Notícias & Negócios_edição 44

IMPLOSÃO – Aqui e ali ouve-se os primeiros estampidos do que parece ser rachaduras da emergente indústria de pesqueiros, que cresceu numa velocidade espantosa nos últimos anos em alguns estados do País. O boom dos pesque-pagues, parece estar fazendo-os implodir. Tem chegado cada vez mais à redação da Panorama da AQÜICULTURA, informações de que muitos pesqueiros paulistas encontram-se hoje sem ter como pagar suas dívidas aos produtores que os abasteceram. Já tem piscicultor sofrendo entre a necessidade de receber seus pagamentos e esvaziar seus viveiros abarrotados de peixes. É grande o medo de levar calote e, em decorrência da situação, o preço do peixe está caindo. Será que finalmente está chegando a hora do boom do processamento de peixes cultivados?

ÁGUAS PÚBLICAS – A minuta da portaria interministerial que estabelece as normas para a ocupação das áreas adequadas à exploração da aqüicultura em águas públicas, bem como a regularização dos cultivos já nelas instalados, foi enviado para apreciação do Gabinete Civil da Presidência da República em 13 de novembro último e, até o momento, não há notícias concretas de quando será efetivada sua assinatura e entrada em vigor. A demora deve ser porque o assunto não tem peso para a reeleição.

TANQUE-REDE – Acaba de ser lançada a publicação “Piscicultura em Tanques-rede – Princípios Básicos” de autoria de Antonio Lisboa N. da Silva e Andréa T. de Siqueira, ambos da UFRRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco. A publicação, segundo seus autores, não pretende introduzir conhecimentos inéditos aos encontrados em outras publicações nem tampouco servir como manual de cultivo, apenas objetiva prover o suporte básico aos que desejam iniciar-se nessa atividade oferecendo informações existentes sobre o assunto, na língua portuguesa. Elaborada, a princípio, para atender os técnicos envolvidos no “Projeto de Pesquisa Piscicultura em Tanques” que o Departamento de Pesca da Universidade vem desenvolvendo com o apoio da SUDENE/FADURPE- Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional, a publicação pode ser solicitada à FADURPE na R. Dom Manoel de Medeiros s/n – Dois Irmãos – 52171-900 Recife – PE e, mais informações através do e-mail do Prof. Antônio Lisboa: [email protected]. A Panorama da AQÜICULTURA recebeu 20 exemplares dos autores e os distribuirá aos primeiros 20 assinantes que os solicitarem por telefone à nossa redação.

TILÁPIA – Foi realizado em Orlando-USA em novembro último o IV ISTA – IV Simpósio Internacional sobre Tilápia em Aqüicultura. Lá estavam presentes 11 brasileiros num total de 420 participantes de 44 diferentes países. O evento, que segundo os participantes foi um sucesso, possibilitou a oportunidade de apresentação oral de dois trabalhos brasileiros, um de Antonio Lisboa da UFRPE e o outro de José Roberto Verani da Universidade Federal de São Carlos-SP. Todos os trabalhos apresentados no simpósio foram editados em dois volumes intitulados Tilapia Aquaculture (código NRAES-106), que se encontra disponível para aquisição por US$ 48,00. Mais informações podem ser obtidas no tel: 001-607-255-7654, fax: 001-607-254-8770, e-mail: [email protected]

