Notícias & Negócios – edição 66

FLORES E PEIXES – A inusitada combinação ocorreu pela quarta vez em Maripá, na região oeste do Paraná. O evento vem celebrando o crescimento da produção de orquídeas e de peixes no município e tem sido uma boa oportunidade para que os produtores locais comemorem as mais altas taxas de produtividade do Estado do Paraná. Pelo quarto ano consecutivo os visitantes, vindos de toda a região oeste do estado, vão a Maripá se encantar com as lindas orquídeas e degustar a enorme variedade de pratos preparados com os peixes cultivados na região.

MALACOCULTURA – Foi realizado nos dias 17 a 20 de julho no Auditório Antônio Lisboa, do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco, o I Simpósio Nordestino de Cultivo de Moluscos Bivalves, como parte do XVII Encontro Brasileiro de Malacologia. Na ocasião, um seleto time de especialistas de todo o país abordou os principais temas pertinentes aos cultivos de moluscos (malacocultura), com destaque para a grande mobilização dos técnicos das Regiões Nordeste e Norte, unânimes em afirmar que a malacocultura é uma das mais importantes alternativas para o aumento da renda das populações costeiras. Entre os diversos temas apresentados, destacou-se o debate sobre a necessidade de ser revista a portaria do IBAMA que proíbe a importação de espécies exóticas, uma vez que a indústria de cultivo de ostras, principalmente da região sul, é dependente destas importações, já que a C. gigas não consegue se reproduzir em nosso meio ambiente. Aproveitando a oportunidade, Alfredo Olivera (UFRPE-PE), coordenador do evento, estimulou a publicação de trabalhos no Congresso da WAS – World Aquaculture Society, em 2002 na China, declarando que a participação de brasileiros neste evento é importante, uma vez que o Brasil sediará o encontro da WAS em 2003 (Salvador-BA). Comunicou também que o CNPq se dispôs a financiar cerca de 50 trabalhos como incentivo à participação brasileira no encontro da China. A atuação do DPA – Departamento de Pesca e Aqüicultura, entretanto, foi criticada pelos organizadores e demais presentes, que cobraram mais empenho no seu apoio ao I Simpósio Nordestino de Cultivo de Moluscos Bivalves. Segundo eles, o estímulo à troca de informações entre técnicos e produtores deveria ser um gesto mínimo, completamente inerente às funções do DPA.

SALVOS PELO CÂMBIO – Os bons desembarques da frota comercial de camarões de alguns países e a queda no consumo do crustáceo em importantes mercados como os EUA, aumentaram a oferta do produto no mercado internacional e fizeram com que os preços da commodity tenham despencado em 40% em relação ao ano passado, quando chegaram a ser negociados a US$ 8.00 o quilo, com o dólar sendo negociado a R$ 1,90. Os produtores nordestinos, entretanto, estão apostando na atual valorização do dólar frente ao real para compensar a derrocada na cotação do produto, cujo quilo vem sendo negociado atualmente a US$ 4,80 no exterior, com o câmbio da moeda ao redor de R$ 2,50. A estratégia dos produtores foi a de incrementar as exportações, que praticamente dobraram em alguns estados no primeiro semestre deste ano. Mesmo assim, segundo alguns empresários, a tentativa dos carcinicultores brasileiros de compensar a defasagem de preços com a variação cambial, poderá não ser suficiente para manter o faturamento do ano passado.

CONVÊNIO PRORROGADO – O plenário da 102ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, realizada no último dia 06/07/2001, deu parecer favorável a solicitação do Presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, deputado Luis Carlos Heinze (PPB-RS) para que fosse prorrogado o Convênio ICMS no 100/97, que reduz a base de cálculo do ICMS sobre produtos agropecuários. Publicado no Diário Oficial da União do dia 12 de julho, o Convênio no 58/2001 prorroga o de no 100/97 para abril de 2002 e autoriza os estados a reduzirem a base de cálculo ou isentarem da cobrança do ICMS os insumos agropecuários nas saídas interestaduais ou em transações internas nos estados.

AINDA VAGO – O agrônomo Maurélio Correia da Silva é o nome mais provável para ocupar o cargo de Coordenador de Aqüicultura, do Departamento de Pesca e Aqüicultura do Ministério da Agricultura. Até a sua confirmação para o cargo, que está vago desde a saída de Geraldo Bernardino, o órgão estará sendo interinamente ocupado por Raul Malvino Madrid, Coordenador do Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento do Camarão Marinho do DPA. Maurélio Silva pertenceu aos quadros da Epagri em Santa Catarina e é pós-graduado em administração rural pela Escola Superior de Agricultura de Lavras – MG.

