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De: Hênio do Nascimento Melo Júnior
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Assunto: Tanque-rede
Estou precisando recuperar uma fórmula que Fernando Kubitza enviou para a lista da Panorama da Aqüicultura. Com esta fórmula é possível calcular a carga de poluição que a ração causa em ambientes com cultivo de peixes em tanque-rede.

De: Alvaro Graeff
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Assunto: Re: Tanque-rede

O Fernando Kubitza disse que “Você tem que considerar que do ganho de peso dos peixes, 75% mais ou menos é água que ele ganha do ambiente. Assim, se eles comem 1.000 kg de ração, ganham 1.000 kg (conversão alimentar 1:1). Na realidade eles ganharam apenas 25% ou 250 kg em matéria seca. E a ração tem cerca de 90% de matéria seca, ou seja, 900 kg de matéria seca de ração resultaram em 250 kg de ganho em matéria seca nos peixes. O potencial poluente da ração é de 650 kg de matéria seca para uma tonelada de peixe produzida neste exemplo.”

De: Antonio Dantas
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Assunto: Mortalidade de Tilápia
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Caros Colegas, estou com um problema na minha criação de tilápias em tanques-rede no Rio São Francisco, em Alagoas. As tilápias maiores que 300 gramas morrem apresentando os seguintes sintomas: 1 – Coloração escura do corpo, 2 – Olhos bastante saltados da cavidade ocular, 3 – Apresentam uma membrana branca cobrindo o olho. Algumas apresentam lesões no corpo como se fossem provenientes de pancadas. Gostaria que alguém me informasse que doença é essa e como tratá-la.

De: Johnnie Castro Montealegre
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Assunto: Re: Mortalidade de tilápias 

Consultei sobre o seu problema de mortalidade com uma especialista venezuelana em enfermidades de peixes e segue o comentário dela: “A cor escura é a primeira reação que os peixes têm quando expostos a algo negativo prolongado, podendo também estar relacionada com uma situação em que não podem regular as últimas terminações nervosas que controlam a coloração dos peixes. Por isso os peixes enfermos se mostram escuros. Os olhos saltados são sintomas de várias doenças, incluindo deficiência de vitaminas. Nos tanques-rede muitas vezes observamos peixes com olhos opacos, quase sempre do mesmo lado, resultado do roçar na rede. É importante ver os órgãos internos antes de poder pensar em algo. Muitas vezes observamos lesões externas como se tivessem sido golpeados mas que na realidade é por falta de escamas devido a algum processo de captura ou também associado a problemas com Pseudomonas e Aeromonas. É importante conhecer a densidade que estão sendo criados, em que profundidade está o fundo do reservatório e como se encontram as brânquais. É necessário que se faça observações de cada um do órgãos – mesmo que seja macroscópica. Com as informações que você me enviou é muito pouco o que se pode fazer. Um abraço, Gina” Conroy email: [email protected]

De: José Maria
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Assunto: Milho fermentado para tilápias em Terminação
Recebi informações de que milho fermentado serve como alimento alternativo para terminação de tilápias. Gostaria de saber se tem algum problema no trato uma vez que temos uma quantidade razoável de milho em nossa propriedade. Até o momento, fizemos o trato apenas com ração.

De: Márcia Regina Stech
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Assunto: Re: Milho fermentado para tilápias em Terminação
José Maria, poder usar o milho você pode, mas não deve, essa é a questão, pois provavelmente terá problemas com transporte, qualidade de carcaça e sanidade.

De: Luiz Vítor Oliveira Vidal
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Assunto: Re: Milho fermentado para tilápias em Terminação
O milho é bastante energético, o acúmulo de gordura na carcaça será maior. Os pigmentos carotenóides do milho podem alterar a coloração da carcaça, prejudicando a venda.


De: Josué Moura
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Assunto: Tilápia no inverno

Gostaria de saber o que vocês acham de locar tilápia nos tanques-rede agora, na entrada do inverno, minha represa apresenta uma temperatura média no inverno de 18ºC. Terei um resultado satisfatório?

