PRODUÇÃO MUNDIAL CAI – De acordo com relatório de Bob Rosenberry, World Shrimp Farming, o ano de 1992 viu a primeira queda desde que a indústria ganhou força no início da década de 1970. Foram 721.000 toneladas de camarão inteiro, 1,5 % menos que a produção de 1991 que foi de 733.100 toneladas. Atualmente criadores de camarão são responsáveis por 28% de todos os camarões no mercado mundial. A Tailândia liderou a produção com 153.000 ton um incremento sensacional de sua produção anterior de 43.000 ton. A China ficou em segundo lugar, a Indonésia em terceiro e o Equador em quarto lugar.
SBI – A Sociedade Brasileira de Ictiologia promoveu seu 10º Encontro de 9 a 13 de fevereiro no Instituto Oceanográfico da USP. No Encontro, que reuniu 500 ictiólogos do Brasil e do exterior, foram apresentados 221 trabalhos. Na mesma ocasião foi eleita a nova diretoria e para a presidência foi escolhida a Dra. Érica Pellegrini Caramaschi do Lab. de Peixes do Departamento de Ecologia do Instituto de Biologia da UFRJ. A SBI reune os principais especialistas brasileiros e é um importante Fórum de debates onde assuntos como espécies exóticas, difusão de parasitas, espécies em extinção e pesca continental e oceânica são discutidos.
AQUAE – Para um bom resultado um bom planejamento. Esta máxima é perfeita para a aquacultura, principalmente no Brasil onde dizem que quem planeja não faz ou quem faz não planeja. Os maus projetos estão aí para provar a importância de um bom planejamento. Muitos profissionais inexperientes já afogaram muito dinheiro em cultivos capengas. Para Ana Maria Paixão, bióloga proprietária da AQUAE e especialista em ciência e técnicas de produção de animais aquáticos com pós-graduação no Institute National Polytechnique de Toulouse – França, uma consultoria séria otimiza a instalação de um cultivo e torna claro os caminhos a serem seguidos para alcançar o sucesso econômico. Ana Maria fala com a experiência de serviços prestados a
CENIBRA – Celulose Nipo-Brasileira e a Construtora Andrade Gutierrez. MINAS GERAIS – Acaba de ser concluído um levantamento feito pela EMATER-MG para identificar os aqüicultores do estado. Os números mostram que Minas Gerais conta hoje com 2.274 aqüicultores que operam em 701,4 hectares de lâmina d’água. Segundo José Eduardo Aracena Rasguido, do escritório da EMATER de Sete Lagoas, todo esforço será feito para que nos próximos três anos o estado venha a ter pelo menos 5.000 hectares de viveiros. Desde já 25 técnicos do órgão estão em treinamento para que, através de um trabalho de extensão, esta meta seja alcançada.
AQÜICULTURA E AQUA-CULTURA – O dicionário inglês Webster de 1980 define Aquiculture com “the cultivation of things that live in water”. A publicação britânica Aquatic and Fisheries Abstracts”descreve tópicos sob esta grafia. Porém, uma busca em bibliotecas na lingua inglesa mostrará que a maioria das fichas de microfichas listam sob a palavra Aquiculture, “veja Aquaculture” Assim Bill Hastings, autor do artigo “In Search of History” lembra que a pessoa que mais contribuiu com a maneira americana (aquaculture) de se referir à ciência foi T.V.R. Pillay, pesquisador Indiano que trabalha para a FAO) que insistiu no uso do derivado do prefixo latim.
PIRAPITINGA CHINESA – O Colossoma brachypomum mais conhecido como pirapitinga, é um peixe nativo da região amazônica que foi introduzido na China em 1985. Numa recente busca no ASFA (Aquatic Sciences and Fisheries Abstracts) disponível em CD-ROM em nossa redação, encontramos o resumo de um artigo publicado em chinês no J. Fish. China/ Shuichan Xuebao vol. 12, no 3, pp 183-193 /1988. No abstract do artigo soubemos que os pesquisadores chineses consideram a pirapitinga uma espécie com um bom potencial de cultivo pela sua capacidade de tolerar salinidades de até 10 parte por mil, ser um peixe onívoro e tolerar baixas de oxigênio de até 0,48 mg/l. A temperatura boa para crescimento segundo os chineses é de 22-30 graus ºC, morrendo abaixo de 8 ºC. Outras vantagens da espécie encontradas pelos chineses são a facilidade de captura com arrastão e o crescimento rápido. Aliás o Dr. Woynarovich relatou ao Panorama da AQÜICULTURA que encontrou um amigo recém chegado da China que lhe relatou que piscicultores da região do Rio Pérola produziram, em 1990, 500 toneladas de tambaquis (primo da pira-pitinga) que possivelmente sairam do Brasil em 85 como ‘peixes ornamentais’.
