Notícias & Negócios internacionais – Edição 59

CABEÇA AMARELA – Pesquisas realizadas pelo INP – Instituto Nacional de Pesca equatoriano, estão tentando explicar novas mortalidades de camarões em viveiros. O Instituto não identificou ainda a causa, porém indicou que deve ter sido provocada por bactérias e não pelo temido vírus da cabeça amarela. Membros da CNA – Câmara Nacional de Aqüicultura e do CENAIM – Centro Nacional de Investigaciones Marítimas, se reuniram recentemente para discutir os resultados dos estudos realizados em quatro cidades costeiras, onde foram recolhidas amostras desses camarões para se checar se o vírus da cabeça amarela entrou no país. O diretor do INP, Franklin Ormaza, disse que não se pode assegurar que o temido vírus esteja assolando as criações, preferindo esperar os resultados das análises. Segundo o presidente da CNA, Sandro Coglitore, o setor camaroneiro já perdeu cerca de U$$ 660 milhões desde abril do ano passado como o vírus dos pontos brancos e teme que os prejuízos possam aumentar, caso a situação continue.

BOA RECUPERAÇÃO – A indústria de camarão na Índia já está recuperada dos prejuízos recentes. Segundo o Doutor Ys Yadava, da India’s Fisheries Development Comissioner, exceto no estado de Kerala, na costa oeste, onde se esperam sérios prejuízos, a produção em toda costa leste não foi afetada e está muito bem. A produção este ano deve chegar a 80 mil toneladas, e o MPEDA- Marine Export Development Authority, já está esperando um grande crescimento para os próximos anos. As perdas no estado de Kerala, que exporta cerca de seis mil toneladas por ano, aconteceram por causa de um vírus, que começou a atingir as criações em fevereiro, chegando a afetar 90% da produção em algumas áreas. Porém, segundo o Doutor Yadava, os prejuízos foram bem menores do que os sofridos pelos produtores de camarões em dezembro passado devido a um superciclone. Ele declarou ainda que agora há cerca de 80 companhias licenciadas para a exportação de camarões para os EUA, e que as condições de higiene nesse setor devem melhorar ainda mais nos próximos anos.

YEN – O preço do salmão na Noruega está alcançando valores recordes, gerando bastante lucro para os seus produtores. Porém, no Japão, o preço do salmão importado da Noruega está caindo por causa da valorização do yen em relação à coroa norueguesa. Quem está lucrando com este processo são os importadores japoneses, já que o preço ao consumidor continua o mesmo. As exportações para o Japão cresceram 18% este ano, enquanto que para o resto da Europa o crescimento foi de “apenas” 10%.

ATUNS – Nos próximos meses, serão investidos US$ 21 milhões, para financiar três projetos de aqüicultura nas Ilhas mexicanas de San Felipe, Ensenada e Coronado. O projeto é da Divisão de Pesca e Aqüicultura do Governo da Região da Baixa Califórnia. Desse montante, US$ 16 milhões serão investidos em San Felipe, que ganhará uma fazenda de produção de camarão, além de um laboratório de pós-larvas. O segundo projeto, que será implantado nos próximos meses, é um laboratório de pós-larvas em Ensenada. Com a ótima qualidade da água desta região, espera-se que se desenvolva ainda mais o cultivo de camarões e que se reduza o risco de doenças. Já o terceiro projeto, que utilizará um capital de US$ 3 milhões, de origem australiana, prevê a criação de uma fazenda de cultivo de atuns. A produção dessa espécie, que começou a ser desenvolvida na Austrália, tem como alvo principal mercado japonês, aonde os preços chegam a atingir US$ 80 o quilo.

