De: Luis Nakanishi
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Assunto: Aquariofilia – doença
Gostaria de contatos (e-mail) de pessoas que possam dar uma dica sobre formas de tratamento de Ictio (doença dos pontos brancos) em peixes ornamentais. Das informações que tenho, este parasita se manifesta preferencialmente em temperatura baixas, mas minha situação é de temperatura da água entre 26 e 28ºC.
De: Ricardo Ribeiro
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Assunto: Re: Aquariofilia – doença
Luís, se possível tente aumentar a temperatura para 31 graus, é a forma mais eficiente.
De: Santiago Hamilton
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Assunto: Re: Aquariofilia – doença
Os parasitas que provocam a doença dos “pontos brancos”, são: Ichthyophthirius multifiliis, se seus peixes forem de água doce; e, Cryptocaryon irritans – se eles forem de água salgada. Esta parasitose indica problemas de qualidade de água, alimetação inadequada, e/ou oscilações de temperatura. Se o volume de aquários e peixes que você tiver for reduzido, um dos tratamentos indicados é o uso de formalina comercial numa solução de 1:4000 (1ml de formol para 4l de água), banho de uma hora, por três vezes, com intervalo de três dias entre cada aplicação. (informações retiradas do livro “Doenças de Peixes: Profilaxia, Diagnóstico e tratamento” do Gilberto Pavanelli, Jorge Eiras e Ricardo Takemoto). De qualquer forma, você terá que identificar/combater o problema que iniciou a infestação.
De: Vitor Porto
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Assunto: Aquariofilia – doença
O aumento da temperatura é um bom tratamento, mas vou falar o que eu geralmente faço neste caso: 1- Transfira seus peixes para um recipiente hospital e faça o tratamento com sal e aumento gradual da temperatura; 2- Faça uma desinfecção do recipiente onde se encontravam os peixes (com água sanitária), esfregue bem todos as partes de seu aquário, se for o caso, preste atenção nos pequenos poros ou buracos, geralmente na emenda de silicone, pois os cistos ficam lá. Se você não fizer isso, o ictio sempre voltará em situações oportunas, como estresse; 3-Lave bastante para tirar o excesso de cloro; 4- transfira novamente os peixes.
De: Thiago Trombeta
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Assunto: Re: Aquariofilia – doença
O ictio ocorre muito quando há uma mudança brusca na temperatura, como por exemplo de um dia para o outro e principalmente em regiões de grandes altitudes. Tente manter a temperatura há 32ºC por algum tempo, e diminua a quantidade de ração ofertada.
De: Manuel Vazquez Vidal Junior
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Assunto: Re: Aquariofilia – doença
O sal é excelente para controlar o ictio e a elevação da temperatura para 30ºC. No caso do sal aqui na UENF temos usado em banhos com 8 a 15 partes por mil, dependendo da espécie (em geral 8). Esses banhos não excedem cinco minutos. Esse parasita é oportunista e, por experiência própria e acompanhando produtores, vemos que ele se manifesta mais quando ocorre elevação da amônia. Alguns produtores usam permanganato de potássio, mas seu efeito não é satisfatório. Já os banhos de longa duração em azul de metileno após qualquer manejo, se mostraram bons profiláticos.
De: Bruno jacomel
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Assunto: Abalone
Andei estudando sobre uma espécie de molusco muito interessante, o abalone, e fiquei interessado em saber se no Brasil existe alguma espécie similar? Se não, o que eu também acredito, gostaria de saber qual a possibilidade de se trazer espécies exóticas pra dentro do território? Como anda a lei para isso? Usando sistema fechado, pra começo de pesquisa.
De: Ricardo Tsukamoto
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Assunto: Re: Abalone
Não existe abalone nativo da América do Sul. No Chile, a estação experimental de Coquimbo, implantada pelos japoneses há duas décadas, faz pesquisas com o abalone trazido do Japão. Porém, acho que não há uma perspectiva para larga escala, pois lá não existem algas naturais que servissem como alimento para o abalone. Também não há fundos rochosos para as algas se desenvolverem e os abalones poderem ser criados ao natural (sea farming) como se faz no Japão. Como alternativa para o Chile, há várias décadas os japoneses importam um molusco nativo, conhecido como “loco”. Já no Brasil, seria impossível criar o abalone, uma vez que ele requer águas muito frias, que não ocorrem por aqui.