De: Alvaro Graeff
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Veja que país belo nós temos! Para quem está preocupado se pode estocar as suas tilápias com uma temperatura média de 18ºC graus no inverno, nós aqui estamos criando tilápias no verão (entre os meses de outubro a abril) e a temperatura média em minha região (Centro de Santa Catarina) não é maior do que isto. Veja as médias: janeiro: 20,7 ºC, fevereiro: 20,5 ºC, março: 19,6 ºC, abril: 16,6 ºC, maio: 13,4 ºC, junho: 12,0 ºC, julho: 11,9 ºC, agosto: 13,3 ºC, setembro: 14,8 ºC, outubro: 16,8 ºC, novembro: 18,6 ºC e, dezembro: 20,0 ºC. Produzimos peixes ao redor de 500 gramas por cabeça em 200 dias. As adversidades nos fazem ser criativos para produzir “nesta terra em que se plantando tudo dá”.

De: Francisco Moreira Dubeux Leão Junior
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Prezados Álvaro e Josué, deixa eu pegar uma carona na sua discussão. Aqui na minha região, a água varia de 29 ºC no verão a 18 ºC no inverno. Os meses frios são junho, julho e agosto. Nestes meses elas comem mais ou menos uns 75% do que deveriam comer se a temperatura não caísse. Isto me dá um ciclo de nove meses entre o Alevino II (pós-reversão) e o peixe gordo com mais de 500g e menos de 700g. Álvaro, você acha que eu estou “marcando bobeira” e demorando muito ou o ciclo de 9 meses é compatível com estas temperaturas? Você chega em 500g em 200 dias partindo de que tamanho? Outra pergunta: quem faz os seus alevinos/juvenis? Você mesmo já tem as matrizes adaptadas para o seu clima ou você compra de terceiros da sua região? Se não for pedir muito: qual o esquema de arraçoamento que você usa?

De: Álvaro Graeff
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Os resultados foram obtidos em tanque-rede com alimentador automático de 24 horas da Bernauer, com oferecimento constante. O início do cultivo começa com juvenis de tilápia com 50 gramas, produzidos e fornecidos por nós mesmos (passam o inverno em recria). São dados experimentais, pois estamos desenvolvendo dietas completas, para possibilitar um sistema de produção em nossa região que, como falei, tem um inverno rigoroso.

De: Flavio Lindenberg
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Aqui em Cananéia – SP as médias de inverno se assemelham às suas e temos obtido converções alimentares semelhantes às do verão caindo, contudo, a taxa de crescimento diário aproximadamente pela metade. Nossa opção é por manter as engordas e pré-engordas, suprimindo apenas as alevinagens. Creio que a questão determinante é econômica (aumento do custo de produção) e depende da sua análise particular. Nos casos do Álvaro e Francisco Leão pode-se notar que sem o inverno as metas não seriam alcançadas. Divagando um pouco, “tempo é dinheiro” e experiência.

De: Flavio Lindenberg
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Talvez a solução esteja em partir de alevinos saudáveis e de grande porte, acima de 5 gramas, sem estresse de transporte e tratamento preventivo contra patógenos. No inverno o sistema de alimentação ad libitum (à vontade) e ração de qualidade também podem ser limitantes. Por que você não mantém um novo teste em pequena escala?

De: Francisco Moreira Dubeux Leao Junior
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Assunto: Re: Tilápia no inverno

Eu ainda tentei fazer juvenis no inverno do ano passado e não deu muito certo. Morreu um bocado e o que sobrou teve um desempenho meio fraco. Este ano eu vou passar o inverno com a recria vazia. Outro aspecto que eu notei é que eu estava dando pouca comida quando chegavam nas 400g, principalmente no calor. Acho que fiquei muquirana de repente e acabei deixando a peixada com fome!

De: Paulo Afonso
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Assunto: Tilápia & Cia

Estamos vivenciando uma experiência muito interessante aqui em Aracaju-SE. A Piscicultura Porã, voltada para a reprodução, engorda e processamento de tilápia, há mais de 10 anos, resolveu montar um restaurante e choperia (TILÁPIA & CIA.), onde só pratos e petiscos de tilápia são servidos aos fregueses. Está sendo um sucesso. As pessoas estão adorando e muitas delas que não conheciam o nosso peixe, passaram a conhecer e gostar. São mais de 10 receitas que oferecemos. Estamos localizados na orla da praia de Atalaia, em Aracaju. O restaurante também funciona como ponto de venda dos nossos produtos processados (filé, postas, eviscerados, bolinhos, etc.). Como ponto de escoamento da produção, está surpreendendo a todos nós. Quando vierem a Sergipe, nos visitem, será um prazer, contar da nossa experiência.