NOVA COOPERATIVA – Finalmente, após anos de muitas tentativas, foi fundada a COOPERCAM – Cooperativa dos Criadores de Camarão Marinho do Litoral Oriental do Rio Grande do Norte, que tem como seu presidente atual o produtor Pedro Fernandes. A COOPERCAM já nasceu com 32 associados que somam 220 hectares e há uma expectativa que muito rapidamente chegue a 60 associados somando 450 ha. A sede fica em Goianinha no Rio Grande do Norte onde a prefeitura está doando um terreno para a construção de um frigorífico para atender cerca de 400 toneladas anuais com o possível apoio do Banco do Nordeste. O mercado para camarão marinho de cativeiro se aproxima cada vez mais do patamar de preços internacionais. Nas despescas de dezembro do ano passado, o preço variou entre R$ 6,00-6,50. Nesse ano, a expectativa na baixa estação é que os preços não ultrapassem os R$5,00, o que obrigará o produtor a ser mais eficiente no controle dos custos de produção. Também para 1998 está sendo esperada pelos produtores a queda no preço das pós-larvas, com a entrada em funcionamento de novos laboratório em 1998. Os preços das rações, que subiram em 1997, deverão manter-se pois a entrada em funcionamento de novas fazendas já provocam algumas dificuldades de abastecimento. Provisoriamente a COOPERCAM poderá ser contacatada através do telefone móvel de seu presidente (084) 984-0100.

CRESCIMENTO – No mercado de produção de rações, os setores que têm apresentado maior crescimento são o bovino, com alta de 43,5% e 1,8 milhões de toneladas e o de pequenos animais com alta de 30,9% e 500 mil toneladas. A produção de ração para peixes em 1997, pode ter chegado a 75 mil toneladas, com uma alta de 35% sobre o ano de 1996, movimentando R$ 30 milhões. Em apenas cinco anos a ração para organismos aquáticos apresentou um crescimento de 1.500%, decorrentes do desenvolvimento da aqüicultura, que neste mesmo período teve o número de empresas aumentado consideravelmente fazendo com que a produção tenha aumentado 109%. Especialmente pela necessidade de profissionalização dos produtores face a concorrência no Mercosul é esperado para 1998 um novo crescimento no setor.

NORMAS – A Divisão de Aqüicultura do IBAMA publicou um folder com todos os passos a serem seguidos por aqueles que desejarem introduzir ou reintrozir no Brasil, peixes, crustáceos, moluscos e algas para fins de aqüicultura, segundo a portaria 119 do órgão, publicada na íntegra na edição 43 da Panorama da AQÜICULTURA. O folder explicativo pode ser solicitado ao IBAMA/DEPAQ pelo tel: (061) 316-1232 e fax: (061) 316-1238.

TRUTICULTORES – A ABRAT recebeu em Penedo no Estado do Rio de Janeiro, três representantes da salmonicultura chilena no I Seminário Internacional de Truticultura, uma promoção ABRAT/FIPERJ. Diante do profissionalismo chileno e das informações apresentadas em Penedo, Claudio Schmidt, presidente da Associação, não teve dúvidas sobre o futuro da truticultura no Brasil. Para ele, “ficou claro e evidente que se não atacarmos de vez os principais problemas da atividade, como profissionalização, nutrição, genética e comercialização, em pouco tempo teremos em mãos uma atividade completamente inviável financeiramente”. Junto ao Seminário foi também realizado o XI ENA – Encontro Nacional da ABRAT que fez um balanço das atividades do ano de 1997 e elegeu a nova diretoria para os próximos dois anos. Claudio Schmidt foi reeleito para a presidência, que inova nessa gestão com diretorias regionais para os estados de Minas Gerais- Alexandre Rusig; São Paulo – Eleandra Plosch; Santa Catarina – Dirceu Carneiro e, Espírito Santo – Thais Moron Machado. A ABRAT tem sua sede na cidade do Rio de Janeiro e pode ser contactada pelo telefone (021) 221-4911.

MALÁSIA – Roberto Barbieri, presidente da ABCC – Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, encaminhou ao IBAMA uma solicitação formal para que também as pós-larvas de camarões de água doce Macrobrachium rosenbergii, a exemplo dos camarões marinhos, possam ser trazidas do exterior e reintroduzidas no Brasil. Atualmente não existe laboratórios que produzam quantidades suficientes de pós-larvas para atender a atual demanda, o que coloca em risco os investimentos voltados exclusivamente para a engorda deste crustáceo. A reintrodução de camarões da Malásia está atualmente proibida segundo o artigo 9 da portaria 119 do IBAMA.