De: Piscicultura AQUABEL [email protected] Para: [email protected] Assunto: Interesse em exportação
Caros Amigos, talvez esta mensagem que recebi possa interessar a alguém. Saudações, Ricardo. “Meu nome é Carlos Cotrim, vivo em Seattle no estado de Washington – EUA. Desde a minha vinda para cá, há 3 anos, trabalho em fábricas que processam peixes. No momento trabalho com salmão, halibut, tilápia e outros. A empresa onde trabalho tem interesse na importação de tilápia, atualmente eles compram do China, tornando o custo do pescado elevado. Gostaria, caso haja interesse, que vocês me enviem uma tabela de preços do peixe inteiro e do file processado. Se houver interesse por parte de vocês na importação de salmão, poderemos fazer contato, sendo possível o envio dos custos antecipadamente’. Para os interessados, o e-mail do Sr. Carlos Cotrim é [email protected].
De: Paulo de Mesquita Sampaio [email protected] Para: [email protected] Assunto: Tilápia falta profissionalismo
Tenho lido essas conversas na lista e fico pasmo em ver que ninguém fala em abatedouro de tilápia com SIF, controle de qualidade, estrutura de distribuição etc. Sem isso tudo é pesca esportiva ou amadorismo. Nosso produtor, como os extensionistas bem sabem, não tem a menor idéia do que é depuração do pescado para entrega ao consumidor e não tem o menor compromisso com seu cliente. Sei disso por experiência própria como ex-presidente de uma cooperativa que possuía ótimas instalações no interior de SP. A tilápia como sabem, só rende 30% em carne, portanto, os preços praticados são altos para essa carne. Se não houver quem faça o beneficiamento bem feito, essa aqüicultura comercial não decola. Estou hoje em Santarém, no Para, só aqui estão quatro frigoríficos com cerca de 80 a 150 funcionários cada, preparando peixe como se deve (as vezes nem tanto), mandando para o sul, exportando e principalmente ganhando dinheiro, e muito. Esse espaço será em parte ocupado pela aqüicultura profissional. A parte mais fácil da atividade é produzir o peixe. Organizar os produtores, mesmo no seu próprio interesse, é quase impossível. Por essas razões acredito que a piscicultura só pode ser feita dentro da cadeia produtiva. Nunca como é hoje, cada um dando tiro para todos os lados.
De: Carlos Rogério Poli [email protected] Para: [email protected] Re: Tilapia inteira no supermercado
Alguns colegas já fizeram uma observação que considero importante: não sabem a origem das tilápias dos supermercados. Considero que isto é um dado fundamental. Claro que o Carrefour ou alguma rede deste estilo, não deveria estar adquirindo peixe sem origem, mas o que me intriga é que ninguém da lista sabe de onde vem a tilápia. Quem são estes produtores? Acaso algum colega da lista já disse e eu não li? Quase todos dizem ter tão somente acompanhado o preço nos mercados. Precisaríamos saber se este mercado todo é proveniente de aqüicultura. Se for pesca em reservatório, por exemplo (Billings!!!!) não tem custo nenhum para os pescadores. Se for piscicultura pode ser uma boa noticia, mas ainda a tomo com cautela. Particularmente não sou muito convencido por valores percentuais sem saber as quantidades que estamos falando. Por exemplo: se um mercado comprou 10 quilos em um determinado mês e depois comprou 15 no outro, quanto % aumentou? Mas que valem 10 quilos???? ou mais 5 ?????. Gostaria de saber por exemplo, a quanto eles estão comprando. Se possível quantas toneladas mês, e que tipo de contrato eles tem. É consignada? Pagamento a vista? A compra é ocasional? etc.etc. Minha contribuição certamente não é das melhores, não tenho neste momento dados concretos para me basear. Eu agiria com cautela. Não me entusiasmo facilmente.Tomara que as quantidades sejam grandes e que possam dar uma aliviada para os produtores de tilápia.
