MITILICULTURA – Felipe M. Suplicy e Fernando Figueiredo Cerdeira são dois mitilicultores da baía de Ubatumirim que estão empenhados em reunir outros criadores da região para a formação de uma Associação atuante para que, junto aos órgãos legais, possam buscar soluções para os problemas e necessidades comuns. A iniciativa, que já tem uma reunião marcada para o dia 13 de agosto as 9:00 hs. em Ubaruba, conta com o apoio da ABRACOA e do Instituto de Pesca, base Ubatuba, que cedeu o telefone e as suas instalações. Os interessados deverão contactar Valéria Gelli ou Sérgio Ostini pelo telefone (0124) 32-1254.
AQUACULTURE ‘95 – O próximo encontro do famoso e concorrido World Aquaculture Society – WAS, será realizado em San Diego, Califórnia nos dias 1 a 4 de fevereiro de 1995. Os que já conhecem o evento, sabem da sua importância e da grande oportunidade de rever amigos que trabalham em outras partes do mundo, e com eles trocar idéias aqüícolas. Para esse próximo AQUACULTURE ’95, já estão sendo recebidos trabalhos para serem apresentados em plenário ou na seção de poster. Os brasileiros interessados em participar do evento de San Diego – CA – USA, devem contactar a Panorama da AQÜICULTURA que estará, de agora em diante, até o evento da Califórnia, elaborando uma lista de adesões para, a exemplo dos outros anos, podermos desfrutar das possíveis facilidades que um grupo pode obter nessas ocasiões Panorama da AQÜICULTURA tel: (021) 551-0859, fax: (021) 553-3487 E-mail: [email protected] FUNPIVI – A FUNPIVI está atualmente respondendo a um processo por responsabilidade pelos peixes parasitados com Lernea encontrados pelo Sr. Miguel Fachini em sua criação em Trombudo Central – SC. O prejuízo calculado e cobrado pelo piscicultor na ação que move contra a FUNPIVI é de 8.600 dólares. Fatos curiosos recheiam esta estória, inédita na piscicultura brasileira, e de final ainda desconhecido: (1) A FUNPIVI em julho de 1993 adquiriu 11 reprodutores de carpas-capim do Sr. Klaus Prochnow, um atravessador de alevinos também de Trombudo Central, em troca de 55.000 alevinos, dívida que jamais foi cobrada. (2) Em setembro do mesmo ano (3 meses após chegarem as carpas-capim), clientes da FUNPIVI telefonaram para confirmar a informação a eles passada pelo próprio Sr. Klaus Prochnow que dava conta da presença de Lernea na instituição. Detalhe: nesta ocasião os técnicos da FUNPIVI não tinham porque confirmar a descoberta da presença da Lernea, pois esta só foi de fato confirmada em março de 1994 e, (3) Dos 3.980.000 de alevinos produzidos e comercializados provenientes da safra 93/94, apenas o Sr. Miguel Fachini, com os seus 14.000 alevinos adquiridos reivindicou indenização. A FUNPIVI, de imediato, reconheceu publicamente a presença de Lernea em suas instalações e da mesma forma recorreu aos principais especialistas no assunto como os Drs. Paulo Cecarelli, Peter Garadi, Rita de Cassia, Walter Boeger, Walter Guarino, entre outros, que contribuíram com informações que culminaram com a erradicação do copépodo parasita, nas instalações do órgão. Da mesma forma, foi oferecido ao piscicultor afetado o tratamento de seus viveiros. A oferta foi declinada, por este preferir a indenização calculada em cima dos possíveis ganhos através da venda do sucesso de sua possível produção. Desta estória, que ainda vai dar panos para manga, sai inatingida a imagem da FUNPIVI por ter reconhecido publicamente e erradicado a Lernea em suas instalações e pelo profissionalismo com que tem conduzido os fatos.
