CONSULTA PÚBLICA – A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, submeteu à consulta pública, através de Portaria publicada no Diário Oficial de 7 de novembro passado, o texto do Regulamento Técnico do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos. O assunto é de grande importância e dele depende a saúde da indústria aqüícola brasileira. Ao fecharmos essa edição não havia, contudo, terminado o prazo dado aos interessados em enviar críticas e sugestões ao documento. O tema, no entanto, gerou muita polêmica quando foi discutido no fórum de discussão on-line da Revista Panorama da AQÜICULTURA (Lista Panorama-L) onde, entre as várias críticas recebidas, destaca-se a que acusa o documento de ser corporativista, beneficiando os profissionais médicos veterinários em detrimento de tantos outros profissionais envolvidos na atividade. Ficou claro, porém, na discussão que o setor está esperando que as sugestões enviadas à Secretaria de Defesa Agropecuária, mais particularmente à pessoa da Dra. Normacilda C. Patriota, sejam levadas em consideração e, quem sabe até, o documento possa ser novamente submetido a outra consulta pública antes da publicação final.
COMERCIALIZAÇÃO – O Encontro Paranaense sobre Comercialização de Peixes de Água Doce realizado em São José dos Pinhais – PR, reuniu representantes de diversos setores da piscicultura do Paraná e de Santa Catarina, com o objetivo de informar produtores sobre a manutenção de seu negócio. Piscicultores têm enfrentado dificuldades na comercialização de seus produtos, ao mesmo tempo em que consumidores apontam para a falta de peixes de água doce na forma em que procuram: vivos, em filés, ou empanados. Este desencontro comercial se deve ao fato de que a produção de peixes tem sido voltada, principalmente, para o abastecimento de pesque-pagues e plantas de processamento, cuja preferência se volta para o filé de tilápia congelado. Atualmente são contabilizados 22.416 piscicultores, representando 5,5% do número total de produtores do Estado. Na safra 2001/2002, a assistência de técnicos da Emater nas propriedades resultou em produtividades superiores às médias regionais.
SALMÃO CHILENO – O gerente do Instituto Tecnológico do Salmão S.A. (Intesal), respondeu às críticas do artigo “Salmão de cultivo não pode vencer o salmão silvestre” publicado em 8 de outubro no diário norte-americano USA Today, que afirma que o salmão cultivado apresenta altos níveis de contaminantes químicos e baixos níveis de Omega 3, se comparado ao salmão silvestre. A resposta do instituto chileno ao jornal foi publicada num artigo de opinião na página web da Associação da Indústria do Salmão (www.salmonchile.cl), onde o Intesal afirma que o artigo norte-americano se enquadra numa campanha que visa afetar o posicionamento do salmão cultivado nos mercados internacionais, apresentando o produto como sendo de baixa qualidade, e que por isso, os consumidores devem ser alertados. A Intesal, receia que este tipo de artigo, assim como outras ações levadas a cabo em diferentes países, possam desencadear percepções e reações negativas dos consumidores acerca do salmão de cultivo. Uma das ações anunciadas pela Intesal consiste na criação de um site na internet que recopiará e atualizará regularmente os informes científicos que demonstram a real situação da indústria em diferentes aspectos, como a qualidade, segurança alimentar e manejo ambiental do cultivo de salmão, entre outros temas.
PRODUTORES DE ASSIS – A CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada/ Regional de Assis – SP, apresentou durante o Encontro Regional do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, os resultados obtidos pelos produtores beneficiados com o programa desenvolvido pelo órgão, cujos principais objetivos são desenvolver ações e estabelecer tecnologias que promovam o desenvolvimento sustentável. Em cada uma das 16 microbacias existem, em média, 80 famílias que se ocupam da piscicultura, entre outras atividades.
QUALIDADE – Para oferecer conhecimentos sobre inspeção, tecnologia e controle da qualidade na indústria da pesca e da aqüicultura, o Ministério da Agricultura ofereceu em novembro passado, um curso de atualização para 30 profissionais da área, vindos de toda parte do país. Por conta do grande desenvolvimento da indústria do pescado na região do Vale do Itajaí, o local escolhido para o curso foi o Balneário Camburiú, em Santa Catarina. Sob a coordenação de Célio Faulhaber, do DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, os participantes, estenderam suas atividades à cidade de Brusque, onde tiveram a oportunidade de visitar as instalações da Brusinox, empresa catarinense pioneira na construção de equipamentos para a industrialização da carne do pescado.