VII ENAR REPERCUTE NO CHILE – Recebemos do Engenheiro em Aquicultura Héctor Gonzales, informe sobre a importância que o ENAR ’92 teve no desenvolvimento da ranicultura Chilena. Inspirados nos progressos da ranicultura em diversos países, e apoiados numa espécie nativa de bom potencial ( a rã gigante chilena Caudibervera caudibervera), os chilenos vão construindo passo a passo a sua tecnologia, contando com os trabalhos da equipe da Dra. Ivonne Hermosilla da Universidade de Concepción. Os trabalhos ganharam credibildade resultando numa primeira ranicultura intensiva a 90 km de Santiago. Lá são utilizadas estufas para assegurar a sobrevivência das rãs durante as condições de inverno. Num sistema empregando plástico e fibra de vidro se desenvolvem a área de ovos, girínos e imagos. A alimentação natural foi substituida por ração de truta. Os primeiros resultados animaram os chilenos com metamorfose em 80 dias de cultivo. A fase de engorda procede-se em tanques de terra e o alimento utilizado é o bofe. Proliferam ainda cursos e seminários, confirmando o interesse nesta criação. A expectativa de Héctor é de que, à moda dos cultivos de truta e salmão, os chilenos saberão desenvolver a produção de rãs de uma fase experimental e artesanal para produção comercial em grande escala no país.
LICENÇA PARA SALMO-NICULTURA – O IBAMA já elaborou a minuta da portaria que cria uma Comissão de Licenciamento Ambiental para os projetos de salmonicultura na Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira. De acordo com o artigo 4º do documento, a finalidade desta Comissão será analizar as características de cada projeto de salmonicultura já existente ou que vier a ser instalado na Área de Proteção com vistas a conceder-lhes ou não a Licença Ambiental. Só assim se obterá o Certificado de Registro de Aqüicultor junto ao IBAMA, para implantação e/ou operação. UFF – Foi selecionada a primeira turma do Curso de Pós-Graduação em Biologia Marinha do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense. Além dos professores da própria universidade, a coordenação do curso convidou para a cadeira de Algas Marinhas a Dra. Yocie Yoneshigue-Valentin (ex-IEAPM) e que agora faz parte do Departamento de Botânica da UFRJ.
ANHANGUERA – Encontra-se paralizada a fabricação da linha de produtos de alimentação de organismos aquáticos da Braswey – Anhanguera. Segundo o gerente de marketing Marcos Sardinha, outros produtos da empresa com maior demanda de mercado (rações para cães) atualmente ocupam as extrusoras disponíveis. Estão sendo realizadas obras para a instalação de novas extrusoras para atender, no futuro, este segmento.
ESCOLA DE PISCICULTURA – Deverá estar funcionando em maio próximo, na cidade de Sto. Antonio do Glória, no Municipio de Vieiras, MG., a Escola de Piscicultura Amaro Acelino de Andrade. Será o primeiro curso técnico de piscicultura para alunos de formação técnica graduados numa das 46 escolas agrotécnicas mantidas pelo MEC no país. A inauguração simbólica foi no último dia 10 de março e o reconhecimento oficial é esperado nos próximos 6 meses. O curso, de 1.440 horas, pretende tratar não somente do cultivo de peixes comestíveis mas também de peixes ornamentais. Para viabilizar esta empreitada está sendo realizado um convênio entre o MEC, a Escola Agrotécnica Federal Rio Pomba, a Escola Amaro Acelino de Andrade, a Prefeitura Municipal de Vieiras, a Associação Comercial de Sto Antonio do Glória e a Empresa Peixe Vivo Aqüicultura Ltda. Os produtores rurais da região cederão suas instalações e viveiros como apoio de base física para os cursos e está sendo estudada a possibilidade de um convênio com a Haki da Hungria e com o CEPTA de Pirassununga.