De: Luis Poersch
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Assunto: Re: Abalone
Atualizando as informações repassadas ao Bruno, posso dizer que o Chile produz comercialmente abalones. Tanto a Universidade Católica do Norte (Coquimbo) como a Fundação Chile. Inicialmente trabalhavam com o abalone japonês, mas agora estão produzindo em larga escala o abalone “americano”, com a diferença de que a engorda é feita em tanques de fibra ou plástico. Acredito que por uma questão legal, já que as condições no ambiente são propícias ao seu desenvolvimento. O cultivo da espécie nativa “loco” ainda é um sonho para os chilenos. O problema está no desenvolvimento larval, que apresenta taxa de mortalidade extremamente alta. No Brasil, fora a questão legal de introdução do gênero, acredito que a região de Cabo Frio seria a ideal para o desenvolvimento dos abalones (dependendo da espécie a ser trazida), já que lá a temperatura é mais fria e constante ao longo de todo o ano. Esta condição se tornaria necessária, pois o tempo de cultivo nos tanques até o ponto de abate, é relativamente longo. Por outro lado, o preço de mercado deve valer a pena!
De: Paulo Afonso
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Assunto: Energia para piscicultura
Sou um médio piscicultor e sabendo do direito de consumir energia com tarifa reduzida (Instrução Normativa n° 207, de 09 de janeiro de 2006 – ANEEL), procurei a concessionária em meu Estado, a Energipe, para implantar o novo sistema. Na minha piscicultura, produzo alevinos, engordo e processo o nosso peixe. Vejam o que a Energipe me respondeu: a) Tenho que mandar fazer um projeto elétrico detalhado; b) a minha casa e a casa do caseiro não serão beneficiadas; c) a unidade de processamento também não; d) o laboratório de alevinagem, igualmente. Que absurdo!! Pergunto aos colegas: é assim mesmo? Será que o Governo mandou que fizessem dessa forma?
De: Carlos A S Suleiman
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Assunto Re: Energia para piscicultura
Aqui comigo foi a mesma coisa, fui atrás do desconto e me disseram que como sou consumidor de baixa tensão eu teria que passar para alta tensão, mediante projeto, troca de transformadores, contratação de demanda de energia mínima, etc… Quer dizer, uma burocracia danada pra poder fazer uso da energia no horário noturno, coisa que eu já sabia, e ter um desconto que seria possível depois de muita matemática. Bem, eu acho que se é pra dar desconto pra quem produz, devia ser desconto sobre o que já se usa e não conforme adaptações onerosas e burocráticas. Mas essa é só a minha opinião.
De: Robert Krasnow
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Assunto Re: Energia para piscicultura
Como tudo isto vai terminar eu não sei, mas posso lhes assegurar que nenhuma distribuidora de energia vai ceder facilmente algum benefício ao consumidor em detrimento da sua arrecadação. Eles somente aceitarão algum benefício para o consumidor se forem forçados, de uma forma ou outra. Em tempos passados, referente o desconto “tarifa verde” para irrigação, a nossa distribuidora exigiu de um irrigante que colocasse um segundo medidor em separado para a única lâmpada (!!!) que proporcionava a iluminação das moto-bombas utilizadas para irrigação (possibilitando a sua ativação com segurança). Argumentaram que a lâmpada não se enquadrava na legislação que cede o desconto. Ou seja, depois de alguns lutarem por um bom tempo para conseguir este benefício (quem conhece a história, sabe que não foi fácil!), agora vamos ter que lutar para sua real implementação. A bola está conosco.
De: Edson Falcão
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Assunto Re: Energia para piscicultura
Desde 1992 temos por aqui efetivado o subsidio da energia. Primeiro para irrigação e depois para aqüicultura, é fato. Tem todo um ordenamento em função do tamanho do módulo rural, e seu benefício vai até 100ha. O beneficiário requer, a Emater faz o laudo e envia para a concessionária, que faz avaliação de carga e cadastro do medidor, enviando o processo para SDR, onde o benefício finalmente é concedido, e isso vai 20 dias.
De: Jorge Nicolau
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Assunto Re: Energia para piscicultura
A EMATER fez o laudo, mas estou esperando há dois anos a resposta da CEPISA. Não é assim tão simples e eu só conheço um carcinicultor que conseguiu o benefício, através de mandado de segurança.