CURSO TÉCNICO – O Colégio Agrícola Senador Carlos Gomes de Oliveira, localizado em Araquari – SC, está oferecendo o Curso Técnico em Aqüicultura, cujo objetivo é formar profissionais de nível médio capazes de trabalhar no mercado dos cultivos de organismos aquáticos. As aulas teóricas do curso são ministradas nas dependências do Colégio Agrícola e as práticas, nos Laboratórios de Aqüicultura da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina e da EPAGRI e, na Fazenda Yakult, em Barra do Sul, onde funciona o Centro de Pesquisa e Criação e Camarões. As disciplinas do curso englobam conhecimentos de carcinicultura, mitilicultura, ostreicultura, piscicultura, além de processamento de pescado, gestão empresarial, planejamento e projetos, bases da produção agrícola, e noções básicas de informática. Em dezembro próximo, será feita nova seleção de alunos, para que se forme uma segunda turma. Mais informações pelo site www.cascgo.ufsc.br

DIPOA – Não é muito simples registrar um estabelecimento junto ao DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura. Para começar, o interessado deverá enviar um requerimento solicitando exame e registro do estabelecimento e, junto ao requerimento, apresentar também os projetos das construções, nas escalas e cores discriminadas, acompanhadas de Memorial Descritivo das obras a realizar, material a empregar e equipamento a instalar. Deverá ainda anexar um Memorial Descritivo contendo informe de interesse econômico-sanitário de acordo com o modelo organizado pelo DIPOA. São exigidas também plantas baixas do estabelecimento, compreendendo cada pavimento com disposição dos equipamentos sob legenda e detalhes sobre rede de esgoto e abastecimento de água; plantas de fachada e corte longitudinal e transversal; fluxograma industrial e, quando exigidos, detalhes de aparelhagem e instalação. As plantas ou projetos devem conter ainda a posição da construção em relação às vias públicas e alinhamento dos terrenos; orientação; localização das partes dos prédios vizinhos construídos sobre divisas dos terrenos; perfis longitudinal e transversal do terreno em posição média sempre que este não for de nível. O projeto deve ser apresentado em duas vias, devidamente datado e assinado por profissional habilitado, de acordo com a legislação vigente, e pelo proprietário do estabelecimento. Para cada etapa dessas existe um modelo de formulário e cores determinadas pelo Departamento que precisam ser utilizadas nas plantas baixas. Isso só pra começar. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail: [email protected]

AOS ANUNCIANTES – Lembramos às empresas que veiculam suas publicidades na Panorama da AQÜICULTURA que oferecemos, gratuitamente, em nosso site, um espaço reservado para veiculação de mais informações na internet no endereço www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/produtos.htm. Lá poderá ser encontrado um resumo da atuação de cada empresa, com seus principais produtos e serviços, bem como endereços, telefones, contatos e os links para as suas respectivas página da internet. Uma ótima oportunidade de estar ainda mais em contato com os leitores e com os inúmeros internautas que nos visitam todos os dias.

ENCONTRO DAS ÁGUAS – Nos últimos anos a preocupação com a água como um bem escasso e essencial para a vida e, como um componente fundamental para o desenvolvimento sustentável das nações, tem sido expressada internacionalmente, gerando consensos e acordos em eventos que orientam o tema. Essa consciência obriga que se defina uma estratégia de gestão moderna dos recursos hídricos. Nesse contexto, que busca harmonizar a conservação do recurso, o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente, se realizará entre os dias 24 e 26 de outubro, em Santiago do Chile o “III Encontro das Águas” cuja iniciativa pretende reunir experiências relacionadas a gestão dos recursos hídricos, além de analisar os principais desafios que delineiam seu uso, manejo e conservação, dentro de uma visão de desenvolvimento sustentável dos países. Mais informações no site oficial do evento www.encuentrodeaguas.com

CAPACITAÇÃO RURAL – O Projeto Capacitação Rural do Sebrae é voltado para pequenas propriedades rurais visando torná-las mais produtivas e competitivas. Para participar do projeto basta que a prefeitura, associação, sindicato ou cooperativa de uma região entre em contato com o Sebrae mais próximo para estabelecer as parcerias com essas entidades e reunir grupos de pequenos produtores. O PCR busca capacitar gerencialmente os pequenos produtores rurais, desenvolvendo alternativas econômicas e de organização, aumentando o nível de produção e produtividade da pequena propriedade rural, e pode ser de muita valia para muitos grupos organizados de aqüicultores. Cada curso a ser ministrado tem a duração de 20 horas e pretende estimular o pequeno produtor a melhorar sua visão empresarial. Os cursos oferecidos são de organização social, custo de produção, comercialização e administração rural. A data e local dos cursos são marcadas a seguir a formação dos grupos.