UNIÃO – Passados 15 anos, desde a sua chegada ao Brasil e naturalmente, às custas de prejuízos e dissabores de muitos produtores, o quadro do cultivo do M. rosenbergii está se modificando. É bom lembrar mais uma vez que produtores, pesquisadores e técnicos do governo se debruçam sobre um projeto, aberto a quem queira participar, voltado à sanar os desvios de percurso que a atividade sofreu. Entusiasmados com a ilusória possibilidade de ganhos fáceis, a atividade atraiu muita gente resolvida a enriquecer da noite para o dia. Gente que não pensou nos problemas práticos que ocorrem no dia-a-dia do cultivo, gente que nunca desconfiou que sozinho não chegaria a lugar nenhum. Infelizmente, a falta de união e a imaturidade de muitos desses produtores, que sempre superestimaram sua capacidade de resolver os problemas de mercado sem precisar de se unir aos seus pares, decorreu no quadro atual da carcinicultura de água doce. Conforme noticiado na última Panorama da AQÜICULTURA, foi formado o Grupo de Trabalho do Camarão de Água Doce, que neste momento se dedica a ouvir sugestões e a procurar soluções para novamente soerguer a atividade, devolvendo ao Brasil a colocação de segundo produtor mundial que ocupou até bem pouco tempo atrás. Após recente reunião em Pirassununga, o Grupo decidiu que se reunirá no 8º SIMBRAQ, em outubro próximo, para dar continuidade aos trabalhos e compilar as sugestões que poderão ser encaminhadas ao Departamento de Aqüicultura do IBAMA – DF, telefone 061-225-0415. Participe com suas sugestões!!!
JOGO DE CINTURA – A Santa Paula Agropecuária, localizada no município de Biguaçu – SC, estruturada inicialmente para a produção do camarão de água doce M. rosenbergii iniciou, à partir de setembro de 1993, sua produção de alevinos. Desde então, já foram produzidos 400.000 alevinos de carpa-capim, 100.000 de pacus, 300.000 de carpa húngara, 60.000 de curimatã, 100.000 de catfish africano e 70.000 de catfish americano. No mesmo período foram adquiridas matrizes de tilápia vermelha da Flórida (descendente de híbrido fêmea de Oreochromis urolepis hornorum x machos de O. mossambicus), sendo estas reproduzidas e os alevinos destinados a formação de plantel para o projeto de reversão sexual.
SUÍNO X BOVINO X AVES – O Departamento de Agricultura dos EUA divulgou dados preliminares sobre a oferta mundial das carnes suína, de aves e bovinos. Segundo o USDA, a produção total atingiu 156,33 milhões de toneladas: incremento de 2,4% sobre o desempenho de 93 (152,67 milhões). A produção de carne suína lidera o ranking com 43,9% do total (68,69 milhões de toneladas), seguida da carne bovina (30,1% ou 47 milhões de toneladas) e da avicultura (26% ou 40,6 milhões de toneladas). Nos últimos cinco anos (1989 a 1993), a produção avícola aumentou 22% (era de 33,23 milhões). A oferta de carne suína evoluiu 8,5% no período (era de 63,3 milhões de toneladas), mas a carne bovina tem apresentado baixas: há cinco anos girava em torno de 47,6 milhões de toneladas e em 1993 foi de 47 milhões. Dessa forma, em pouco tempo, a avicultura deve ultrapassar a pecuária como segunda maior fonte de proteína animal.
ASTAXANTINA – Os produtores de rações já poderão contar com os benefícios da astaxantina para aumento da qualidade de seus alimentos. A astaxantina é um pigmento carotenóide natural que, adicionado às rações, exerce melhorias no metabolismo dos animais, melhorando o desempenho no ganho de peso e na reprodução, em decorrência da sua função pró-vitamina A. Além dessas vantagens, a astaxantina influencia positivamente na pigmentação da carne dos crustáceos e peixes, refletindo diretamente no impacto junto ao consumidor. As indústrias e os produtores que confeccionam suas próprias rações já podem contar no mercado brasileiro com o Carophyll Pink 8% da Roche, disponível na Arcobaleno, revendedor exclusivo do produto no Brasil.
FARINHA DE SOJA – AKVASOY (se pronuncia aquasoy) é um novo conceito em termos de derivados de soja. Seu processo é inteiramente novo e o produto tem composição centesimal muito próxima a da farinha de peixe de alta qualidade, como a utilizada na produção de rações para salmões (aproximadamente 65% proteína, 8% gordura e sem carboidratos solúveis). Além disso, anti-oxidantes naturais, inositol e outros componentes de lecitinas estão presentes, além de fatores anti-nutricionais inativados, melhorando o poder nutricional. Se comparado com a farinha de peixe disponível no mercado brasileiro, o AKVASOY representará um salto em qualidade e disponibilidade gigantesco. As vantagens são óbvias a partir das características, além é claro, de não mais se depender de pescado como matéria prima. O AKVASOY entretanto, não necessariamente tornará a ração mais barata mas, certamente, vai tornar a ração muito mais eficiente reduzindo outros custos durante a produção. Neste momento o produto já está sob testes na Noruega, e a SANBRA se prepara para iniciar trabalhos em escala piloto, de modo a dimensionar parâmetros de processo e escala industrial. Os testes preliminares estarão prontos em final de junho e testes extensivos serão feitos durante o segundo semestre deste ano. A produção comercial do AKVASOY não terá início antes do final de 1995, quando o aqüicultor brasileiro poderá ter acesso ao produto.
