md Ayaz Hasan Chisty (Bangladesh), Patricia Moraes-Valenti e Wagner Cotroni Valenti (Brasil), Anthony Ostrowski (China), Yang Guoliang (China), Denis Lacroix (França), C. Mohanakumuran Nair (Índia), Endhay Kusnendar (Indonésia), Amir Sagi (Israel), ?Ilan Karplus (Israel), Mohd Fariduddin Othman (Malásia), Nyan Taw and Soe Tun (Myanmar), Nikolina Kovatcheva (Russia), Jose Fernandez Polanco (Espanha), Rohana Subasinghe (Sri Lanka), I-Chiu Liao (Taiwan), Amararatne Yakupitiyage (Tailândia), Uthiarat Na-Nakorn (Tailândia), William Daniels (USA), James Tidwell (USA) e Tran Ngoc Hai (Vietnã). E quem chegar um pouco mais cedo ainda vai poder participar de um treinamento de três dias nas dependências da AIT onde serão vistos os últimos avanços na produção de pós-larvas de Macrobrachium. Este treinamento acontecerá de 17 a 19 de março. Mais informações www.giantprawn.org