COMPASSO DE ESPERA – Ainda não foi assinada, como muitos esperavam, a portaria interministerial que regulamentará a utilização das águas públicas para a aqüicultura. O processo foi parar nas mãos do GESPE – Grupo Executivo do Setor Pesqueiro, porque não ficou claro se a nova portaria valerá ou não para os reservatórios das concessionárias de energia elétrica, que já dispõem de legislação própria. Para resolver a questão, foi acionado o setor jurídico do Ministério das Minas e Energias, de onde se espera uma resposta esclarecedora e rápida para que a Portaria seja finalmente assinada.
DATA ALTERADA – O X Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca precisou alterar a data de sua realização. Agora, o Congresso que acontecerá em Guarapari – ES com o tema “Pesca, Aqüicultura e Meio Ambiente: perspectivas tecnológicas, econômicas e políticas para o século XXI” tem sua data agendada para 3 a 6 de novembro próximo. Maiores informações no tel (027)229-9213 e no novo número de fax (027) 239-1411.
NOVO AERADOR – Ampliando a sua linha de produtos, a Bernauer Aquacultura acaba de lançar o Aerador de Hélice Aquafungus Série B-300 para viveiros de 100 a 1000 m2, baseado em modelo europeu. O novo aerador funciona succionando a água a uma profundidade de até 2 metros, lançando-a com efeito de chafariz, proporcionando excelente rendimento. Comer-cializado no mercado em duas versões, o modelo B-303 de 3/4 HP tem capacidade para operar com volume de recirculação de água de 150 m3/h e o B-304 de 1 HP com 240 m3/h.
CAROL – A região de Ribeirão Preto – SP já descobriu a piscicultura com fins industriais como a mais nova opção de atividade rural. A CAROL – Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia, está inaugurando o primeiro frigorífico de peixes da região, com capacidade para processar até cinco toneladas diárias. Para abastecer o frigorífico, os produtores agrícolas e cooperados estão sendo estimulados a criar tilápias em áreas que ainda não foram invadidas pela cultura da cana de açúcar. O negócio está motivando os agricultores, que poderão obter um faturamento muito maior do que conseguem ao arrendar suas terras para os usineiros. Com a piscicultura, os produtores esperam ultrapassar o faturamento de R$ 5 mil por hectare/ano, enquanto o arrendamento para a produção de cana proporciona apenas R$ 500 ha/ano. O projeto CAROL já identificou num raio de 60 km de São Joaquim da Barra, onde está instalado o frigorífico, cerca de 45 cooperados que já produzem peixe, num total de 70 hectares. Em viveiros que variam de 0,5 a 3,5 hectares, são criados principalmente pacus, piauçus e matrinxãs, destinados a abastecer o mercado de pesque-pagues da região, justamente os grandes concorrentes para o frigorífico, já que costumam pagar melhores preços. Como a tilápia é o peixe que mais interessa ao frigorífico por ter uma carne mais nobre, a CAROL além de incentivar a criação, está orientando o aqüicultor no planejamento da produção para que se possa ter a disponibilidade de tilápias o ano todo. Segundo cálculos da cooperativa, cada hectare poderá produzir até 25 toneladas de peixe por ano em duas safras. Para suprir as suas necessidades iniciais, a CAROL pretende buscar tilápias até no Sul de Minas Gerais. Com o nome de Fruto d’Ácqua, os filés de tilápia serão comercializados congelados e embalados em sacos plásticos. Segundo Marcelo de Aguiar Toledo, biólogo responsável pelo projeto, o que restar da tilápia, cabeça, vísceras, nadadeiras e escamas, será aproveitado em forma de farinha de peixe que poderá ajudar a alimentar as criações.
EXTINÇÃO – O peixe esturjão, cujas ovas são usadas no preparo do caviar, é o mais novo animal a integrar a lista de extinção da CITES – Convenção Internacional de Comércio de Espécies Ameaçadas. A inclusão do esturjão partiu de propostas apresentadas por ambientalistas americanos e alemães e significa, na prática, que daqui para frente a venda do peixe estará sob um controle bem mais rigoroso. Os defensores do esturjão alertaram que o peixe está sendo exterminado pela pesca excessiva no Mar Cáspio, agravada após o colapso da ex – União Soviética. Em tempo, os esturjões já estão sendo produzidos em viveiros da América do Sul, com tecnologia Russa, no vizinho Uruguay.
ÍNDIA – A decisão de dezembro passado da Suprema Corte da Índia, que deu um prazo até o final de março para o fechamento das fazendas de camarões marinhos situadas na faixa de 500 m de distância da linha de maré mais alta, sofreu modificações devido a petições e, recentemente, esse prazo foi estendido para 31 de julho, permitindo novas audiências. Muitos carcinicultores indianos, na incerteza, não povoaram seus viveiros e aqueles que o fizeram, enfrentam ameaças de enfermidades virais. Cresce o movimento para que se dê mais ênfase às criações de camarões de água doce, o que poderia evitar todos os inconvenientes que a criação de camarão marinho vem acarretando na Índia, que contribui atualmente com menos de 1% do cultivo mundial de Macrobrachium rosenbergii, também conhecido como camarão da Malásia.