De: Daniel Y. Sonoda
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Assunto: Re: Tilápia & Cia

Paulo, acho que esta iniciativa de vocês deveria ser copiada em todos os Estados do Brasil. Esta é a forma de marketing mais eficiente que existe, pois se ganha dinheiro para divulgar o produto! Seria uma ótima forma para fixar o consumo de peixes de piscicultura na população.

De Carlos Iannoni
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Assunto: Re: Tilápia & Cia

Olá Paulo, aqui na região central do Estado de São Paulo trabalho exclusivamente com a pesca de tilápia e no restaurante sirvo somente filé de tilápia já há três anos e tem sido um sucesso. O produto é muito bom de trabalhar, vende sozinho, preenche os anseios do consumidor sem detalhes à acrescentar ou ressalvas. Gostaria de propor um trabalho com moto-boys entregando peixes nos domicílios. Fiquei interessado nos bolinhos que você comercializa. Como vai a aceitação deles? Parece mais barato que o filé e oferece praticidade ao consumidor. Vocês têm a percepção que me deixou os pirões confeccionados com tilápia (carcaça do filé)? Quando se deixa sem tempero a farinha se pronuncia mais e quando se tempera muito o peixe some. Não é defeito e sim uma característica de leveza que a tilápia tem. Coloco em confronto com o pirão de piranha, por exemplo. Parabéns e tenha a certeza de vida longa para o empreendimento.

De: Paulo de Mesquita Sampaio
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Assunto: Tilápia enlatada

Pessoal do processamento, vocês já viram e experimentaram o filé de tilápia enlatado em lata de sardinha pela firma “Rubi” do Rio de Janeiro? Tem filé no óleo comestível, filé no molho de alcaparras e filé com outro molho que não me recordo. Comi e gostei. É um sabor bem leve. São latinhas com 83g de filé de tilápia. Como vêem o peixe em lata é um mercado já consolidado, com a sardinha, anchova, atum, etc.. E agora é a tilápia conquistando seu espaço. Sugiro irem ao supermercado para experimentar e, principalmente, comentar e tocar pra frente esse novo produto para que todos possam vender mais tilápias.

De: Silvia Mello
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Assunto: Re: Tilápia enlatada

O enlatamento começou através da proposta de um piscicultor do Estado do Rio de Janeiro que fornece a tilápia para a Rubi. As tilápias filetadas são de tamanho pequeno, devido a questões técnicas e econômicas. O produtor em questão prefere comercializar a tilápia pequena (inicialmente o peixe tinha entre 250 e 350 g) devido a questões de manejo da sua piscicultura.

De: Luiz Eduardo
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Assunto: Re: Tilápia enlatada

Tive a oportunidade de experimentar a tilápia enlatada. Aqui em Londrina, uma rede de supermercado algum tempo atrás andou vendendo a tilápia dessa forma. Há tempos que não tenho visto o produto, mas posso garantir que é extremamente saborosa.

De: André Bezerra
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Assunto: Re: Tilápia enlatada

Através de nosso Sistema de Inteligência de Mercado (SIM) temos monitorado os preços, ofertas e flutuações de diversos produtos de Aqüicultura. A tilápia / filé / rubi/ vem tendo boa aceitação no mercado, tem sido ofertada em embalagens de 130g com óleo comestível, pimenta, ou alcaparras, nos últimos quatro meses segue com o preço médio (consumidor) de R$ 2,99. Tenho encontrado o produto em supermercado no Espírito Santo. Parabéns aos empreendedores que mostram que é possível irem além de nossas comodities e investem em agregação de valor.

