Notícias & Negócios Online – edição 77

De: Ricardo Y. Tsukamoto [email protected] Para: [email protected] Assunto: tilápia e carpa enlatada. Será?
No Brasil, com a escassez da sardinha, as indústrias de enlatamento andam atrás de espécies alternativas. Há alguns anos, a ABRAT andou até estudando junto a uma delas, o enlatamento de trutas de pequeno porte. Só não deu certo, porque não havia produção de truta suficiente. Mas se fosse a carpa da cabeça grande, que cresce muito rápido, em consorciamento, em qualquer lugar do país, e ainda por cima – sem custo de ração – o potencial seria muito maior. O grande porte dessa espécie simplifica a remoção da carne, sendo que uma parte dessa carne pode até ser enlatada em blocos de musculatura, tal como ocorre com o atum enlatado de melhor preço, seguida pela carne desfiada. Outras espécies também poderiam ser usadas para esse fim.

De:Philip C. Scott [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: tilapia e carpa enlatada. Será? 
No Rio, desde os anos 80 e até antes, já tínhamos enlatado a tilápia. Sucesso total desde o ponto de vista do consumidor (teste de palatabilidade), quanto do técnico, no tocante ao processamento industrial (Coqueiro-Quaker (Wilson) /Sudepe (Leo Nascimento)/ Aquatec – Barra do Piraí – (Philip/Modesto). O problema de porque isto não foi mais posto em prática, pode estar sendo solucionado com o tempo porque: 1. Hoje, há quantidades suficientes de produtores para entregar à indústria este tipo de produto; 2. Hoje, a indústria já (quase) não dispõe de sardinhas para enlatar; 3. Hoje, o público está mais flexível no tocante ao consumo de tilápia; 4. Agora há a ‘vontade política’ instalada que favorece isto; e, 5. É economicamente viável.

De: Roberto Poty [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: tilápia e carpa enlatada. Será?
Caros amigos, sobre processamento de carpas etc, etc, a Dra. Socorro, do DNOCS de Pentecoste (CE), desenvolveu um trabalho sobre o aproveitamento de tilápias de aproximadamente 15 /20 gramas em forma de “sardinhas”. Simplesmente é uma delícia e com futuro, pois se colocado este produto em programas como o fome zero e merenda escolar, poderá ser comercialmente interessante pois produzir tilápias deste porte aqui no nordeste é brincadeira.

De: Tiago Santos [email protected] Para: [email protected] Assunto: Como começar na piscicultura? 
Sou agricultor e gostaria de começar a produzir peixes em minha propriedade. Tenho uma retro-escavadeira e a intenção de construir vários tanques. Se possível, poderiam me indicar algum livro, para iniciante e, em média, qual a rentabildade que a piscicultura alcança? Agradeço.

De: Alvaro Graeff [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Como começar na piscicultura?
Tiago, inicialmente você precisa ver se em sua região tem algum organismo que possa lhe dar a assistência inicial de implantação, com o respeito as leis ambientais, etc…Depois a viabilidade da água, topografia, e por fim o mercado e depois a espécie.

De: Sergio Tamassia [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Como começar na piscicultura? 
Olá Tiago, antes de começar na piscicultura, a questão básica é determinar que mercados você quer atingir e o que as pessoas destes mercados estão dispostas a comprar, em que condições e a que preço. A partir deste ponto, verifique se as projeções de lucratividade são aquelas que você espera. Se até aqui der positivo, aí você começa o detalhamento técnico. A não atenção ao planejamento inicial acima é uma das principais causas do encerramento de muitos, mas muitos mesmos, empreendimentos de aqüicultura por este Brasil afora, com prejuízos é claro, para o investidor.

