BNB DISPONIBILIZA RECURSOS – Têm sido grandes os esforços da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) para a recuperação da carcinicultura brasileira, os resultados já estão sendo colhidos, e um deles é a volta do apoio do Banco do Nordeste (BNB) ao setor. O banco acabou de disponibilizar 30 milhões de reais para financiamento de projetos de carcinicultura. Para ter acesso ao crédito, basta o produtor ter cadastro junto ao Incra (CCIR), registro da propriedade, garantias reais, Licença de Operação (LO) e projeto técnico-econômico. O BNB financia a construção, reforma ou ampliação de qualquer benfeitoria e instalação permanente, caso a reforma vise a modernização do empreendimento ou o aumento da receita operacional. Financia também máquinas, implementos, equipamentos e veículos, suprimentos para custeio e outros itens necessários à viabilidade do empreendimento.
LIMINAR BARRA IMPORTAÇÃO DE CAMARÃO – O Juiz Federal Itagiba Catta Preta, de Brasília, concedeu liminar suspendendo todas as autorizações para a importação de camarões equatorianos, e condicionou qualquer iniciativa nesse sentido à realização de uma Análise de Risco de Importação (ARI). A sentença foi em resposta a Ação Civil Pública movida pela ABCC diante das autorizações já expedidas pelo Departamento de Defesa Animal da Secretaria de Defesa Animal do MAPA. No total, 23 empresas equatorianas já haviam sido habilitadas para exportar camarão para o Brasil, inclusive com aprovação de rótulos e autorização para duas das principais empresas exportadoras do Equador: a Omarsa e a Proexpo. A ABCC sustenta veemente que esses camarões são vetores de pelo menos 13 doenças de alto risco epidemiológico para o Brasil. Segundo Itamar de Paiva Rocha, a defesa contra a tentativa de liberar as importações fortaleceu entendimentos e criou parcerias da ABCC com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), gerando apoios específicos para o setor. Agora é a vez da sanidade aquícola, uma prioridade do momento. Para isso a ABCC tenta o convencimento do Senador Flecha Ribeiro – relator da MP 782/17, que estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios, para que a sanidade do pescado passe a ser uma das competências do MDIC. A ideia é reverter o que ficou recentemente estabelecido com a publicação de outra MP (726/17), que atribuiu ao MAPA a competência da sanidade do pescado. Ao que tudo indica, as chances da sanidade ir para o MDIC são grandes, já que o revisor do relator da MP é o deputado Cleber Verde, do PRB, ferrenho defensor e principal articulador da ida da pesca e da aquicultura para o MDIC.
EMENDAS PARLAMENTARES – A carcinicultura foi beneficiada com recursos oriundos de Emendas Parlamentares. Ao todo foram R$ 1.400.000,00, dos quais R$ 900.000,00 se destinará ao “Censo Completo do Setor Carcinicultor Cearense”, cujo objetivo é revelar em que condições estão e como se desenvolvem os diversos segmentos da cadeia produtiva do camarão cultivado no Estado do Ceará. O Censo foi iniciado em março e se estenderá até novembro deste ano. Os demais R$ 500.000,00 foram destinados a realização de cursos teóricos e práticos sobre manejos e operacionalização de berçários primários e secundários cobertos, tipo estufa. O objetivo é capacitar micros, pequenos e médios produtores e técnicos, nas melhores técnicas para melhorar a convivência com a mancha branca.
OUTRA BOA NOTÍCIA – O governo americano eliminou, em maio, uma taxa de 10% sobre a importação do camarão brasileiro que estava em vigor desde 2003. Os Estados Unidos é o maior mercado do mundo para o crustáceo, com vendas anuais de 6 bilhões de dólares. Com essa medida, os carcinicultores brasileiros já podem pensar em retomar as exportações. Antes, porém, é preciso voltar a abastecer plenamente o mercado brasileiro, que anda ávido pelo produto, razão pela qual movem ações para que o governo brasileiro permita a importação do produto.
PREÇO PERVERSO – As cerca de 150 fazendas de camarão na Bahia, em sua maioria de pequenos carcinicultores, não estão conseguindo bancar a exigência do órgão ambiental do estado e, por isso o estado não consegue ultrapassar as pífias 2.700 toneladas de camarão por ano. O pequeno volume produzido se deve a uma lei estadual de 2012, que obriga os produtores baianos a realizar novos e complexos estudos ambientais, caso queiram ampliar sua produção. O custo de um estudo no Estado da Bahia varia de 200.000 a 600.000 reais, e todos os licenciamentos precisam ser novamente refeitos, partindo do zero. Para ampliações em outros estados, os órgãos ambientais exigem apenas relatórios simples, que não passam de 50.000 reais.