NOVOS PROFESSORES – A Fundação Universidade de Rio Grande, selecionou através de provas e títulos, dois professores para as áreas de Carcinicultura e Piscicultura da universidade. Das três inscrições para a área de Carcinicultura foi selecionado Wilson Wasielesky Jr. e para atuar como professor da área de Piscicultura foi escolhido entre sete candidatos, Luis André Sampaio, atualmente aluno do curso de pós-graduação em nível de doutorado em Oceanografia Biológica da FURG. S.O.S.
PARASITAS – Continua com trabalhos em andamento o projeto “Monogenoidea parasitos de peixes cultivados no Brasil: uma proposta para criação de um banco de dados”, do Depto. de Zoologia da Universidade Federal do Paraná. Ainda sem financiamento mas com o firme propósito de tocar o projeto, os responsáveis solicitam aos piscicultores que, em caso de problemas, entrem em contato com o departamento para saberem como preparar e enviar seus peixes com suspeitas de estarem sendo parasitados. Com o material coletado será feito um laudo sobre o estado sanitário dos peixes considerando apenas Monogenoidea e outros parasitos. Os contatos poderão ser feitos através do Dr. Walter Boeger no Dep. de Zoologia da UFPR – Caixa postal 19020 – Curitiba – PR – CEP 83531-970 – fone (041) 366-3044 ramal 140/146, fax (041) 266-2042 e E-mail: [email protected]
VITAMINA C – Os efeitos de dietas para pacus, com ausência e com suplementação de ácido ascórbico (vitamina C), foram avaliados através de estudos histopatológicos, hematológicos e radiológicos e pelo desempenho da produção de alevinos dessa espécie. Na avaliação do desempenho, os peixes foram submetidos a suplementação de 0, 50, 100 e 200 mg de vitamina C/kg de ração. No tratamento controle, sem suplementação vitamínica, os peixes apresentaram menor crescimento e alterações branquiais como displasia, hiperplasia e hipertrofia da cartilagem basal dos filamentos branquiais, bem como, distorções e infiltrado inflamatório nas extremidades daqueles filamentos. Nesses peixes, o número de eritrócitos e hematócrito mostraram-se levemente inferiores. Observou-se que a suplementação de 50 mg de vitamina C num quilo de ração já foi suficiente para melhoras no crescimento, com aumento no apetite e diminuição do estresse no manejo. Estas e outras informações são resultados da tese de mestrado do biólogo Maurício Laterça Martins intitulada “Efeitos da suplementação de ácido ascórbico avaliados através do desempenho e de aspectos anátomo-patológicos em alevinos de Piaractus mesopotamicus Holmberg, 1887” aprovada com distinção e louvor ao término do curso de pós-graduação em Aqüicultura, do Centro de Aqüicultura da UNESP. O objetivo desse trabalho, está relacionado com o desenvolvimento da piscicultura intensiva com dietas bem balanceadas e que atendam às exigências nutricionais, podendo promover substanciais acréscimos na produtividade das criações.
ASCÂNIO – Nos dias 14 e 15 de maio foi realizado o VIII Encontro de Salmonicultores em Campos do Jordão promovido pelo Instituto de Pesca – SP, com apoio da ABRAT – Associação Brasileira de Truticultores e da FUNDEPAG – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa Agropecuária. Fez parte da pauta as discussões a respeito da participação dos truticultores diante da elaboração da Política Nacional de Pesca. Além disso, foram tratados assuntos referentes ao registro de aqüicultor e das normas sanitárias para abate e processamento das trutas. Em solenidade ao término do encontro, a Estação Experimental de Salmonicultura de Campos do Jordão – SP, passou a ser denominada Estação Experimental Dr. Ascânio de Farias, em homenagem ao “pai da Salmonicultura Brasileira”. A mudança foi determinada por portaria do Governador do Estado de São Paulo e a solenidade contou com o descerramento da placa comemorativa do evento, onde estiveram presentes, além da Diretora Geral do Instituto da Pesca Sra. Heloísa Godinho, a única neta do Dr. Ascânio de Farias, a Sra. Maria Cristina de Faria Carneiro.
