SANGUE NOVO – Será em agosto a formatura da primeira turma do curso de Engenharia de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina. A partir de agora, a UFSC colocará anualmente no mercado cerca de 40 profissionais devidamente habilitados. O tempo passa muito rápido. Parece que foi ontem que esta revista divulgava aqui as informações sobre o concurso do primeiro vestibular. A Panorama da Aqüicultura aproveita este espaço, agora, para parabenizar os formandos e desejar a todos muito sucesso no desempenho de suas novas funções. Que o “sangue novo” traga ainda mais profissionalismo para a atividade.
100 ANOS – No dia 25 de julho, aqüicultores brasileiros estarão lembrando do centenário de nascimento de Ascanio de Farias, introdutor da truta arco-íris no Brasil. O veterinário e grande pesquisador brasileiro, nascido em Itaocara (RJ), faleceu em 21 de março de 1987 na cidade do Rio de Janeiro. Ascanio, foi um dos grandes incentivadores da aqüicultura em nosso país. De 1939 a 1945, como Diretor da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, Ascanio de Farias criou os primeiros Postos de Limnologia e Estações Experimentais de Biologia e Piscicultura. Em 1946, segundo relatos do biólogo e historiógrafo Jorge Alves de Oliveira, Ascanio de Farias, atuando como técnico em Caça e Pesca da Seção de Criação da Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, recebeu a incumbência de fomentar a aqüicultura. Passou então a desenvolver o trabalho na Serra da Bocaina, que culminou com a introdução da truta arco-íris no Brasil.
PIZZA DE TRUTA – Por falar em trutas, o Conselho de Exportação de Produtos Marinhos da Noruega divulgou que bastaram três semanas para que ficasse constatado o êxito da recém lançada pizza de trutas nas lojas da rede Pizza Hut instaladas nas mais importantes cidades chinesas. Após alguns meses de testes, a empresa decidiu incorporar ao prato a truta norueguesa, devido a sua cor e textura. Atualmente já são 108 restaurantes da cadeia Pizza Hut comercializando o produto na China.
PROPEIXE.COM – Robert Steven Krasnow apesar de nascido nos EUA, traz há décadas o Brasil no coração. Instalado em sua fazenda localizada em São Bento, no interior da Paraíba, onde vive com a família, Robert dedica-se há anos a aqüicultura, através da criação de peixes e camarões. Sua experiência como aqüicultor e administrador dos seus negócios aqüícolas o ajudaram a criar um programa técnico-financeiro on-line para que os piscicultores internautas possam organizar seus empreendimentos, ajudando no acompanhamento e análise dos resultados. O programa possibilita o acompanhamento de biometrias, crescimento, mortalidade, conversão alimentar, custos de produção e lucratividade. Inclui gráficos que comparam ciclos do mesmo viveiro, viveiros com outros viveiros e as médias das conversões alimentares. Mais informações podem ser obtidas on line no endereço www.propeixe.com ou diretamente com Robert pelo tel (84) 9988-1615.
NOVO TELEFONE – As companhias telefônicas brasileiras continuam mudando os prefixos de algumas localidades, e seguem prejudicando o contato dos antigos clientes com as empresas. Por conta dessas mudanças, a Fish-Braz, que comercializa oxímetros, pHmetros, kits para água, tanques-rede e outros equipamentos para a aqüicultura, comunica que o prefixo dos seus números mudaram. Agora, a empresa instalada em Botucatu-SP, atende no telefone: (14) 3813-5166 e no fax: (14) 3822-3458, e-mail: [email protected] e www.fishbraz.com.br
A SAUTER MUDOU – A Têxtil Sauter, empresa fabricante de redes, multifilamentos e panagens sem nó para piscicultura e pesca atende agora em novo endereço: Rua Zenkiti Fukui, 160 – Vila Siqueira – Ribeirão Pires – SP , CEP 0943-250. O novo fone/fax é (11) 4827-0209 e o fone (11) 4822-3114.
