Notícias & Negócios_edição 20

8º ENAR – Está marcado para a primeira quinzena de dezembro de 1994, em Viçosa – MG, o 8º Encontro Nacional de Ranicultores que se realizará juntamente com o I Encontro Internacional de Ranicultura. Os organizadores devem estar atentos pois, como parece ser de praxe, os congressos e encontros que se realizam nesse período costumam contar com pouco público, já que coincidem com provas finais, férias e festas de fim de ano.

UM BELO ANO – A Capiatã Aqüicultura Com. Imp. Ltda., localizada no município de Coruripe, em Alagoas, encerrou o ano de 1993 produzindo 39,4 milhões de pós-larvas de Macrobrachium rosenbergii, das quais 802 mil foram vendidas à terceiros. Produziu ainda 223 toneladas de camarões e 76 toneladas de nilóticas vermelhas, em sistema de policultivo e, de quebra, ainda produziu 27 toneladas de carpas, tambaqui e curimatã. Um ano para ninguém botar defeito.

MADE IN BRAZIL – O especialista norte-americano, John Jensen, passou novamente pelo Sul do Brasil de 6 a 14 de dezembro último. Desta vez, acompanhado do vice-presidente de marketing de uma grande beneficiadora de catfish nos EUA. Vieram para comprar catfish cultivado (Ictalurus punctatus) e buscar novos fornecedores. De certo, está a compra de 6 a 8 containers de filés produzidos pela WEG Florestal de Jaraguá do Sul – SC, que deverão ser exportados de março a junho de 1994. O andamento das negociações, que possivelmente tornarão o Brasil um grande fornecedor de catfish, passa pelos custos de produção e frete. No Brasil, os custos de produção e processamento dessa espécie exótica, são mais baixos do que nos EUA mas, em compensação, existe o elevado custo do frete. Ainda assim, o catfish produzido aqui, parece ser competitivo no mercado americano. Foi solicitado ao fornecedor brasileiro que o produto final e a embalagem tenham as mesmas características que o produzido nos EUA, o que aparentemente poderá ser satisfeito pela WEG. A visita de Jensen incluiu também a região de Mundo Novo no Mato Grosso do Sul, onde foram identificados excelentes locais para a produção desse peixe. Mesmo acreditando no grande potencial do Brasil como exportador de catfish para o mercado americano, europeu e asiático, John Jensen propõe que seja desenvolvido o mercado interno brasileiro.

HORMÔNIOS ANÁLOGOS – O Prof. Elek Woynarowich, que estará no Brasil até início de março de 1994, trouxe consigo o OVUDAL, um análogo artificial contendo a D-alanina na posição 6, produzido por um laboratório húngaro. O uso de hormônios análogos é comum na China desde 1966 e, desde 1985 o Prof. Woynarowich vem trabalhando com este e outros análogos. Os resultados do OVUDAL no Brasil tem sido extremamente satisfatórios, principalmente com tambaqui, carpa capim, prateada e cabeça grande. Os resultados com o pacu, curimatã e carpa comum também foram muito bons, associando o uso de um inibidor da dopamina tal como o Motilium que contém Domperidone. Segundo o Dr. Woynarowich, a vantagem de utilização desse análogo está nos resultados seguros obtidos quando os reprodutores estão bem preparados, além de ser de 5 a 6 vezes mais barato que o preço da hipófise.

BAIXOU O PREÇO – O ASFA – Aquatic Science and Fisheries Abstracts em CD-ROM, o primeiro banco de dados em ciências aquáticas produzido por quatro agências das Nações Unidas e uma rede internacional de centros de pesquisas, pode ser facilmente adquirido no Brasil com toda a assistência técnica encontrada no exterior. O ASFA em CD-ROM oferece mais de 340.000 citações e abstracts de toda literatura mundial sobre aqüicultura e ciências aquáticas. Através do microcomputador qualquer pesquisador pode, em segundos, obter a listagem de toda a literatura publicada a respeito do assunto de seu interesse e ainda cruzar estas informações com quantas palavras chaves desejar. É uma ferramenta imprescindível para universidades e centros de pesquisas. Na aquisição dos CDs podem ser escolhidos aqueles que contêm informações dos últimos 15 anos ou, se preferir, somente dos últimos 5 anos. Para maiores informações sobre os novos preços contactar Marcos Assakura da CD-ROM do Brasil pelo telefone (021) 234-1704 e fax (021) 228-4957.