DISTRIBUIÇÃO DE ALEVINOS – A Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias aprovou em 9 de dezembro o Projeto de Lei 5270/01, do Senado, que responsabiliza o proprietário ou concessionário de represa hidrelétrica pela produção e distribuição de alevinos em sua área de atuação. O projeto altera o artigo 36 do decreto-lei 221/67, que dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca. Para o relator do projeto, José Janene (PPB-PR), os empreendimentos hidrelétricos devem ter essa responsabilidade, uma vez que a aqüicultura é uma forma de compensar as eventuais perdas dos recursos pesqueiros ocasionadas por tais empreendimentos, além de ser uma atividade geradora de emprego e renda.
PRATOS PRONTOS – A rede Vivendas do Camarão pretende triplicar a sua produção de vannamei para 180 toneladas/mês até o final de 2003. Além de suprir o mercado interno, a direção da empresa, que já embarca para Portugal um contêiner de pratos prontos à base de camarão a cada três meses, quer aumentar a exportação. O projeto de ampliação da exportação envolve a instalação de um frigorífico dentro da fazenda do grupo, localizada no município baiano de Valença. Atualmente, a empresa exporta 60 toneladas a cada mês de camarão fresco para os Estados Unidos.
CRIATIVIDADE – Peixes abundantes nos rios amazonenses como o jaraqui e piranha-preta podem ser transformados em patês, embutidos e num produto similar ao caviar de esturjão. A tecnologia, que já pode ser aplicada em produção de escala comercial foi desenvolvida no CPTA – Coordenação de Pesquisa em Tecnologia de Alimentos do Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a partir de uma pesquisa realizada pela nutricionista Yuri Montenegro Ishihara para o curso de pós-graduação em Ciências do Alimento da Universidade Federal do Amazonas. Com a ova do jaraqui, foram elaboradas salsichas, patês e “stock” (ova conservada em sal) e o produto similar ao caviar foi processado com ova de piranha-preta. Os produtos obtiveram um alto índice de aceitação junto aos consumidoresque os testaram. A piranha-preta é um peixe carnívoro que atinge cerca de 30 centímetros, com peso em torno de 1 quilo e é encontrada em grande quantidade no lago da hidrelétrica de Balbina.
DESCABEÇAMENTO – Uma mesa para o descabeçamento de camarões destinada a aumentar a eficiência durante o processamento do produto fresco e proporcionar fácil acesso a higienização é o lançamento da empresa americana Laitram Machinery Inc. Os novos sistemas de esteiras transportadoras automatizam todo o fluxo do processo, fazendo com que após o camarão ser descabeçado, canais de aço inoxidável com circulação de água transfiram as caudas para uma área de processamento final. Os camarões moles ou danificados são direcionados a um tanque coletor, para um processamento. A empresa mostrará também este ano na Boston Seafood seu mais recente equipamento para descascar camarões utilizando água quente. O endereço da empresa na internet é: www.laitram.com e o e-mail: [email protected]
CENTRO DE PRODUÇÃO – Os piscicultores do Tocantins contam agora com o apoio do Centro de Produção de Peixes Nativos, uma instituição de pesquisa destinada para atender suas demandas de campo. O centro é resultante de medida compensatória de Furnas pela hidrelétrica de Serra da Mesa. Está localizado em Palmas e conta com 18 viveiros prontos, 60 em fase de conclusão, e laboratórios para reprodução artificial de peixes. Uma larvicultura experimental está em andamento e, posteriormente serão desenvolvidas pesquisas de densidade em seis viveiros para analisar o custo/benefício. Os peixes são da espécie tambatinga, híbrido do tambaqui com a pirapitinga. As larvas foram doadas pela Associação dos Piscicultores do Tocantins.
TILÁPIA 1 – Os Estados Unidos importaram entre janeiro e setembro de 2002, mais de 50 mil toneladas de produtos de tilápia, no valor de cerca de 124 milhões de dólares. Tal volume já ultrapassou à importação realizada pelo país no mesmo período do ano anterior (2001) em cerca de 10 mil toneladas e 33 milhões de dólares. Para quem sonha em faturar em dólares, a tendência de importação por eles está em alta.