TECNOLOGIA BIORIGIN – A Biorigin aproveitou a AquiShow 2017, evento realizado em maio, em Santa Fé do Sul, SP, para promover junto aos visitantes do seu estande, o MacroGard beta 1,3/1,6 glucanos, um produto que tem o potencial de equilibrar as defesas naturais de peixes e camarões. Segundo Felipe de Conti Horta, Gerente de Produtos, o MacroGard contribui para uma proteção eficiente frente os desafios causados por vírus, bactérias e parasitas, garantindo resistência e bom desempenho dos animais. A Biorigin é uma multinacional brasileira que mobiliza conhecimento e tecnologia para, a partir de processos biotecnológicos, desenvolver soluções inovadoras para saúde e bem-estar dos animais. Seu portfólio é composto por ingredientes 100% seguros, garantidos pela rastreabilidade total do processo de produção desde a matéria-prima. Para mais informações sobre este e outros produtos 100% naturais do portfólio da Biorigin contate: [email protected] ou visite: www.biorigin.net
FÁBRICA AMPLIADA – A parceria das rações Raguife com a Ferraz Máquinas acaba de completar 10 anos. Foi iniciada com a inauguração, em 2008, da fábrica que atualmente produz mais de 30 mil toneladas por ano de alimentos destinados a cavalos e peixes. Na época, a Ferraz Máquinas realizou um primeiro fornecimento para a ampliação da fábrica que já existia, conseguindo atender o grupo em suas expectativas. Atualmente a Ferraz foi novamente escolhida para outra ampliação e para mais uma linha para produção de ração extrusada, com capacidade de 6 toneladas/hora. A nova linha conta com o Moinho Ferraz – modelo M-1000, Misturador Horizontal MH-2000, Extrusora E-200-AR, Secador modelo G2-2.300, um Recobridor duplo eixo VC-600 e complementos, como elevadores de canecas, silos e roscas, contribuindo para o crescimento da empresa que através de um trabalho focado na qualidade e busca constante de tecnologia, se transformou em uma das líderes de mercado no segmento que atua.
NOVAS SOLUÇÕES PARA NUTRIÇÃO – As fitases, grupo de enzimas utilizadas na nutrição animal permitem que nutricionistas reduzam a inclusão de fontes de fósforo, melhorando, assim, a digestibilidade e absorção de outros nutrientes. Além disso, a fitase na alimentação de organismos aquáticos possibilita uma melhora no desempenho dos animais e a redução do custo de formulação das rações. De acordo com o gerente técnico da AB Vista, Alexandre Barbosa de Brito, estudos realizados pela equipe técnica da empresa, apontam que existe uma oportunidade de redução média de US$ 12,00/tonelada em custos de formulação de dietas para animais aquáticos, ao levar em consideração esta estratégia. Para mais informações sobre as novas soluções para a nutrição animal visite o site da AB Vista https://pt.abvista.com
MARICULTURA NO FOCO – O empresário Kazuo Tonaki, brasileiro, descendente de japoneses, comemora a repercussão do seu trabalho na Ilha Grande, que já é considerado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO, como um exemplo para o Brasil e o mundo. Segundo a engenheira de aquicultura Patrícia Merlin, a fazenda marinha de Kazuo possui cerca de 400 mil vieiras e 8 mil bijupirás, peixe que alcança de três a quatro quilos em apenas um ano, explica. A produção despertou o interesse da FAO, que passou a fornecer orientação técnica e recursos para um projeto de escola de maricultura na região, visando fomentar a produção de alimentos no mar. Segundo estudos da FAO, até 2050, será preciso dobrar a produção de alimentos de qualidade para atender a demanda mundial. A fazenda marinha de Kazuo atualmente produz, num espaço de sete mil metros cúbicos, 11 toneladas de alimentos por ano.
DE VOLTA AO BRASIL – Fernando Kubitza, finalmente está de volta ao Brasil após dois anos nos Estados Unidos, cooperando com projetos de pesquisa na Auburn University, no estado do Alabama, onde auxiliou no planejamento e na execução de um programa de pesquisa sobre o cultivo de catfish em raceways flutuantes. Lá, prestou consultoria à Harvest Select, maior empresa de produção e processamento de catfish do Alabama, onde coordenou e executou pesquisa com minerais orgânicos na alimentação de tilápia, parte de um contrato entre a Alltech e a Universidade de Auburn. Nessa universidade acompanhou trabalhos realizados com bioflocos e aquaponia, e integrou pesquisadores com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Neste período Fernando manteve ativa sua contribuição com a aquicultura no Brasil, escrevendo seus importantes artigos para a Panorama da AQÜICULTURA, bem como para a revista online “Global Aquaculture Advocate”, compartilhando, desta forma, os seus conhecimentos com produtores em todo o mundo. Por lá, Fernando apresentou palestras, organizou dias de campo e reuniões que contaram com a participação de produtores. Ajudou na organização de visitas técnicas de produtores e técnicos brasileiros a centros de pesquisa da Escola de Pesca, Aquicultura e Ciências Aquáticas da Auburn University e a polos e empresas de produção de catfish. Participou de congressos, workshops e de cursos, dentre eles sobre a metodologia “Lean” aplicada à aquicultura, assunto do artigo apresentado nesta edição. De volta ao Brasil, Kubitza já intensificou seus trabalhos de consultoria pela Acqua Imagem, e a organizar os cursos e palestras online, além de eventos itinerantes pelo Brasil.