AOS ICTIÓLOGOS INFORMATIZADOS – Os documentos e arquivos de dados integrando o NEODAT Geographic Dictionary e NEODAT Drainage Dictionary encontram-se disponíveis no servidor FTP NEODAT (file transfer protocol). Estes arquivos contém um conjunto de padrões internacionais destinados para uso em sistemas de manejo de coleções de peixes em museus, participando do International Database of Fish Biodiversity in the Neotropics (o projeto Neodat). O endereço eletrônico para solicitar acesso ao FTP NEODAT é: ftp.say.acnatsci.org, login: NEODAT, get: readme.1st. E para envio de comentários e sugestões o e-mail é: [email protected]. PROSPERIDADE – Novos e grandes projetos florescem no cenário da aqüicultura brasileira. No Pará, a Agropecuária Vale do Rio Urindeua, no município de Salinópolis, a 200 km a Leste de Belém está implantando 40 ha de engorda de M. rosenbergii e 10 ha de tilápia. Com financiamento FINOR/SUDAM o projeto está orçado em 300 milhões de cruzeiros reais. Ainda em janeiro de 1994 serão povoados os 10 primeiros hectares de viveiros já construídos e a previsão para o término da implantação é o fim do ano. Está previsto no projeto uma beneficiadora de camarões e uma fábrica de rações, entretanto, na fase inicial serão consumidas rações comerciais cujo fabricante ainda não está definido, segundo os responsáveis pelo projeto. Outro grande projeto em fase final de implantação pertence a Cia. Vale do Rio Preto Aqüicultura, no município de Barreiras no Oeste baiano. Com financiamento SUDENE/FINOR o projeto deverá estar concluído em julho de 1995. Até o momento, somente 10 ha foram implantados e o laboratório de larvicultura tem previsão de produzir 3.600.000 PL/ciclo utilizando tecnologia francesa. A produção inicial oriunda dos 10 ha já implantados está sendo comercializada atualmente nos mercados de Brasília e Goiânia.

NOVA RAÇÃO – A Vitanutri Rações e Suplementos, empresa instalada em Paulínea – SP, acaba de colocar no mercado mais um produto de sua linha de rações NUTRAVIT para cultivos de organismos aquáticos. Trata-se da NUTRAVIT – TRUTAS. O novo produto foi desenvolvido com a colaboração e orientação dos técnicos da Estação Experimental de Salmonicultura de Campos do Jordão do Instituto de Pesca – SP e busca atender adequadamente as necessidades nutricionais das trutas com matérias primas selecionadas. A fábrica, que desde 1980 produz somente rações para peixes, busca não otimizar suas formulações com o uso de computadores e pode atender pequenas quantidades não exigindo cotas mínimas. Procurando atender desde pós-larvas até alevinos, a NUTRAVIT-TRUTA oferece diferentes fórmulas e granulometrias para as diferentes faixas de idade indo desde a extra-fina até peletizada para adultos com 42% de proteína bruta com ou sem óleo de peixe já incorporado na formulação. Outros lançamento da NUTRAVIT é a isca para pesca. Basta acrescentar água para ser utilizada. Outro novo produto é a Ceva para Pescaria, com alto poder de atração quando colocada na água. COTRIJUI – O Programa de Piscicultura da COTRIJUI promoveu em novembro e dezembro de 1993 um curso para todo o seu quadro agrotécnico, coordenado pelo supervisor do programa Walter Garcia P., com o objetivo de melhorar o grau de conhecimentos básicos aplicáveis ao manejo da piscicultura na região. O curso é uma das estratégias utilizadas pelo Programa para alcançar as metas propostas para a próxima década, onde destaca-se o aumento da produtividade, melhoria na qualidade do pescado, profissionalização do Programa e dos piscicultores. Com a conclusão do curso, a supervisão do programa está certa que todo o pessoal agrotécnico da COTRIJUI está capacitado para fazer treinamentos dirigidos aos produtores e levar tecnologia e assistência técnica em piscicultura. A partir de janeiro de 1994 todas as Unidades estarão equipadas com modernos kits para análises de água que serão utilizados pelos técnicos em visitas programadas. A COTRIJUI acredita que o sucesso da piscicultura depende do grau de organização do piscicultor e de sua produção de modo a oferecer ao mercado produtos de qualidade com regularidade e bom preço. E investe nisso. PORTO DE GALINHAS – As instalações do IPA de Porto de Galinhas foi arrendada à SIBRA Aqüicultura S.A. Os trabalhos de reforma das instalações já vão para o terceiro mês após consumir US$ 250.000 e prevê para março de 1994 o início da produção de 20 milhões de PL/mês de pós-larvas de P. vannamei. Dos 1920 m2 de instalações, a SIBRA ocupará 3/4 para sua larvicultura e nos 480 m2 restantes o IPA se dedicará a pesquisas de produção de pós-larvas e alevinos. Como pagamento o IPA receberá da SIBRA 5% da sua produção de pós-larvas ou o mínimo de US$ 2 mil por mês.