De: Bernardo Sardão
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Assunto: Re: Tilápia enlatada

Tive oportunidade de percorrer alguns supermercados nos Estados Unidos e Canadá dando especial atenção aos pescados. Encontrei uma grande variedade de produtos enlatados e os mais populares eram os do tipo “atum enlatados” muito parecidos com os de marca brasileira, e esses custavam entre US$ 0,25 (produto de excelente qualidade) e US$ 1.00 (marcas e supermercados mais caros) a unidade. Havia também salmão enlatado utilizando partes do peixe (com espinha e pele) de menor tamanho aos comercializados. Comprei vários tipos e marcas. Apesar do cheiro muito forte, experimentei e gostei. Os preços das latas estavam em torno de US$ 2.00 e US$ 3.50, dependendo claro, do tamanho e marca. Não havia tilápias enlatadas, no entanto, este peixe ocupa grande parte das prateleiras, onde se encontra tilápias para todos os gostos. Em filés, inteiras, diferentes cortes, congeladas e prontas para cozinhar (US$ 0.99 cada filé de 100 gramas (promoção!), fresca, congelada, etc. de procedência chinesa (obs.: todas as tilápias, sem exceção, eram de procedência chinesa). Além do salmão e atum, havia uma grande variedade de moluscos e outros peixes de águas frias, também enlatados (ao óleo, água, diferentes molhos e defumados). Vale a pena entrar nos sites de grandes empresas estrangeiras de pescados e também de redes de supermercados para ter conhecimento do que está sendo comercializado no exterior.

De: Eduardo Tiguera Bernhardt
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Assunto: Policultivo

Estou em Aracajú-SE e recentemente passei por desagradável surpresa ao despescar um viveiro de 2 hectares povoados com cerca de 100 mil Pl´s de vanammei e 30 mil alevinos de tilápia. Esse meu viveiro é abastecido com água de uma nascente que fica próxima, têm características especiais com salinidade de 4,5 ppt, alcalinidade e dureza maiores de 150 ppt e fica em uma antiga área embrejada onde viviam muitos camarões nativos de água doce. Acontece que os camarões (vannamei) se desenvolveram muito bem até 13-15 g porém, não tinha idéia da sobrevivência, pois a aclimatação na época do povoamento a fiz em condições adversas e com pouca técnica. Bom, a partir daí (+/- 90 dias) começou a aparecer e logo depois a predominar em minhas biometrias, esse camarão nativo de água doce muito parecido com o pitú ou o rosenbergii) e no final do período de policultivo cerca de 180 dias despesquei cerca de 200 kg de camarão. Desses, apenas cerca de 5% eram vannamei. Percebi ainda, que os maiores, que chegaram a atingir 18 gramas nas biometrias, haviam desaparecido! A possibilidade que levanto é de canibalismo por parte dos de água doce (que tem quelas) contra os vannamei. Gostaria, no entanto, da opinião dos listeiros! Gostaria também de receber notícias de outros policultivos em água doce ou salgada e seus índices, bem como se alguém já desenvolveu técnica de despesca ou mesmo de construção de viveiros ou estruturas de despescas para essa modalidade, visto que a despesca é uma das grandes dificuldades desse tipo de cultivo. Alguns dados importantes: utilizei Pl 10, a aclimatação de Pls que vieram com salinidade 5 para 4,7 (minha), inicialmente dentro das próprias bolsas de transporte, duração de cerca de 1 hora e meia. Não foram observados outros parâmetros como pH, no entanto o meu sempre é próximo de 7 (método colorimétrico). O tempo de transporte das Pls até a fazenda é de cerca de 18 hs. O horário da aclimatação foi 21hs. Foram feitas correção do solo com calcáreo dolomítico e desinfecção de poças com cloro, porém como a área do viveiro têm fundo muito úmido e muitas poças, acredito que as larvas dos camarões nativos vem daí! Uso tela de entrada e saída do tipo “tela mosquiteiro” (não sei exatamente quantas micras de abertura). As tilápias foram estocadas com cerca de uma grama mais ou menos, sete dias antes da estocagem dos camarões.

De: Francisco Costa
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Assunto: Re: Policultivo

Eduardo, a estocagem foi feita da forma errada. Você colocou tilápias com uma grama, que vão se alimentar fortemente de zooplâncton e, então, você coloca PL 10 (praticamente zooplâncton). As 100.000 PLs, então, serviram praticamente de alimento para as tilápias que com uma semana já deviam estar com 2 gramas. Acabei de fazer uma viagem ao Equador para verificar esse pacote. Dê uma olhada em www.civa2004.org, lá você encontrará um artigo nesse sentido…é um bom caminho.