TANQUE-REDE – A SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste junto com o Departamento de Pesca da UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco, estão desenvolvendo um projeto que visa viabilizar o cultivo do Macrobrachium rosenbergii em tanques-rede. A experiência pretende levar o cultivo aos açudes públicos de Ibimirim, Saco e Venturosa no sertão de Pernambuco. Segundo o engenheiro de pesca Paulo de Paula Mendes, coordenador do projeto, o uso de tanques-rede tem dado certo com camarões marinhos, lagostas e peixes e a transferência de tecnologia para camarões de água doce não é complicada. Problemas como o canibalismo já estão sendo solucionados ainda no Campus da universidade, em Recife, através de testes com a densidade populacional.
CATÁLOGO – Foi publicado pela INFOPESCA a versão atualizada do Diretório de Exportadores de Produtos Pesqueiros da América Latina e Caribe. O catálogo, que conta com mais de 1000 nomes latino-americanos e caribenhos é organizado de forma a apresentar as empresas por países e por espécies a que se dedicam. São fornecidas também informações sobre a forma como cada empresa exporta seus produtos, se são vendidos congelados, secos, frescos, defumados, etc. Segundo Roland Wiefels, da INFOPESCA, as empresas pesqueiras latino-americanas são responsáveis por maisde 25% da captura mundial de pescados e estão entre os maiores fornecedores mundiais de camarões, lagostas, merluzas, salmões, atuns, assim como farinhas e óleos de pescado. Além disso, no Diretório também poderão ser encontrados exportadores de pescados de água doce como os colossomas, tilápias, carpas e trutas, espécies cuja produção vem crescendo na Região. Os interessados pelo Diretório podem entrar em contato com a INFOPESCA em Montevideo pelo tel (598 2) 92.87.01 fax (598 2)93.05.01 ou e-mail: [email protected]
INVASÃO – A Polomar, divisão brasileira do grupo chileno Corpora e maior importadora de salmão do Brasil foi comprada por membros da família Mansur, já conhecida por seus negócios como o Mappin, Laticínios Vigor e mais recentemente a Mesbla. A importação de salmão é negócio visto como promissor pelos investidores já que o mercado está aquecido devido à queda dos preços internacionais provocada pelo aumento de oferta no Chile e na Noruega, maiores produtores mundiais. Segundo os novos investidores, o consumo brasileiro deu fortes saltos com o quilo do salmão sendo vendido hoje por cerca de R$ 7.00, menos da metade do que custava há dois anos atrás. As importações brasileiras pularam de 400 toneladas em 1994 para estimadas 7 mil toneladas neste ano. A ambiciosa meta da Polomar é vender 3 mil toneladas em 1997 e crescer a uma taxa de 30% ao ano. Para realizar o sonho de fazer com que o salmão dispute com o frango as prateleiras dos supermercados, os sócios da empresa contam com o apoio do governo chileno que está tentando convencer o governo brasileiro a diminuir o imposto de 18% cobrado sobre as importações, o que poderia elevar ainda mais o consumo de salmão e aliviar o excesso de produção do país.
PELE DE TILÁPIA – Em todo lugar que é vista, é impressionante a curiosidade despertada pelos acessórios e roupas confeccionadas com pele de peixe. A maciez, conforto e beleza dos produtos aliadas a sua originalidade, sempre atrai para quem os está vestindo, muitas pessoas que querem conhecer de perto sua textura. O beneficiamento da pele de peixe para seu aproveitamento na fabricação de vestuário é fruto de uma longa dedicação por parte de empresas que se ocupam com o desenvolvimento da tecnologia do curtimento. A Frutos d’água, também atraída pelo fascínio que as peças exercem, está comercializando lindas peças de vestuário e acessórios, feitos com a pele da tilápia. A empresa está apostando no prazer e no orgulho que cada piscicultor terá ao usar
EGITO – Uma delegação na qual fizeram parte o prefeito do município catarinense de São Domingos e o especialista em piscicultura Marcelo Chammas da Fishtec Consultores Associados, esteve em junho último, a convite do governo egípcio, visitando a cidade do Cairo, onde foi apresentado o projeto de construção de uma fábrica de rações a ser erguida no município catarinense e um programa de capacitação técnica aos piscicultores, parte do intercâmbio comercial entre a Prefeitura de São Domingos e o governo egípcio. A fábrica, que produzirá ração para frangos e peixes, permitirá aumentar a intensificação dos cultivos egípcios, principalmente nas agrovilas no novo braço do Rio Nilo, nas imediações do Cairo.