PESQUISA NUTRICIONAL – O efeito nutricional de diferentes fontes de fosfolipídeos purificados em larvas e pós-larvas de camarões Penaeus japonicus e Penaeus vannamei e em larvas de robalo europeu Dicentrarchus labrax e da carpa comum Cyprinus carpio, está atualmente sendo investigado no Laboratório de Aqüicultura do Artemia Reference Center (ARC), Universidade de Gent na Bélgica, pelo biólogo brasileiro Marcos Rogério Camara, como parte de um amplo estudo sobre nutrição de lipídios em organismos aquáticos. Num experimento, camarões foram alimentados com dietas artificiais microaglutinadas que continham vários níveis de fosfatidilcolina. Das larvas de P. japonicus, 76% alcançou metamorfose para pós-larvas. Esta dieta foi depois aplicada às pós-larvas de P. japonicus e P. vannamei, que exibiram um melhor crescimento e uma maior resistência ao estresse. Paradoxalmente, os experimentos nutricionais com juvenis de P. vannamei não mostraram um efeito benéfico no seu crescimento e sobrevivência, o que sugere uma diminuição das necessidades nutricionais de fosfolipídeos nesta fase da vida, provavelmente como conseqüência de um trato digestivo mais funcional e de uma atividade mais intensa de enzimas lipolíticos. Nos peixes, os experimentos efetuados com larvas de carpa comum Cyprinus carpio mostraram que após três semanas de cultivo, a sobrevivência e o peso dos peixes alimentados com dietas contendo fosfolipídeos foram mais que o dobro do que nos grupos que não receberam este nutrimento. De maneira semelhante, os primeiros resultados obtidos com larvas de robalo europeu Dicentrarchus labrax também sugerem um efeito benéfico da dieta com fosfolipídeos em dietas artificiais, se bem que de maneira menos pronunciada do que com a carpa.
TRATADORES DE RÃS – A ARERJ – Associação dos Ranicultores do Rio de Janeiro promoverá em setembro próximo um curso para tratadores de rãs. O curso visa o intercâmbio de experiências em desova, moscário, limpeza de baias, administração de alimento, manejo dos tanques de girino e todas as práticas necessárias para o correto manejo e ainda não tem local definido, mas sabe-se no entanto, que as aulas acontecerão durante aos sábados. Maiores informações na ARERJ fone: (021) 232-5318. TECHNOFROG ‘95 – Este é o nome do evento que congregará, de 3 a 8 de fevereiro do próximo ano na Universidade Federal de Viçosa – MG, o 7º ENAR – Encontro Nacional de Ranicultura com o 1st. International Meeting on Frog Research and Technology. Além da Universidade, o TECHNOFROG ’95 está sendo organizado pela Academia Brasileira de Estudos Técnicos em Ranicultura – ABETRA. Os conferencistas internacionais apresentarão um diagnóstico da situação da atividade em seus países através de seminários. Os debates e as mesas redondas contemplarão temas que compreendam a tecnologia de criação de rãs e o mercado de sua carne, assim como o papel ecológico desses animais no equilíbrio ambiental. Os interessados em participar, inclusive com a apresentação de trabalhos científicos poderão contactar os organizadores pelo E-mail DBAX0796@BRUFV ou pelo tel (031) 899-2323 e fax (031) 899-2203.
OSTRA – A ostra, que é prato presente nos restaurantes mais finos de todo o mundo com fama de alimento afrodisíaco, traz inúmeros benefícios à saúde. Segundo Nelson Silveira Jr., do Laboratório de Cultivo de Moluscos Marinhos, em cada hectare de ostras japonesas cultivadas, existem 100 vezes mais proteínas do que em 1 hectare de soja. Além das propriedades protéicas, as ostras possuem grandes reservas de glicogênio que é uma das fontes de energia para o ser humano. A ostra também absorve muitos sais e metais da água do mar. Rica em sódio e potássio, sais responsáveis por manterem o equilíbrio dos líquidos do organismo e pelo controle da acidez do sangue, as ostras tem em sua composição metálica o iodo, o cálcio e o zinco, todos relacionados com inúmeras funções e propriedades terapêuticas. É portanto de fato “um manjar dos deuses”.