Notícas & Negócios – Edição 08

CARCINICULTURA NO SUL – Com a participação de empresários e produtores de camarão Macrobrachium e sob a coordenação do Instituto de Pesca, realizou-se, de 26 a 29 de novembro, o II Encontro Paulista de Carcinicultura (criação de camarões) de Água Doce. Todos os setores envolvidos estiveram representados e mostraram muito vigor e disposição. O estimulante, sem dúvida, é o mercado consumidor paulista.

NOVA LARVICULTURA – Para finalizar o II Encontro Paulista, com a presença de autoridades e com todos os canapés que a ocasião exige, foi inaugurado o Laboratório de Larvicultura de Crustáceos do Instituto. Com capacidade para produzir 400 mil PL I S mensais, funcionando em circuito fechado projetado pela Aquarius Apollo, o laboratório fará pesquisas, treinamento e produção. Parabéns a todos os envolvidos e aos produtores em geral que poderão contar com mais um órgão desenvolvendo pesquisas para o engrandecimento do setor. Fica apenas o seguinte alerta: os laboratórios do governo não devem competir em produção com a iniciativa privada. Esta arca com custos pesados, mão-de-obra por exemplo, que para os laboratórios governamentais não pesam em suas planilhas de custos de produção. Mesmo praticando preços de mercado, a concorrência ainda é desleal. Não devemos esquecer que outros laboratórios fecharam suas portas também pela concorrência desleal dos laboratórios estaduais.

ABRAQ –Já está marcado para setembro de 1992, entre os dias 14 e 18, em Foz do Iguaçu, o VII Simpósio Brasileiro de Aqüicultura – SIMBRAQ, promovido pela Associação Brasileira de Aqüicultura – ABRAQ.

AVALIAÇÃO DE RAÇÕES – Os interessados em conhecer a composição química da ração que está fabricando ou mesmo da que está comprando no mercado devem dirigir-se ao Laboratório de Avaliação de Rações do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manuel de Medeiros S/N – Dois Irmãos – 52071 – Recife – PE, tel (081) 2685477 r 256 ou 395.

FUNDACION CHILE – A mudança nos hábitos alimentares, que se voltam para um intenso consumo de peixes, crustáceos e moluscos, criará até o fim do século uma demanda insatisfeita de 10 milhões de toneladas por ano. Considerando que a captura marinha já chegou ao seu teto biológico, voltam-se as atenções para os cultivos aquáticos. O Chile tem um grande potencial para desenvolver esta indústria e estima-se que até o fim do século mais de 2Ú diferentes espécies estarão sendo cultivadas no país, com exportação excedendo 300-400 milhões de dólares por ano. No momento, produtos chilenos provenientes de cultivo marinho já contribuem com 15 % do total das exportações de pescados. Na última estação, a produção de trutas e salmões excedeu 23 mil toneladas. Após uma produção piloto de 30 toneladas, o cultivo de turbot (um tipo de linguado) está adquirindo tamanho industrial com a construção de um laboratório para produção de alevinos e quatro fazendas de engorda interdependentes. A ostreicultura chilena é uma indústria já estabelecida e de fama internacional. O tamanho da indústria produtora de farinha de peixe faz do Chile um importante fornecedor de farinha qualidade premium, requeri da pela aqüicultura. A Fundacion Chile e a International Union of Nutritional Sciences promoverá de 7 a 10de setembro, em Santiago, o Vº Simpósio Internacional sobre Alimentação de Peixes.

AMA – A Associação Mineira de Aqüicultura – AMA nos informa, através de sua vice-presidente Norma Dulce de Campos Barbosa, que foi eleita no dia 14/11/91 a nova diretoria para o biênio 92/93 e é composta por Rugo Pereira Godinho – presidente, Paulina Maria Barbosa e José Eduardo Rasguido secretários e Paulo Sergio Formágio e Dálcio Ricardo Andrade – tesoureiros. Na ocasião já ficou marcado o Xº Encontro Anual da AMA que será nos dias 20 e 21/8/1992.