De: Henrique Mumme Harger da Silva [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Como começar na piscicultura? 
Talvez um excesso de informações sobre todas as necessidades e conhecimentos para se ter sucesso em uma piscicultura possam sobrecarregar o interesse de uma pessoa pela área, desestimulando o mesmo. Em nenhum momento nego a importância de todas as áreas de estudo envolvendo a atividade piscícola, muito pelo contrário! Mas sei por experiência própria, que quando começo a falar de todos os aspectos e características importantes em piscicultura, a pessoa logo perde o interesse e fala algo do tipo: nossa, não sabia que era tão complicado!

De: Francisco Moreira Dubeux Leao Junior [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Como começar na piscicultura? 
Tiago, a aqüicultura vai ser responsável pela alimentação da raça humana no futuro. Isto está dito por Peter Drucker. Se já estamos organizados ou se o governo ajuda, isto é uma outra história. Eu creio que a organização é conseqüência do volume de produção e necessidade de escoamento de produção que, no momento, é muito pequena. No jornal O Estado de São Paulo, há umas três semanas, estava escrito que os pesqueiros do Estado de São Paulo consumiram 22 mil toneladas de peixe em um ano. 45% disto é tilápia!!! Por isso, o pesqueiro paga mais do que o frigorífico! E não adianta chorar porque é a famosa lei da oferta e demanda! Todo pioneiro paga o preço por desbravar a atividade. Em compensação, “o boi que vai na frente é o que bebe água limpa”. Como tudo na vida, aqüicultura requer aprendizado, principalmente quando se trata de algo relativamente novo. Felizmente existem profissionais que podem auxiliá-lo no começo da atividade. Ao contrário da pecuária, não existe “receita de bolo” para aqüicultura porque cada poça d’água é um micro ambiente diferente e com características próprias. Você deve adquirir um embasamento teórico para depois ver o que é que funciona na sua região e na sua propriedade. De qualquer forma, quando sair o primeiro caminhão de peixe da sua propriedade, mesmo que, no começo, não se ganhe muito dinheiro, você sentirá uma sensação de vitória que é aquilo que contamina a todos nós. Pessoalmente, eu estou na 4a. safra de tilápias e , freqüentemente, estou pendurado no telefone ou na internet consultando os colegas e trocando idéias. Acho que já consegui aprender uns 10% do necessário para me considerar um entendido no assunto. Vá em frente! Você vai sofrer um pouco no começo, mas depois a coisa anda. Em que região você está? Certamente, na vizinhança existe gente que pode te ajudar no começo.

De: Giba [email protected] Para: [email protected] Assunto: Lontras
Um conhecido que possui uma pequena propriedade rural está tendo problemas com lontras que estão se banqueteando com os seus peixes. Alguém tem alguma sugestão ambientalmente correta? Aproveito para perguntar se a legislação permite que se chame o IBAMA para a captura e soltura em outro local ou o animal tem o direito de permanecer por ali causando prejuízos consideráveis ao proprietário rural? 

De: Philip C. Scott [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Lontras
Já tive este problema, elas são umas graças! Brincam, pulam, nadam, mas destroem os peixes de maneira horrorosa, comendo partes, e deixando outros totalmente inaproveitados, nas margens dos taludes. Não dá pra ficar vigiando a noite toda de espingarda. Não seria um problema ecológico, pois elas não estão em falta. Minha sugestão, é colocar o bicho que mais espanta os outros bichos: um cachorro. Já vi fotos de cachorros em suas casinhas em cima de plataformas sobre viveiros no oriente, acho que foi em Taiwan.

De: Carlos Henrique [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Lontras 
Cerca elétrica funciona muito bem, basta um único fio e uma única vez ela não volta mais, depois você pode tirar o fio eletrificado.

De: Luis Vinatea [email protected] Para: [email protected] Assunto: Re: Lontras 
Me parece que, neste caso, é a Polícia Ambiental que deve ser acionada. Talvez seja da competência do IBAMA autorizar a instalação de uma cerca elétrica de baixa voltagem. Entretanto, penso que um bom par de cachorros, sobretudo perdigueiros (que entram na água sem problemas), seria uma boa solução.