De: Christopher Denmark
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Assunto: Evergreen
Alguém tem informação a respeito de um produto chamado “Evergreen”? Ele é usado como uma alternativa ambientalmente amigável para o uso do metabissulfito de sódio utilizado na prevenção da melanose.
De: Srini
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Assunto: Re: Evergreen
Este produto está disponível na Índia. É basicamente um vinagre de madeira, processado por meio de destilação a seco. Estudos têm demonstrado que o produto reduz a melanose, não considerando a sua atuação como desinfetante para uso antes do processamento de peixes e camarões. Visto que é um produto biodegradável, e uma fonte orgânica, não possui efeitos colaterais.
De: Dominique Gautier
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Assunto: Re: Evergreen
Informações à respeito de um estudo interessante sobre esse tema, foi recentemente apresentado no Seafish: www.seafish.org/whatsnew/detail.asp?p=ca&id=1239
De: Vijayan KK
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Assunto: White Spot
Freqüentemente escutamos dos produtores a respeito da relação com a salinidade e a temperatura da água de cultivo. Um dos meus estudantes de doutorado trabalhou o perfil de virulência do WSSV proveniente das fazendas na Índia e interessou-se pelo papel da salinidade e da temperatura sobre a virulência do WSSV. Coletamos informações de campo e conduzimos estudos de laboratório com diferentes tratamentos de salinidade e de temperatura. Experimentos com salinidade variando entre 1 e 45 ppt não mostraram nenhuma variação na virulência do WSSV. Nossos dados de campo também sugerem que a deflagração da enfermidade ocorreu em todos os tratamentos, variando desde 1 ppt (quase água doce) até 60 ppt (países do Golfo). É interessante notar que a temperatura mostrou uma influência clara na virulência. Temperaturas baixas mostraram maior virulência, e provavelmente o WSSV prefere baixas temperaturas para a multiplicação viral. Nas regiões tropicais, quando a temperatura cai para menos de 28oC, a enfermidade mostrou um surgimento repentino e os nossos dados de laboratório corroboram esse fato. Em nossos experimentos, quando a temperatura foi mantida acima de 30oC e 32oC, a virulência do WSSV chegou a diminuir e os animais expostos a essas condições puderam sobreviver melhor e por períodos maiores, quando comparado aos animais controle, mantidos em 28oC. No entanto, existe uma visão de que em climas temperados as coisas possam ocorrer de forma oposta, ou seja, em temperaturas mais elevadas a virulência será maior e em condições de temperaturas baixas a virulência seja menor. Não sei se alguém tem alguma evidência que confirme isso. Geralmente, os produtores na Índia também observam que quando a temperatura da água está acima de 30oC, a deflagração da Síndrome da Mancha Branca é considerada baixa, enquanto que quando a temperatura cai para menos de 28oC, freqüentemente devido a chuvas repentinas ou em dias nublados, então a incidência da deflagração da WSSV e as mortalidades aumentam.
De: Saji Chacko
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Assunto: Re: White Spot
Minha experiência na India (Gujarat), nos últimos 10 anos, mostra que as deflagrações do WSSV se dão em salinidades variando desde 5 a 52 ppt. Tenho notado que o agente causador, normalmente são as flutuações na temperatura e os dias nublados.
De: Eric De Muylder
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Assunto: Re: White Spot
Não sou um especialista, mas tenho escutado que o WSSV não ocorre acima de uma determinada temperatura (creio que acima de 35oC), e não acima de uma determinada salinidade. O White Spot se deflagrou na província de Bushehr, no Irã, no ano passado, quando as temperaturas ainda eram moderadas, mas a salinidade muito provavelmente estava acima de 40 – 45 ppt. Infelizmente quase todos os produtores interromperam os cultivos.
De: Laurence Evans
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Assunto: Re: White Spot
Uma fazenda na Arábia Saudita atualmente também se encontra enfrentando o WSSV e as salinidades são maiores que 42 ppt.
De: Carlos A S Suleiman
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Assunto: PH, Dureza e Alcalinidade
Apesar de estar usando calcário dolomítico nas proporções adequadas não consigo elevar a alcalinidade e a dureza para os níveis ideais, o pH até que se mantém em 6,5. Estou pensando em usar aquele pozinho utilizado em construção, que é cal com elevadas quantidades de magnésio, minha pergunta é: é o ideal pra ser usado? Não tem perigo de ser agressivo pras larvas (ainda faltam cinco dias para a soltura)? Tem algo melhor para se usar?