CONFLITO – Estima-se que o conflito entre pescadores e produtores aqüícolas irlandeses aumente nos próximos anos, devido à necessidade de mais áreas de cultivo nas zonas costeiras destinadas aos moluscos e ao salmão. A BIM- Bord Iascaigh Mhara, órgão responsável pelo desenvolvimento sustentável da pesca e da aqüicultura na Irlanda, espera quadruplicar os lucros com atividades aqüícolas dentro dos próximos seis anos. Esse plano será financiado por uma verba de 25 milhões de libras irlandesas, cedidas pelo governo do país e pela União Européia. As prioridades deste plano de desenvolvimento são incrementar a produção e implantar o cultivo de novas espécies. Entretanto, os grupos de pescadores estão se opondo a estas medidas, porque as zonas costeiras que serão destinadas ao cultivo são também zonas de pesca. Além disso, o projeto esbarra com os interesses das empresas de turismo e dos ecologistas, que se preocupam com o impacto visual e ambiental das criações.

FOCAS – As focas predadoras de salmão estão causando um prejuízo de cerca de U$$ 2 milhões ao ano para a indústria da Nova Zelândia. A empresa New Zealand Salmão King já solicitou ao Departamento de Conservação que se dedique a efetivar um programa de captura e transferência das focas da costa oeste e sul de Otag. Durante os últimos quatro anos, o problema tem se agravado, e às vezes se notam mais de 50 focas nos arredores das criações. Estes predadores causam um stress no salmão ao se aproximarem, provocando uma redução no rendimento do cultivo da espécie. É muito difícil calcular com precisão de quanto são as perdas, já que as focas não deixam nem a carcaça do peixe.

PARCERIAS – A segunda etapa de um inovador projeto aqüícola de três anos, desenvolvido pela UMAG – Universidade de Magallanes, no Chile acaba de completar seu quinto mês. Oito empresas participam do projeto intitulado “Desenvolvimento da tecnologia de cultivo de halibute do Atlântico na XII região”. O FONDEF, um dos mais importantes fundos de incentivo científico e tecnológico, cedeu 50% dos recursos necessários à implantação do projeto. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos na Baía de Laredo e o objetivo é produzir juvenis desses linguados visando o comércio para o exterior. A primeira etapa do projeto estava relacionada ao cultivo básico (engorda e adaptação de juvenis), já a segunda etapa consiste na parceria da UMAG com empresas privadas para a produção de juvenis.

ALTERNATIVA – É cada vez maior o número de agricultores americanos que estão trocando de função e se dedicando a aqüicultura ao considerarem a atividade como uma alternativa viável, já que não conta com problemas ocasionados pelas secas e pelos baixos preços conseguidos ao venderem seus cereais. Os produtores estão estudando estatísticas e assistindo a seminários sobre aqüicultura, de forma a avaliar bem a possibilidade de entrar no mercado. Nos seminários, está sendo divulgado que nos próximos quinze anos a demanda anual de pescado e marisco aumentará em mais de 50% no mundo, o que significa que mais peixes serão cultivados nas fazendas. Segundo dados do Centro de Aqüicultura da Universidade de Michigan, em 1998 os Estados Unidos importaram US$ 5,9 bilhões em pescado e marisco e consome anualmente cerca de um bilhão de libras de pescado e mercado de água doce. Durante os seminários ministrados, os futuros criadores também aprendem sobre os possíveis problemas relacionados ao cultivo de pescado. O maior deles é a falta de drogas para combater as doenças que assolam as criações.

AQUA 2000 – Foi um grande sucesso o evento promovido pela EAS – European Aquaculture Society e a WAS – World Aquaculture Society. Realizado no Acropolis Convention Center na cidade de Nice, na França, em maio último. O AQUA 2000 reuniu 3400 participantes vindos de mais de 90 países, incluindo o Brasil que se fez representar por mais de 30 congressistas. O tema principal recebeu o nome de “Responsible aquaculture in new millenium” ou Uma aqüicultura responsável no novo milênio. A feira de produtos e serviços que aconteceu durante três dias da conferência teve 217 estandes, um número recorde neste tipo de evento. O próximo evento anual da WAS será o Aquaculture 2001, em janeiro na cidade de Orlando na Flórida e mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail: [email protected] , aos cuidados de John Cooksey.