CONBEP – A Associação dos Engenheiros de Pesca do Estado da Bahia – AEP/BA, apoiada pela Associação dos Engenheiros de Pesca do Estado de Sergipe – AEP/SE, e a Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca do Brasil – FAEP/BR, estarão promovendo no período de 21 a 25 de setembro de 2003, no município de Porto Seguro, o XIII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, tendo como tema principal Pesca e Aqüicultura – Agronegócio e Sustentabilidade. O encontro nacional tem o apoio da Bahia Pesca. O tema atende à necessidade de discutir a atividade como agronegócio, com os incentivos à implantação de projetos empresariais, desenvolvimento de novas tecnologias, procedimentos de qualidade exigidos pelo mercado, capacitação da mão-de-obra e profissionalização dos produtores e pescadores, estabelecendo uma visão ampla da cadeia produtiva, sempre alertando para os cuidados com a degradação ambiental. O reconhecimento da limitação dos recursos e a consciência de que não se pode exaurir a capacidade produtiva do patrimônio natural, vêm impondo atenção e uma das preocupações atuais é a produção de alimentos em larga escala sem afetar a integridade dos ecossistemas. A civilização ocidental finalmente percebeu que nosso ambiente tem recursos preciosos, finitos, degradáveis. As atividades do XIII CONBEP incluem palestras, cursos, apresentação de trabalhos e exposição de produtos ligados à atividade (EXPOBEP 2003). Além de se constituir numa oportunidade única de fortalecer as relações entre os profissionais, possibilita inserir o segmento estudantil no campo técnico/científico. Paralelamente ao congresso acontecerão dois eventos: o Encontro Nacional de Criadores de Camarão e o Encontro Nacional de Empresários de Pesca. A Bahia também será representada no evento através de um mini curso de Piscicultura em tanques-rede e uma palestra sobre pólos de piscicultura, onde a experiência de Paulo Afonso será retratada. Informações e inscrições: www.conbep2003.ba.gov.br
TARIFA ZERO – A OMC – Organização Mundial do Comércio anunciou que está convidando os países participantes a eliminar as tarifas dos pescados, segundo informou a Intrafish. A eliminação global de tarifas desses produtos promoverá o livre comércio entre as nações. O grande desafio, no entanto, será diminuir as taxas cobradas pela União Européia e a China, já que as tarifas cobradas pelos EUA são consideradas entre as mais baixas do mundo. O assunto também está sendo negociado com a Organização Internacional do Trabalho, para que o objetivo seja alcançado até janeiro de 2005.
PARCERIA – Piscicultores catarinenses pretendem ampliar a área de produção de peixes de água doce do estado de forma a atender a demanda cada vez maior das indústrias de processamento. A Associação Catarinense de Aqüicultores acredita que isso só será possível através da abertura de linhas de crédito e a participação da Secretaria Nacional de Aqüicultura e Pesca na organização e no auxílio da comercialização do eventual excedente da produção. Em Santa Catarina existem hoje apenas duas indústrias que fazem o processamento exclusivo de peixes de água doce, mas devido aos apelos dos consumidores, as grandes redes de supermercados já estão fazendo com que empresas, que até bem pouco tempo trabalhavam apenas com pescados do mar, passassem a investir na industrialização de peixes cultivados, especialmente a tilápia. A solução para a demanda pode estar na criação de parcerias. A Associação defende a instalação de uma indústria ou cooperativa no Alto Vale do Itajaí, um dos principais pólos de produção de peixes de água doce no Estado.
MADEIRA ECOLÓGICA – Muitas fazendas de camarão já estão utilizando bastões de madeira ecológica no lugar de outras madeiras, inclusive de mangue, como haste de suporte das bandejas de alimentação. A madeira ecológica é produzida à base de produtos reciclados e é, ela própria, reciclável. É ideal para ser utilizada em ambientes marinhos pela sua altíssima durabilidade e as formas de utilizá-la irão depender somente da criatividade de quem a está manipulando. A ECOMADE é produzida por uma obra social e a sua utilização é aprovada pelas normas da ISO 14001. O custo é muito baixo e os interessados em conhecer mais acerca do produto devem entrar em contato com Estevão Campelo pelo telefone (81) 9969-4959 ou pelo e-mail: [email protected]
BIÓLOGOS – Anotem em suas agendas: de 3 a 6 de agosto estarão acontecendo o V Encontro Nacional de Biólogos e o II Encontro Nordestino de Biólogos. Pelo número de interessados, o evento deverá ser um sucesso, pois segundo os organizadores, no final de junho já haviam sido feitas 1.500 inscrições. A programação consta de conferências, palestras, mesa redonda e mini-cursos nas diversas áreas de atuação do Biólogo. Os encontros vão acontecer no Centro de Convenções de Natal com a promoção do Conselho Federal de Biologia, e do Conselho Regional de Biologia-5. Inscrições: www.cfbio.org.br e www. crbio5.com.br
WAL-MART – A rede varejista americana, maior do setor do mundo, está interessada em ampliar as importações de produtos brasileiros. O governo federal, por meio da Apex Brasil – Agência de Promoção de Exportações do Brasil, deve receber uma listagem com os produtos que mais interessam à rede. Entre os diversos itens, há o grande interesse em importar camarões, segundo adiantou a Apex Brasil.