NOVO CHEFE DO CEPTA – O Centro de Pesquisa e Treinamento em Aqüicultura – CEPTA/IBAMA tem desde 6 de novembro nova chefia, estando agora à frente o Dr. Francisco Palhares, economista com especialização em mercadologia de pescado e pesquisa pesqueira. Em 1992 a equipe de pesquisadores do CEPTA desenvolverá 19 projetos de pesquisa (10 diretamente relacionados ao pacu) com um orçamento total de 78 mil dólares. Entre os projetos destacam-se os seguintes: Estudo microscópico comparativo de tecidos e órgãos de peixes normais e enfermos; Estudo sobre produção de alimento natural para peixes; Monitoramento ictiosanitário; Maximização dos níveis de produção de pacuemgaiolas; Manipulação de sêmen de pacu; Determinação da digestibilidade de sub-produtos da agroindústria pelo pacu, Manufatura de rações; Identificação de concentrações letais de biocidas em peixes, Banco de hipófise; e Contribuição ao estudo reprodutivo do pacu. Para os interessado, o CEPT A está localizado na Rodovia Brigadeiro Faria Lima km 6,5 C. Postal: 64 – CEP 13630 Pirassununga – SP. A publicação oficial do CEPTA é o Boletim Técnico do CEPT A com artigos dos seus pesquisadores.

FAZENDA DE ATUNS – Com um preço de US$ 641kg, e com o risco de perder boa parte do fornecimento oriundo dos EUA dado às pressões dos grupos ambientalistas, os japoneses planejam investir 2,5 milhões de dólares para produzir uma fazenda’ high-tech’ de atuns. O atum bluefin (lhunnus thynnus) é um dos mais prezados para o uso dosushi e do sashimi. A Audubon Society (ONG) já recomendou a colocação do bluefin na lista de espéces ameaçadas.

PESCADORES PERDEM PARA AQÜICULTORES – Assim determina o mercado do salmão do Alaska. A cada dia, o mercado consumidor toma-se mais exigente preferindo o pescado fresco, proveniente de piscicultura, com coloração uniforme, carne firme e sem ferimentos provocados pelas redes de pesca que, por isso, obtém maior valor. Obviamente os salmões cultivados têm correspondido à altura, alcançando melhores preços do que o salmão capturado em redes comerciais, fato que está gerando polêmica naquele estado americano, onde é muito tradicional a captura dos salmões.

CEMIG PESQUISA TANQUESREDES – A CEMIG, na Estação de Pesquisas e Desenvolvimento Ambiental de Volta Grande, vem realizando pesquisa com três modelos de tanques-rede para piscicultura, sendo um deles de formato piramidal e totalmente submerso. Os peixes, colocados com 5 cm de comprimento, ao atingirem 13 em são liberados no reservatório da usina hidroelétrica.

INDÚSTRIA EM DESENVOLVIMENTO – Sinais significativos mostram que a aqüicultura segue firme, apesar das dificuldades que o País ora atravessa. Um deles é o interesse que demonstram algumas empresas em desenvolver novos produtos ou mesmo adaptando a sua linha de produtos ao setor. Exemplo disso é a indústria gaúcha M.c. Groth, de S. Leopoldo. Com 15 anos de existência, a M.C. Groth, fabricante tradicional de equipamentos para caça e pesca, encontrou nos aqüicultores um novo mercado para suas botas que vestem até as axilas. Dessa forma ganham os aqüicultores, que podem contar com um produto importantíssimo para o seu conforto e proteção, como também ganha a aqüicultura, que se fortalece com a adesão de mais indústrias brasileiras fornecedoras de equipamentos.

ITAJÁ-GO – Parabéns à prefeitura dessa cidade goiana que está fomentando ativamente a piscicultura no município, cedendo máquinas de terraplenagem e caminhões para a construção de viveiros.