DETECÇÃO PRÉVIA DE DOENÇAS – Uma cientista da James Cook University (JCU), na Austrália, está usando uma tecnologia genética inovadora para ajudar os produtores aquícolas a detectar precocemente surtos de doenças, responsáveis por cerca de 40% das perdas em aquicultura em todo o mundo, um prejuízo anual de aproximadamente US$ 102 milhões. A pesquisadora Giana Gomes disse que “com o uso do método de DNA ambiental (eDNA), é possível saber que parasitas e peixes vivem em um corpo de água, apenas avaliando uma pequena quantidade de água. A técnica molecular é similar à usada em cenas de crimes, onde se pode identificar o DNA, avaliando apenas uma gota de sangue ou saliva”. Ainda segundo a cientista, “a metodologia do eDNA é capaz de ajudar os produtores a identificar potenciais doenças que ameaçam seus animais antes de serem infectados”.
NOVO GERENTE DE AQUICULTURA – A Phibro Saúde Animal contratou o biólogo João Felipe Moutinho Sant’Anna para reforçar sua equipe e gerenciar a área de Aquicultura. João Felipe terá como principais atribuições analisar as oportunidades do crescente mercado aquícola brasileiro, além de manter contatos e desenvolver relacionamento com os principais players da atividade e promover geração de demanda, serviço técnico e treinamento para as equipes dos parceiros comerciais. Graduado em Biologia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e com Mestrado em Biologia Evolutiva, João Felipe Sant’Anna tem experiência também nas áreas técnica e comercial.
NÚMEROS DE PESQUISA – A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) publicou recentemente os números do estudo que realizou em 385 estabelecimentos comerciais de cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Ceará e do Distrito Federal. O trabalho comparou os preços praticados em supermercados e peixarias, entre 18 de janeiro e 21 de março deste ano, com aqueles dos primeiros trimestres de 2016. A conclusão foi de que houve uma alta de 9% no preço médio da tilápia inteira e queda de 0,1% no preço médio do filé. O maior preço médio dos seis locais estudados foi o do Paraná (R$ 17,66). De acordo com a publicação, “provavelmente, o alto preço da tilápia inteira do Paraná se deve ao perfil industrial do mercado da tilápia no estado, com predominância de produtos processados, dos quais o principal é o filé”. Outro dado interessante é que no primeiro trimestre de 2017 foram exportadas 182 toneladas de filé de tilápia, que geraram um volume de US$ 1,3 milhão. Todo esse peixe teve como destino os Estados Unidos. Uma queda tanto no volume exportado (foram 188 toneladas ano passado) como no valor por quilo (de US$ 7,8 em 2016 para US$ 7,3 neste ano). Todas as informações da pesquisa estão disponíveis na 10ª edição do informativo “Mercado da Tilápia”, um dos produtos do projeto de pesquisa “Indicadores socioeconômicos do desempenho da produção de tilápia no Brasil”, coordenado desde 2015 por Renata Barroso da Embrapa Pesca e Aquicultura, e desenvolvido juntamente com Andrea Muñoz, e estagiária Daniela Lima.
DUPLAMENTE PREMIADO NO WAS´17 – O mestrando Inácio Mateus Assane, orientado da Dra. Fabiana Pilarski, do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura do Caunesp foi premiado em duas categorias no Congresso Internacional World Aquaculture 2017. Foram dois prêmios destinados a estudantes filiados a World Aquaculture Society. O primeiro prêmio foi por ter um dos três melhores resumos submetidos ao congresso. Resumo intitulado “Thiamphenicol: in vitro activity against bacteria pathogenic to fish” que demonstrou alto mérito científico. E, o segundo, por ter ficado em segundo lugar na competição de apresentação oral de resumos em plenária. O congresso da WAS´2017 ocorreu de 26 a 30 de junho de 2017, em Cape Town, África do Sul.
NOVO ALIMENTADOR WEEMAC – A quantidade exata, a uniformidade e frequência com que a ração é fornecida aos peixes nos viveiros escavados, foi o foco dos estudos realizados pela Weemac, empresa catarinense focada na fabricação de máquinas e equipamentos para aquicultura, para projetar seu novo Alimentador 2000 para Trator com Controlador Digital. O novo equipamento possui um sistema digital capaz de controlar, por tanque, a quantidade de ração que será lançada, armazenando e gerando relatórios do histórico das alimentações. A Weemac oferece ainda aos produtores a possibilidade de adquirir silos com diferentes capacidades para permitir que produtores de todos os portes se beneficiem da redução dos custos de mão de obra e da eficiência da alimentação que o equipamento proporciona. O alimentador é acoplado ao trator e é movido pela sua tomada de força; e seu sistema de quatro rodas permite que se movimente pelas laterais dos viveiros para o lançamento da ração. Mais informações www.weemac.com.br