ASMA E PESCADOS – Um novo estudo dos pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, afirma que as pessoas que comem peixes respiram melhor. Estudos semelhantes já haviam sido feitos nos EUA, Austrália e França. Os pesquisadores ingleses examinaram a ligação entre os ácidos graxos omega 3 e a asma. Estudaram 333 pessoas com histórico de asma e 437 pessoas sem asma. Os asmáticos, com sintomas de dificuldades respiratórias, consomem uma quantidade muito pequena de peixes, como o salmão, ao contrário dos que não têm sintomas de asma. “Os resultados foram de particular interesse, já que a asma tem se tornado mais comum nos últimos 30 anos”, disse o epidemiologista Bipen Patel da Sociedade Toráxica Britânica. A quantidade de peixes na dieta dos ingleses declinou neste mesmo período, complementou. Peixes já estão relacionados à prevenção de doenças cardíacas, artrites, psoriase e demência e é seguro também afirmar que o consumo de peixes todas as semanas, como parte de uma dieta balanceada, poderá ajudar a reduzir os riscos da asma, garante o epidemiologista.
GASES DAS OVELHAS – Cientistas belgas descobriram que acrescentar óleo de peixe à alimentação de ovelhas pode cortar a liberação de metano em 25% a 40%, sem causar problemas aos animais. Um estudo da Universidade de Gent, publicado na revista britânica “New Scientist” relata que além do benefício ao ambiente, espera-se que o óleo torne a carne mais saudável para os humanos. Os animais que seguem a nova dieta possuem níveis mais altos de gorduras poliinsaturadas.
BRIGAS DE BAGRES – Depois de conviverem os últimos 18 meses com os preços mais baixos dos últimos 20 anos, os produtores norte-americanos de catfish, o bagre do canal, puderam ver, a partir de maio último, o preço do peixe subir de 55-60 centavos para 65 centavos de dólar a libra (453 gramas). Segundo os observadores, a queda recente dos preços foi em decorrência do excesso do peixe que chegava ao mercado. A oferta, entretanto, caiu recentemente, e deverá cair ainda mais. A demanda pelo produto fará o preço subir, disse James Steeby, extensionista da Universidade do Mississippi ao Seafood.com News. Nos meses que antecederam a queda da oferta os produtores cortaram mão de obra e custos de alimentação, diminuindo também a estocagem dos seus viveiros. Foi uma estratégia que também permitiu muitas fazendas continuarem de porteiras abertas, disse o extensionista. O catfish é um produto sólido com uma base de consumidores bastante fiel. Os produtores americanos esperam que este tenha sido o ponto de mutação do mercado, e que os preços continuem a refletir a boa demanda. Existem, porém, fortes evidências de que o recente reaquecimento dos preços dos bagres do canal estejam também relacionados à briga travada pela Catfish Farmers of America (Produtores de Catfish dos EUA) e os produtores de bagre vietnamitas, acusados de estarem praticando dumping ao venderem seus produtos a preços baixos no mercado americano. O catfish tropical produzido no Vietnam, também chamado de basa, é apreciado pelas grandes cadeias de restaurantes que, a partir de 15 de junho, somente poderão importá-lo pagando a tarifa de importação de 64%.
AQÜICULTURA – Segundo a pesquisadora Carmen Rossi-Wongtschowski, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, nada justifica o investimento de 300.000 reais por embarcação para modernizar os barcos nacionais para pesca em águas profundas ou oceânicas, como propõe José Fritsch. Algumas espécies do fundo levam quinze anos para crescer e, se aumentar a captura, elas podem não ter tempo de se recuperar, diz a pesquisadora. Também é plano de Fritsch estimular a substituição da frota de captura, hoje composta de barcos arrendados de empresas estrangeiras. Cada unidade sai por cerca de 2 milhões de reais, e a fonte do dinheiro seria o BNDES. Porém, atuns, agulhões, marlins e tubarões são protegidos por um acordo internacional que define cotas. Portanto, se o Brasil quiser pescar mais, outros países terão de pescar menos, explica Jorge Castello, professor de oceanografia da Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Por isso, para cumprir o crescimento projetado, Brasília terá que investir mesmo é na política de desenvolvimento da aqüicultura.
