VIGÉSIMO CONBEP – Uma data redonda, que merece comemoração. No período de 8 a 10 de outubro, a cidade de Florianópolis irá receber o 20º Congresso de Engenharia de Pesca. O tema escolhido para celebrar as 20 realizações do evento foi “Engenharia: tecnologia e Inovação para a Pesca e Aquicultura” e vai acontecer no Centro de Eventos da Associação Catarinense de Medicina – ACM. Na abertura do evento a aquicultura e a pesca serão abordadas por dois especialistas. Itamar de Paiva Rocha, da ABCC, falará sobre as “Implicações das Políticas Públicas (Aquícola e Ambiental) ao Desenvolvimento Tecnológico e à Inovação da Aquicultura no Brasil”. Já a “Situação e Perspectivas para o Desenvolvimento da Pesca no Brasil e no Mundo” será o tema abordado por Fábio Hissa Hazin, da UFRPE. Uma mesa redonda sobre “Inovações Tecnológicas Para Reprodução de Peixes Cultivados no Brasil” reunirá o engenheiro de pesca e produtor José Bonifácio Valgueiro de Carvalho, e o professor da UNESP, Eduardo Antônio Sanches. Mais sobre a programação pode ser conferido no site do evento www.faep.eng.br. As normas para submissão dos trabalhos também se encontram no site, e o prazo para envio dos Resumos Simples e/ou Trabalhos Completos vai até 20/08/2017. A divulgação dos trabalhos aprovados aos congressistas será em 15/09/2017. Informações sobre passagem, hospedagem e passeios turísticos podem ser obtidas com a Açoriana Eventos, agência de turismo oficial do congresso, pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (48) 3251-3939.
RUSSOS AJUDAM CARCINICULTORES – Uma equipe de cientistas da Universidade Politécnica de Tomsk (Rússia) criou um medicamento para Mancha Branca. Injeções de nanopartículas de prata desenvolvidas por químicos russos foram testadas com sucesso no México, onde todas as tentativas de curar a doença foram frustradas até o momento. Uma fazenda no México foi usada nos experimentos. No início, vários camarões jovens infectados receberam injeções com o medicamento e, quatro dias depois a sobrevivência foi superior a 90%. Os cientistas passaram, então, a testar um grupo maior de camarões jovens. As cobaias infectadas foram divididas em subgrupos, algumas das quais recebendo a droga. Quatro dias depois, 80% dos camarões tratados com a droga sobreviveram e começaram a recuperar. Entretanto, a taxa de sobrevivência de indivíduos não tratados foi de apenas 10%, de acordo com um estudo publicado na revista Chemosphere. A droga é chamada “Argovit” e tem um efeito destrutivo universal sobre vírus, bactérias e fungos. O novo tratamento já foi testado em mais de 25 tipos de doenças. Medicamentos baseados em Argovit foram certificados e são usados hoje em medicina veterinária para tratar uma variedade de doenças virais e bacterianas em bovinos e animais de estimação.