ARGENT CHEMICAL LABORATORIES – Especializada em produtos para aquicultura, anuncia a contratação do microbiologista e imunologista PhD Steven G. Newman para a diretoria técnica do grupo. Df. Newman participa de um grupo de renomados cientistas trabalhando no registro e comercialização de produtos biológicos, incluindo a vacina multivalente para camarões marinhos, várias vacinas para catfish e salmonídeos bem como outros produtos químicos muito utilizados pelos aqüicultores. A contratação do Dr. Newman é vista como um enriquecimento para a companhia, dado a sua grande experiência. O presidente da Argent, Eliot Lieberman, anuncia que está inaugurando centros de pesquisa e produção em Washington e Mississippi nos EUA, Bangkok, Tailândia e Filipinas.

EXPOPESCA ’92 – Será um evento singular na agenda Sul-Americana. a realizar-se de 2 a 5 de dezembro, no moderno complexo de feiras de Santiago. Acontecerão seminários sobre o desenvolvimento da pesca, aquacultura e marketing paralelamente ao evento. Com o início das atividades do Mercosul as possibilidades de negócios se multiplicarão e os setores da aquacultura e da pesca brasileira não poderão perder esta oportunidade.

INDÚSTRIA_ QUE DEPENDEM DA PESCA ESTÃO EM APUROS – Em Itajaí – S C, desembarcam aproximadamente 60 % da sardinha do Sul e Sudeste do país. A indústria beneficiadora de sardinhas deste pólo pesqueiro entretanto passa por sérias dificuldades decorrentes da queda da captura provocada pelo sobre-esforço da pesca. Para se ter uma idéia, por muitos anos o desembarque ficou estabilizado em 130-150 mil toneladas l ano (ainda assim abaixo das 177 mil toneladas de 1977) e em 1988 caiu para 85 mil, em 1989 foi 67 mil e em 1990 caiu para 30 mil. Hoje já se importa da costa africana 3.000 t a cada 2 meses como reforço às fracas capturas. Será que não é chegada a hora da indústria de beneficiamento, que sempre dependeu da extração, pensar na aqüicultura como solução aos seus graves problemas atuais? Certamente será uma solução mais fácil e eficiente do que manipular as datas do defeso. Aliás com menos defeso, aí sim, .é que as sardinhas acabarão mais rapidamente.

ALIMENTO NATURAL – Há um consenso entre os nutricionistas de todo o mundo que o alimento natural, bem manejado, nos sistemas de cultivo semi-intensivos pode contribuir com 50 % da nutrição dos camarões, além de baratear bastante os custos de produção, tão necessário face a acirrada concorrência de preços à nível mundial. A Associação Brasileira de Criadores de Camarão ABCC, a MCR Aquacultura e a Marine do Nordeste SI A, estão desenvolvendo uma pesquisa, tendo como mentor intelectual o Dr. Robert Coler (Universidade de Massachusetts- USA), atualmente trabalhando como consultor técnico da MCR. O objetivo é estabelecer critérios técnicos para a produção em massa, de forma controlada, de poliquetas e anfípodas em viveiros de camarão marinho.

ARERJ + ABCR – No último dia 15 de dezembro, ranicultores do Rio e de S. Paulo reuniram-se em Pindamonhangaba – SP, promovendo salutar intercâmbio de informações e experiências. Na ocasião foi organizada uma visita ao Instituto de Pesca coordenada pelo Pesquisador Dorival Fontanello que apresentou o andamento da pesquisa comparando os sistemas utilizados pelos criadores com as gaiolas desenvolvidas pelo Instituto. Fontanello, que é o representante dos criadores junto a Câmara Setorial de Pesca e Aqüicultura do MARA, reafirmou que levará sempre para as reuniões da Câmara, as propostas e reinvidicações conjuntas da ARERJ e da ABCR.

SANEAMENTO E PISCICULTURA – A Companhia de Saneamento do Pará possui uma Estação de Piscicultura com 21 tanques de engorda, 10 de sexagem, 19 de alevinagem e um lago de 3.000 Di na reserva do Utinga, utilizando as mesmas águas dos lagos Bolonha e Água” Preta, principais fontes de abastecimento de água de Belém. A estação funciona desde 1984 e, além de fazer o peixamento dos lagos para controle biológico das larvas do caramujo Biomphalaria glabrata transmissor da esquistossomose, trabalha com 50 espécies nativas e exóticas de peixes.