GRANDE IMPRENSA – Produtores de salmão das Ilhas Shetlands convidaram em abril passado os responsáveis pela editoria de meio ambiente de três importantes jornais – The Independent, Guardian e Scotland On Sunday, para que fizessem um tour pela indústria, visitando fazendas, unidades de processamento, embarcações, o Centro de Controle de Qualidade das Shetlands e a Escola de Pesca do Atlântico Norte. A visita foi ciceroneada por David Sandison, gerente geral da Associação dos Salmonicultores de Shetlands. Em sua opinião, a indústria vem seguindo rigorosos padrões ambientais, de forma que era muito importante mostrar os estritos controles da indústria às pessoas chaves da imprensa. Sandison aproveitou a ocasião para mostrar também o desenvolvimento das tecnologias dos tanques-rede e os equipamentos de alimentação e despesca que, acredita, mudaram completamente a forma comoa indústria trabalha atualmente. Após a visita, Jeremy Watson, do jornal Scotland On Sunday, disse que o tour foi muito interessante para ele, e que pode ficar atualizado com o desenvolvimento, do que considera a mais importante indústria das Ilhas. “A aqüicultura está obtendo grandes avanços tecnológicos e ambientais, e foi fácil perceber que a indústria das Shetlands está na vanguarda desta mudança e que está possibilitando ao público uma nova percepção do cultivo de peixes”. Enquanto isso, no Brasil, a aqüicultura, com mais destaque para a carcinicultura, vive levando pancada da grande imprensa, incitada por ONGs que tampouco conhecem o que pensam e fazem os aqüicultores sérios deste país.
REDE – Está sendo estruturada no Rio Grande do Norte uma Rede de Parceiros da Cadeia Produtiva do Camarão, cujo processo de financiamento BNDES-EXIM, de 500 mil dólares será encaminhado para financiar capital de giro de pequenos e médios produtores totalizando juntos até 100 hectares. A partir de liberação de recursos do BNDES para o agente financeiro (Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Agência de Fomento) este recurso será repassado ao exportador previamente credenciado, que repassa recursos em insumos aos produtores membros da Rede de Negócios.
BIOTERRORISMO – A Camex – Câmara de Comércio Exterior já começou a se mobilizar para enfrentar a Lei do Bioterrorismo, que deve ser colocada em prática pelos Estados Unidos, a partir de 4 de dezembro deste ano. Entre as normas que serão exigidas a qualquer país que queira vender seus produtos para os norte-americanos, estão rotulagens especiais e escritórios de avaliação, que deverão ser custeados pelos próprios exportadores. A Camex, formada pelos ministérios da Fazenda, Desenvolvimento, Planejamento, Relações Exteriores, Agricultura e da Casa Civil, pretende definir nos próximos meses, as estratégias que garantirão que produtos brasileiros, principalmente os ligados ao agronegócio, continuem sendo exportados para os Estados Unidos, sem qualquer barreira comercial.
PROCAMOL – O velho Procamol continua existindo, agora convertido em BNDES Aqüicultura. Além da aqüicultura, o BNDES colocou no mesmo pacote a apicultura, a caprinocultura, a floricultura, entre outras atividades, e seu limite de financiamento é de 150 mil por projeto. Os prazos e carências serão mantidos. O mais difícil será conseguir que os agentes financeiros operem, sem contra-partidas ou mil exigências impossíveis essas linhas subsidiadas. No Rio Grande do Norte uma pequena agência de fomento estadual, também repassadora de recursos do BNDES fez, nos últimos 3 anos, mais operações que o Banco do Brasil e Banco do Nordeste.
CAMARÃO COM TILÁPIA – Pequenos piscicultores de Assaí, localizada a 36 km a leste de Londrina, estão experimentando uma segunda safra do Macrobrachium rosenbergii cultivado em consórcio com a tilápia. Três dos 27 tanques de uma piscicultura onde são cultivados juvenis de tilápia foram povoados, no verão, com pós-larvas de camarão, como alternativa de renda extra da propriedade. A atividade proposta por técnicos da Emater, começou no ano passado e os bons resultados fizeram com que alguns produtores resolvessem repetir a experiência este ano. Na primeira safra, o camarão rendeu 460 kg por hectare, em 170 dias de cultivo, com um custo de produção de R$ 2,80 o quilo. Em pouco mais de 130 dias de cultivo o peso médio chegou a 25 gramas. Os técnicos previnem, porém, que a criação principal, deve ser o peixe e que o camarão entra apenas como fauna acompanhante, visando o aproveitamento integral do ambiente, já que usa o fundo do tanque para se alimentar dos restos de ração e matéria em decomposição disponível no substrato.
MÃES – Segundo um estudo da Agência de Alimentação britânica, as mulheres grávidas, as que estão amamentando e as que pretendem engravidar, devem limitar o consumo de atum, devido à alta quantidade de mercúrio encontrada nesse peixe. Este estudo, decorrente de outro elaborado anteriormente pelo Comitê de Toxicidade britânico, afirma que essas mulheres devem também, para proteger o desenvolvimento do feto e do recém-nascido, evitar consumir carne de tubarão, peixe-espada e peixe-agulha. O mercúrio, encontrado naturalmente no meio ambiente, também é absorvido pelo mar devido à contaminação causada pela combustão de resíduos domésticos e industriais.