CAMARÃO EQUATORIANO – A Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) protocolou no Ministério da Agricultura (MAPA) documento solicitando ao ministro Blairo Maggi que recue na decisão de abrir o mercado brasileiro para a importação de camarão do Equador. No documento, a ABCC reafirma a preocupação com a sanidade dos camarões equatorianos, tendo em vista que 34 doenças ou cepas virais já foram identificadas e estão afetando a carcinicultura mundial. A prevenção contra essas doenças é prioridade máxima do setor da carcinicultura brasileira, uma vez que não há medicamentos para a cura do camarão, quando doente. Os criadores de camarão reclamam que Maggi se manifestou favorável à importação do crustáceo, ao contrário do episódio da “Carne Fraca”, quando o ministro foi rápido em defesa dos produtores brasileiros. A ABCC está ameaçando entrar na Justiça contra a medida, já que o Equador tem dez tipos de doença do camarão, das quais quatro já foram registradas no Brasil. Segundo a ABCC o risco da abertura de mercado favorece a entrada de doenças, que prejudicam a produção e que podem levar a nova quebra de safra, como a Mancha Branca, que quebrou a safra no ano passado. As doenças nos camarões não trazem risco para a saúde humana, mas causam uma mortandade alta na produção em cativeiro, provocando prejuízo para o setor. Entretanto, o Instituto Nacional da Pesca (INP), entidade equatoriana que garante a segurança dos produtos da pesca e da aquicultura, habilitou algumas empresas a exportar camarão para o mercado brasileiro. A lista das empresas autorizadas pode ser verificada no site do INP, que está ligado ao site oficial do MAPA. Como autoridade competente, o INP acompanhará o cumprimento das normas sanitárias das empresas que venham solicitar a entrada no mercado brasileiro. A lista de empresas autorizadas a exportar para o Brasil pode ser verificada em: https://goo.gl/SE66Ca
1º LUGAR EM REUSO DE ÁGUA – A Arenales Homeopatianimal, que nas pisciculturas e aquários do país apresenta resultados expressivos no tratamento das mais variadas patologias, ficou em 1º lugar em todo o Estado de São Paulo, no 12º Prêmio Conservação e Reuso da Água dado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Entre os inúmeros projetos avaliados na categoria de micro e pequeno porte, a Arenales foi a vencedora com o Projeto de Reuso de Água dos Destiladores da indústria. Nele a empresa apresentou o quanto de economia foi gerada, depois que o sistema passou a operar na sede matriz da Arenales, em Presidente Prudente (SP). Na aquicultura, a Arenales atua na fabricação de medicamentos homeopáticos para peixes. Os medicamentos não liberam toxinas ou deixam resíduos no ambiente onde os animais estão sendo cultivados. Dessa forma, a água não é contaminada e os peixes também não liberam organismos que possam prejudicar e/ou alterar o pH do ambiente.
PISCICULTORES TÊM DESCONTOS NA ENERGIA – Piscicultores amazonenses podem ter até 80% de desconto na tarifa de energia. De acordo com uma resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o desconto pode variar de 67% a 80%. Para isso é necessário que o piscicultor tenha o padrão de entrada de energia elétrica exclusivo para cargas destinadas à aquicultura. O proprietário rural deve comparecer em qualquer posto de atendimento presencial da Eletrobrás Distribuição Amazonas, na capital ou nas agências do interior, preencher um formulário e aguardar uma equipe da distribuidora para vistoria e instalação de um novo medidor no estabelecimento. O prazo de atendimento é de até 15 dias. Após esse processo, em até dez dias é realizada a ligação com medidor novo.
DECISÃO ANTIDUMPING – O Brasil obteve vitória na 2ª Revisão Quinquenal do processo antidumping, movido pelos Estados Unidos contra o camarão congelado brasileiro. O processo incluía também outros quatro países: Tailândia, Vietnã, Índia e China. Na revisão do processo, no dia 17 de março, o Brasil optou por uma estratégia de se desvincular dos outros países, apresentando defesa individual. Na audiência foram destacadas a mudança de destino do camarão de cultivo do Brasil do mercado internacional para o mercado interno, independentemente do fator antidumping e o potencial de crescimento que este mercado apresenta. Além disso, enfatizou-se que a revogação da ordem antidumping contra o Brasil não levaria a uma continuação ou recorrência de danos e prejuízos a indústria doméstica (USA) de camarão de águas mornas. O Brasil foi o único país que saiu vitorioso desta revisão. Segundo a ABCC, produtores brasileiros de camarão estão revendo suas estratégicas de forma a atender o mercado americano. A sobretaxa que inviabilizava a exportação do crustáceo para os Estados Unidos foi suspensa pelo governo americano e agora, uma nova frente de escoamento da produção pode ser aberta.