TILÁPIA 2 – As tilápias são a mais nova arma contra o mosquito da dengue no Rio de Janeiro. Desde o dia 6 de dezembro que os cerca de 32 chafarizes da cidade estão recebendo o peixe, com o intuito de que ele coma as larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. O secretário municipal de Meio Ambiente, Ayrton Xerez, está coordenando o trabalho de distribuição de tilápias no Rio e, o primeiro chafariz a receber os peixes foi o da Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca. Até o dia 15 de dezembro todos os chafarizes deverão ter recebido as tilápias, cultivadas na Fundação Parques e Jardins. As tilápias podem até acabar com as larvas, desde que a população carioca de rua não resolva acabar com os peixes.
ASSIM É QUE SE COMEÇA – A Escola Municipal Agrícola Arnaldo Estevão de Figueiredo, localizada em Campo Grande – MS, comemorou sua primeira despesca. Há cerca de um ano, quatro tanques de piscicultura foram construídos e instalados pelos próprios estudantes no estabelecimento escolar. A retirada de quase 1,3 toneladas de pacus, cerca de 600 peixes, surpreendeu os alunos e superou a expectativa dos professores. Em tempo: a escola atende 238 alunos da 5ª a 8ª séries e a piscicultura foi um desdobramento prático das aulas de biologia dadas na sala de aula.
COBRANÇA – Já estão sendo definidos pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos os valores a serem cobrados pela utilização das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, bem como os critérios de cobrança que serão aplicados aos usuários. A administração da cobrança e aplicação dos recursos arrecadados estarão sob a responsabilidade da Agência de Água, órgão criado pelo Comitê para Integração da Bacia, que vai também detectar os problemas existentes na bacia, e manter o cadastro dos usuários. Os recursos arrecadados prioritariamente, serão investidos na construção de estações depuradoras de afluentes urbanos. A cobrança atingirá, além da aqüicultura, o setor agropecuário, de mineração e as pequenas centrais elétricas. Os aqüicultores deverão pagar um percentual inferior a 0,5% dos custos de produção. Conforme é previsto na legislação, os inadimplentes estão sujeitos a multas e podem perder o direito da outorga.
BOAS OPORTUNIDADES – O Ministério da Integração Nacional lançou no dia 14 de novembro no Mato Grosso do Sul, o Pólo Dinâmico do Bolsão. A iniciativa objetiva incentivar alternativas de apoio ao desenvolvimento econômico sustentável nos municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Inocência, Paranaíba, Selvíria e Três Lagoas. A instalação do Pólo Dinâmico de Bolsão/MS pretende estabelecer oportunidades para atração de capitais privados e ampliar a base produtiva na região. Dentre os principais projetos de ampliação do desenvolvimento das cadeias produtivas está a piscicultura.
BRASILEIRO NA FAO – O professor Miguel Petrere Jr., do Departamento de Ecologia da UNESP de Rio Claro, especialista em manejo de estoques pesqueiros, foi empossado em dezembro último na sede da FAO, em Roma, como membro titular da ACFR- Advisory Committee on Fisheries Research (Comitê Consultivo para Pesquisas Pesqueiras) para os próximos quatro anos. Indicado pelos cientistas do próprio Departamento de Pesca da FAO, Petrere será um dos conselheiros do Diretor Geral da FAO na área de pesca e aqüicultura, como representante da América Latina, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado para esta função. A tarefa do ACFR é orientar o Diretor Geral na formulação e execução do Programa de Trabalho da FAO relacionado a todos os aspectos da pesquisa pesqueira, incluindo a conservação e o manejo das pescarias marinhas e continentais e a aqüicultura.
COMUNICADO – Os editores da Panorama da Aqüicultura informam que a revista não possui representantes comerciais em nenhum estado brasileiro ou país estrangeiro, seja para venda de assinaturas ou de espaço publicitário. Também não está comprometida com nenhum curso nem com a eventual publicação de trabalhos de seus alunos. Da mesma forma, não se responsabiliza pela qualidade de nenhum serviço ou produto que esteja publicado em suas páginas na forma de anúncio ou informe empresarial.