XII CONBEP – AEP/SUL – Associação dos Engenheiros de Pesca da Região Sul e a FAEP/BR – Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca do Brasil, que estarão realizando o seu XII CONBEP – Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, em Foz do Iguaçu – PR, no período de 30 de setembro a 4 de outubro, informam através da Comissão Científica do Congresso que as inscrições de trabalhos científicos superou todas as expectativas dos organizadores, atingindo um  número superior a 250 trabalhos.  Segundo a Comissão,  “esse é o maior   testemunho do vigor  da  Comunidade  Científica  do setor pesqueiro e da aquicultura, bem como,   uma resposta  à seriedade com que tem sido tratado os assuntos referentes ao  Congresso”. O tema central do  XII CONBEP será “Sistemas de Produção Sustentável em Recursos Hídricos”. Toda a programação técnica científica  do Congresso já está  pronta e o contará  com  palestrantes  nacionais e internacionais  procedentes  dos EUA, Chile, Espanha e   Canadá. Paralelo ao XII CONBEP acontecerá a EXPOBEP 2001 – Exposição e Rodada de Negócios da Pesca, Aqüicultura e Produtos Derivados.  Informações sobre Programação e  Inscrições, na página oficial do evento www.celebraeventos.com.br/conbep

OSTRAS – Aqüicultores com orientação e apoio do governo estadual de Pernambuco já estão fornecendo para restaurantes e hotéis as ostras cultivadas artesanalmente, resultado do trabalho realizado pelo Projeto Renascer, que envolve famílias de comunidades pesqueiras de Goiana, Litoral Sul e o Governo pernambucano. O Projeto Renascer foi criado para ajudar a combater a pobreza e criar novas oportunidades para quem vive na zona rural de Pernambuco. Os técnicos do projeto atuam em parceria com a organização não-governamental alemã GTZ, capacitando os ostreicultores sobre beneficiamento, armazenamento, higiene e comercialização das ostras. A ostreicultura tem proporcionado benefícios sociais à todos já que abriu mais um mercado de trabalho às mulheres. Num sistema de cooperativa, os aqüicultores participam do cultivo, partilhando a renda igualmente. Restaurantes de Recife e Olinda têm comprado o produto por R$ 3,50 a dúzia. O Renascer recebeu também o apoio da Universidade Federal Rural de Pernambuco, através do Departamento de Pesca e até o final deste ano espera-se incorporar mais famílias ao cultivo de ostras, garantindo uma produção de 100 dúzias semanais.

NOVO TEMPO – Os tempos estão mudando e hoje, mais importante que dar o peixe, é ensinar a cultiva-lo (e não mais pesca-lo). Com essa certeza, cerca de 150 pescadores mato-grossenses estão participando de um projeto piloto de criação pacus em tanques-rede, espécie incentivada no projeto que tem com objetivo transformar pescadores em microempresários. Para as colônias de pescadores, há um incentivo individual via financiamento da SICM – Secretaria de Indústria Comércio e Mineração, por meio do Fundeic – Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial onde são liberados os recursos para compra de alevinos, ração e dos próprios tanques-rede. Os piscicultores recebem orientação da Empaer – Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural, para que possam trabalhar em três tanques-rede com capacidade total de duas toneladas de peixes. No Mato Grosso o pacu inteiro é vendido a R$ 2,50 o quilo; sem vísceras seu preço chega a R$ 3,50 e, o filé, é comercializado entre R$ 8,00 a R$ 10,00. O projeto propicia aos pescadores uma geração de renda extra no período da piracema.

SELO DE QUALIDADE – O Carrefour está ampliando a comercialização de produtos com o selo de garantia de origem. Agora, além de pintados, pacus, tambacus, trutas, ostras e mexilhões cultivados, recebem também o Selo de Garantia Carrefour os camarões da Camanor, fazenda situada em Barra de Cunhaú – RN. Num projeto em funcionamento há dois anos, e que envolve parcerias com produtores brasileiros, este selo, além de exigir do produto final uma boa aparência e sabor autêntico, prevê a adequação da produção a diversas normas. Para que seja concedido ao produto o selo de garantia, o criador não pode incluir no cultivo ingredientes como antibióticos, agrotóxicos ou transgênicos. Além disso, a produção deve ser ecologicamente correta, de forma a não danificar o meio ambiente em nenhuma de suas etapas. O Carrefour exige ainda que os produtores estejam em dia com o pagamento de impostos sociais e que não contratem menores na linha de produção. Estabelecida a parceria com o produtor, a empresa francesa atesta os produtos, que são rastreados desde a criação até a chegada às bancadas refrigeradas dos hipermercados da rede. A empresa potiguar, que até o final do ano espera despescar 1,7 mil toneladas de Litopenaeus vannamei, fornece cerca de 25% da sua produção para o mercado nacional, e o restante é exportado diretamente para clientes franceses, espanhóis e americanos.