De: Luis Vinatea
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Assunto Re: PH, Dureza e Alcalinidade
Tanto o calcário calcítico quanto o dolomítico ficam insolúveis a partir de 40 mg/L de alcalinidade. Essa pode ser a resposta do porquê sua alcalinidade custa a subir. O pozinho a que você faz referência deve ser o hidróxido de cálcio Ca(OH)2, que pode, sim, ser usado para elevar a alcalinidade e a dureza. Porém, existe o risco de elevar demais o pH e, com isso, tornar mais tóxica a amônia presente na água. O sulfato de cálcio poderia ser usado para elevar a dureza da água e o bicarbonato de sódio NaHCO3 para elevar a alcalinidade, pois são mais solúveis que os calcários. Porém, se após alguns dias a alcalinidade da água cair, e se esta queda não é devido à renovação da água, é provável que você esteja com o seu solo ácido, o qual deve estar seqüestrando íons bicarbonato para neutralizar os prótons liberados pelas reações próprias do ferro e do alumínio.
De: Alvaro Graeff
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Assunto Re: PH, Dureza e Alcalinidade
Trocando em miúdos, quais os produtos comerciais e em que situação usá-los. Quando minha água tem 20 mg/L de alcalinidade e dureza e necessito aumentar para 60.
De: Luis Vinatea
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Assunto Re: PH, Dureza e Alcalinidade
Se sua água tem 20 mg/L de alcalinidade e dureza, você mata dois coelhos de uma tacada só usando carbonato de cálcio, porém, a sua alcalinidade e dureza irá aumentar só até 40 mg/L. Os 20 mg/L restantes (para chegar em 60 mg/L) terá que ser aumentado por meio de bicarbonato ou calcário de elevada solubilidade (que é bem caro e não sei se existe no Brasil). A maioria dos peixes de água doce vão se contentar com 40 mg/L de alcalinidade e dureza, mas, é claro, seu pH vai oscilar muito de dia e de noite, devido ao fraco poder tampão da água. Neste caso, fique de olho no fitoplâncton e nunca permita transparências menores de 40 cm. Os produtos comerciais e as situações em que podem ser usados são: CaCO3 (carbonato de cálcio) para corrigir pH do solo e aumentar alcalinidade e dureza simultaneamente (até o limite de 40 mg/L); CaMg(CO3)2 (dolomita) idem; CaSO4 (sulfato de cálcio) para aumentar só a dureza e não a alcalinidade (até o limite de 40 mg/L); NaHCO3 (bicarbonato de sódio) para aumentar a alcalinidade e não a dureza (para aumentar a alcalinidade acima de 40 mg/L); Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio) para aumentar a alcalinidade da água e neutralizar ácidos fortes, precipitar fitoplâncton (+ de 50 kg/ha) e fazer desinfecção da água e do solo; CaO idem, mas é melhor não usar este produto pela sua elevada periculosidade.
De: Alvaro Graeff
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Assunto Re: PH, Dureza e Alcalinidade
Com certeza outros como eu, aproveitarão estas suas informações. O calcário de grande solubilidade chama-se FILLER com prnt de mais de 90% e a um custo a mais do que calcários comuns de 35% (em nossa região/Santa Catarina).
De: Sérgio Alberto Almeida
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Assunto: Contato Univ. Est de Londrina
Alguém teria o contato do Dep.Medicina Veterinária da UEL em Londrina-PR? Preciso de uma análise confirmativa microbiológica em tilápias cultivadas em tanques-rede. A suspeita é de infecção por bactérias e a mortalidade vem aumentando dia após dia.
De: Fábio Sussel
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Assunto: Re: Contato UEL
O telefone do Laboratório de Microbiologia da UEL é (43) 3372-4259. Pode falar também com o Prof. Júlio Hermann, que não só te encaminhará para pessoa certa neste laboratório, mas também poderá te dar algum parecer a respeito do problema com seus peixes, já que ele é pesquisador em aqüicultura. Prof. Júlio: (43) 3327-1920, (43) 9118-2146, e-mail: [email protected].