EXPANSÃO DA PISCICULTURA NO MS – Cinco áreas aquícolas do Mato Grosso do Sul destinadas à piscicultura em águas da União foram licitadas no dia 11 de maio. Localizadas nos reservatórios de Ilha Solteira e de Engenheiro Souza Dias (Jupiá), nos municípios de Selvíria e Aparecida do Taboado, as cinco áreas somam, juntas, 585 hectares em lâmina d’água, e permitem a produção de até 112 mil toneladas de peixe por ano no sistema de produção em tanques rede. O faturamento bruto anual pode chegar a R$ 425 milhões, permitindo a geração de 3,4 mil empregos diretos e mais de 13,6 mil empregos indiretos. Para o Coordenador de Aquicultura em Águas da União, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Diógenes Lemainski, “esse trabalho em Mato Grosso do Sul é um exemplo para o Brasil. Precisamos produzir mais peixe, e a agilização e modernização dos procedimentos para águas da União é um caminho necessário”. A licitação, feita na modalidade maior lance ou oferta, teve duas empresas participantes – a Geneseas Aquacultura Ltda. e a Tilabrás Aquacultura Ltda., e não houve disputas entre as áreas. Ambas concorrentes apresentaram propostas que somaram o total de R$ 2,14 milhões para o período do contrato de cessão de 20 anos – o que equivale a R$ 107 mil por ano em arrecadações para a União pelo uso oneroso das áreas. A licitação foi feita em cumprimento ao Edital nº 001/2017 SFA-MS. A aquicultura em águas da União é o segmento com maior capacidade de impacto a curto e médio prazo para o aumento da produção de pescado no Brasil. Em todo Brasil, 3.770 áreas aquícolas estão licitadas e contratadas, incluindo Parques Aquícolas, que somam uma produção autorizada de mais de 425 mil toneladas anuais em uma área de mais de 2,2 mil hectares. Contudo, ainda restam 3.200 pedidos em tramitação junto ao MAPA e demais órgãos públicos, que somam mais de 6 milhões de toneladas por ano de pescado – mais de 10 vezes a produção aquícola nacional, que atingiu as 574 mil toneladas em 2015 (IBGE, 2016).
PEIXE BR – Francisco Medeiros, que exercia o cargo de secretário executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), agora é o novo diretor presidente da instituição. A criação de uma diretoria executiva foi proposta pelo Conselho de Administração e aprovada pelos associados da entidade em assembleia realizada em São Paulo. “O objetivo de ter uma diretoria executiva é intensificar a participação da associação nas discussões mais importantes da cadeia produtiva, além de dar respaldo às empresas, produtores e entidades de classe associadas em termos de legislação, regulamentação, mercado e demais necessidades”, explicou Ricardo Neukirchner, presidente do conselho de administração da associação.
ACOMODAÇÃO DE ALIADOS – A transferência da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura para o Ministério da Indústria, determinada pelo governo, por meio de decreto, no dia 13 de março, foi avaliada em audiência pública, promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), presidida pelo senador Ivo Cassol (PP), que classificou a mudança da secretaria como uma “questão política” para a acomodação de aliados. Quem propôs a audiência foi o senador Dalírio Beber (PSDB), para quem a mudança para o MDIC é um retrocesso. Também não concordaram com a transferência da pasta o senador Wellington Fagundes (PR), o reitor da Universidade do Vale do Itajaí (SC) Mário Cesar dos Santos, o presidente do Sindicato dos Armadores de Itajaí, José Jorge Neves Filho, o diretor-presidente da Peixe BR, Francisco Chagas Medeiros, e o presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Eduardo Ono, que na ocasião alertou que o MDIC não tem capilaridade nos estados capaz de dar o suporte necessário ao setor. Tanto o secretário de Aquicultura e Pesca, Dayvson Franklin de Souza, quanto o deputado Cleber Verde (PRB), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Pesca e da Aquicultura, que contam com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), acreditam que a mudança para o MDIC é positiva, pois pode dar mais estrutura para a secretaria. O senador Omar Aziz (PSD), que também apoia a transferência, pediu ao governo ações mais eficientes para o setor e sugeriu uma nova audiência pública, dessa vez com a presença dos ministros do MAPA, Blairo Maggi, e MDIC, Marcos Pereira. O resultado da consulta pública na internet sobre o tema mostrou um placar de 279 pessoas favoráveis a permanência da aquicultura no MAPA contra apenas seis a favor.