De: Rodolfo N Sirol [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: tilápias e mais tilápias
Caro Poli! Parece que fazer barulho dá resultado! Com relação a venda de peixes em gôndolas de supermercado, eu tenho alguma convicção de que estamos sendo explorados em demasia e que isso esteja retardando o crescimento da atividade. Circunstâncias: porque a grande rede de supermercados, muito citada na lista, tem os seguintes procedimentos? 1- Venda de peixe de aqüicultura fresco e inteiro. Resposta: Redução de Impostos. Problema: Apresentação para o consumidor (podemos sofrer desgaste, uma vez que o peixe inteiro causa rejeição a alguns compradores). 2- Porque a faixa de lucro tem que ser de 100%? Resposta: Nosso peixe é comparado ao pescado de extrativismo, que sofre perdas na gôndola, e o nosso geralmente é totalmente vendido, portanto, sem perdas. Problema: Baixo preço pago ao produtor que arcou com todos os custos de produção e vê uma cadeia de supermercados ganhar grande parte do lucro. Além disso, o preço pago pelo consumidor, o que prejudica a imagem do produto (podendo ser taxado de produto caro por ser de aqüicultura). Observação: vejam os lucros médios dos supermercados, com relação aos produtos de origem animal; Carne Bovina – 15 %; Carne de Frango – 15%; Carne Suína – 25%; Peixe – 100%. 3- Pagamento com 21 dias. Resposta: Trabalham com o dinheiro do produtor, pois nesse período o peixe já deve ter sido vendido. Problema: Além disso, eles sempre inventam promoções para divulgar o produto, mas quem reduz o preço é quem fornece e na proporção direta do percentual da promoção feita por eles (muitas vezes chega a 50%). No caso do produtor não aceitar, ele pode ser excluído do cadastro de fornecedores. Outra faceta: existem os famosos bônus, nas primeiras compras, “compro 10 toneladas e pago apenas 8”. Bem, podem não ser essas as exatas políticas utilizadas por todos os supermercados, nem mesmo as que são utilizadas o tempo todo, mas todas elas já fizeram parte do cenário da venda de produtos de aqüicultura para grandes redes de supermercados. São essas atitudes que nos fazem acreditar que nosso seguimento precisa ter união para negociar com as grandes redes de supermercado e, enquanto isso não acontece, talvez, mas talvez mesmo, essa não seja a via de comercialização preferencial a ser adotada por produtores sem enormes escalas de produção. Para reflexão.
De: Carlos Rogério Poli [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Tilapias e mais tilápias
Prezado Rodolfo, interessante o que você relata. Isto é o que me refiro. Não basta ver o peixe na gôndola do super. É preciso ir mais adiante. Pular o balcão e conhecer o outro lado. Suas colocações mostram a fragilidade do nosso setor, baseado na desunião. Não recordo se já comentei sobre o mercado de flores e da cooperativa que vi perto de Garapuava. Um exemplo. Todos produzem o que o mercado quer e eles têm um preço mínimo. Se não quiserem pagar o preço mínimo eles jogam fora o produto. Claro que isto não seria preciso para os peixes acho eu, mas uma coisa eles nos ensinam: organização, grupo, produção e qualidade. Juntos eles enfrentam o mercado. Obrigado porsuas informações: acho que elas ajudaram a muitos repensar que ver o preço do peixe no super é apenas uma ponta do universo que existe.
De: Luís André Sampaio [email protected] Para: [email protected] Assunto: Sinbraq e o mundo real da Aqüicultura
…No meio deste ano teremos mais um Simbraq (nos dias 24 a 29 de junho de 2002) e é bom que além da apresentação dos trabalhos científicos, que dão tanto prazer ao mundo acadêmico, seja possível avançar nas questões do mundo real. E pelo que eu vejo, a produção e a comercialização de tilápias são o mundo real hoje. Outra pergunta, qual fatia da produção e qual fatia do mercado ocupam as outras espécies de água doce hoje em dia? Alguém se arrisca a fazer alguma previsão sobre a viabilidade da diversificação de espécies? É óbvio que não dá para pensar em 50 espécies, mas umas 5 ou 6 poderiam ajudar?
De: Sergio Tamassia [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Sinbraq e o mundo real da Aqüicultura
O importante é que os assuntos tratados, discutidos e/ou apresentados no Sinbraq sejam registrados, para que não se percam com o passar do tempo. Uma dificuldade a ser superada é que, de um modo geral, o trabalho científico é apenas uma fração do mundo real, que pode se descrito nos padrões científicos hoje aceitos pela comunidade acadêmica do mundo aqüícola, mas o inverso, ou seja, apresentar “flashs” do mundo real, é praticamente impossível na forma do tradicional trabalho científico, hoje aceito por esta comunidade. Como poderia o Sinbraq abordar isto? Talvez criando um “painel” onde estudos de casos reais pudessem ser apresentados! Talvez transcrevendo as apresentações, talvez introduzindo outras áreas necessárias ao desenvolvimento aqüícola, etc
De: Luís André Sampaio [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Sinbraq e o mundo real da aqüicultura
Sérgio, eu nem me atrevi a sugerir que fosse feita uma mesa-redonda ou semelhante sobre o tema de comercialização de pescado cultivado, pois imaginei que essa seria uma das principais preocupações dos organizadores do Simbraq. De qualquer maneira sempre vale a pena lembrar o óbvio, pois as vezes ele pode passar desapercebido.
De: Nariva Aquafarms [email protected] Para: [email protected] Assunto: Teste do Microoondas
Alguém poderia me dar uma dica para fazer o “teste do microondadas” para detectar off flavors em filés de tilápia?
De: Mike Picchietti [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Teste do Microoondas
Ponha o filé cru, não importe se fresco ou congelado, em um saco plástico lacrável. Antes de fechar, aperte para expulsar o ar. Aqueça apenas até o saco inflar com vapor do filé. Tire e abra cuidadosamente procurando sentir o odor característico. Cuidado apenas para não queimar a mucosa nasal.