DUPLICOU – A CAMANOR Produtos Marinhos Ltda., com 85 hectares distribuídos em 8 viveiros e 11 berçários na Fazenda Cana Brava na Barra do Cunhaú, em Canguaretama – RN, produziu no ano de 1993, 10 anos após ter iniciado suas operações, 120 toneladas de P. vannamei, dobrando sua produção de 1992.

DOBRANDO – A AQUATEC, empresa exclusivamente produtora de pós-larvas de camarões marinhos para venda à terceiros, já iniciou a duplicação de sua unidade original com vistas a dobrar os atuais 10 milhões de PL/mês. DÁ-LHE BRASIL – Os produtores brasileiros estão rindo à toa com a queda da produção mundial de camarão dos principais países produtores e com o declínio da pesca extrativa de camarão no Brasil, cujo resultado são preços na casa dos US$ 10.00 o quilo para camarão inteiro com cabeça, na razão de 61-70 peças por quilo, o que em realidade é um excelente negócio, principalmente quando se tem um custo médio de US$ 3.00 por quilo.

RANICULTURA FLUMINENSE – Em 1993, o Estado do Rio de Janeiro foi responsável por 20% das 200 toneladas de carne de rã produzidas no país, segundo Meldir Barreto Passos, presidente da ARERJ e diretor administrativo da Cooperativa Agropecuária dos Ranicultores do Estado do Rio de Janeiro – COOPERRAN-RIO. Em janeiro de 1994 serão iniciadas as obras do abatedouro-frigorífico em Itaboraí – RJ com apoio da prefeitura local e do SEBRAE. Toda carne de rã do Rio de Janeiro será comercializada com SIF. Existem também planos futuros para total aproveitamento do animal, desde sua pele até os intestinos, que podem servir como fio cirúrgico. A ARERJ possui atualmente 40 associados produzindo, mas apenas 21 fundaram a cooperativa e, segundo Meldyr Passos, é lastimável que somente a metade tenha alcançado a importância desse empreendimento. ABRAT 94 – Foi eleita em 26 de novembro passado em reunião na cidade mineira de Itajubá, a nova diretoria da Associação Brasileira de Truticultores, que tem como presidente Cláudio Schimidt de Nova Friburgo – RJ. No encontro também foram discutidas as possíveis causas da grande mortalidade de larvas em 1993. Como medida preventiva, a ABRAT, através de sua pesquisadora Yara Tabata, está preparando um manual técnico para os criadores, orientando-os sobre procedimentos simples – banho de ovos em solução especial – para serem efetuados em ovos importados de forma a minimizar o risco de propagação de doenças no Brasil. Em 1994, a ABRAT terá de conviver com a herança do fracasso da tentativa de se fundar a COOPERTRUTA. Uma idéia genial que no entanto não conseguiu sair do papel e cujos motivos deverão ser bastante estudas pela nova diretoria.

SENDAS E MAR DOCE – Em almoço no Rio de Janeiro onde estavam presentes a diretoria da Sendas Agropecuária e representante da Mar Doce, foi acertada a parceria das empresas para comercialização de alevinos de diversas espécies produzidas na Mar Doce, em Recife, na fazenda Sendas em Magé – RJ. EXPOPESCA ‘94 – O primeiro ExpoPesca realizado em Santiago no Chile em 1992 foi realmente um evento importante para o setor na América Latina. Foram quase 500 expositores e 11.800 visitantes que movimentaram 200 milhões de dólares em negócios realizados. O Chile fechou o ano de 1992 com as exportações de salmão atingindo 250 milhões de dólares, chegando ao segundo lugar no ranking mundial de produtores. Além do salmão, que é uma espécie exótica no Chile, a maricultura chilena pesquisa atualmente a viabilização comercial do abalone vermelho da Califórnia e do linguado japonês, duas espécies de alto valor comercial. A pesca chilena já vem sofrendo severas restrições e épocas de defeso prolongadas, de modo a proteger seus recursos naturais marinhos e, segundo Carlos Rusque, do Serviço Nacional de Pesca, o Chile espera que a maricultura seja responsável pelo abastecimento da crescente demanda de frutos do mar. Para conhecer melhor o panorama da pesca e da aqüicultura da América Latina, vale a pena conferir de 30 de novembro a 3 de dezembro de 1994 em Santiago do Chile, a ExpoPesca ’94.