Notícias & Negócios_edição70

De: Christian Hirsch [email protected]
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Assunto: Legislação sanitária

Fui recomendado a entrar nesta lista para obter informações sobre a legislação sanitária para organismos aquáticos existente no Brasil. Preciso deste material para elaborar um trabalho de doutorado, que estou cursando na Escola de Veterinária da UFMG. Antecipadamente agradeço quem puder me ajudar. Aceito sugestões de sites, referências bibliográficas ou nome de pessoas que dominam o assunto. Cordiais saudações a todos.

De: Ricardo Y. Tsukamoto [email protected]
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Assunto: Re: Legislação sanitária

A legislação sanitária para aqüicultura está sendo elaborada neste exato momento pelo Depto. de Vigilância Sanitária do Ministério da Agricultura, em Brasília, sem a participação do setor produtivo. Para que não sejam incluídas ali, exigências excessivas e não-realistas, os representantes da aqüicultura deveriam participar ativamente (ABRAQ e outras associações, técnicos das universidades, órgãos de pesquisa e extensão, etc.). Caso contrário, poderemos ter a aqüicultura inviabilizada no futuro (próximo) por uma burocracia criada nos distantes e climatizados gabinetes de Brasília. Isto já ocorreu em outros países. Afinal de contas, a aqüicultura é somente mais um ramo da agricultura, e deveria ter regras compatíveis com o resto da agricultura. Porém, quando as regras são elaboradas por pessoas externas ao campo, há uma tendência a querer legislar sobre cada detalhe, e tentar abranger o setor com o maior número possível de exigências, muitas infundadas. E isso acontece não por má vontade, mas porque aquelas pessoas não sabem o que é relevante ou realista.E isso gera um grande saco de gatos…Um grande abraço.

De:Walter Boeger [email protected]
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Assunto: Re: Legislação sanitária

Prezado Ricardo, tem algum patologista de peixes orientando este processo? Me parece que não só o setor produtivo deva estar envolvido, mas profissionais da área. Senão sai coisa estranha mesmo!

De: Ricardo Y. Tsukamoto [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: Legislação sanitária

Caro Walter, eu considero o setor produtivo como incluindo os patologistas, pesquisadores e extensionistas, ou seja, abrangendo todos os participantes da cadeia produtiva, independentemente de oferecerem produto, serviço ou desenvolvimento de tecnologia. O problema em Brasília é que um determinado funcionário do Ministério é designado para elaborar as regras para o campo do XXX. Como o número de funcionários é restrito, fica remota a chance do designado ser especialista no tal campo XXX. Por especialista, eu me refiro não ao acadêmico do vírus H3O, mas ao profissional que vive realmente aquele setor no dia-a-dia, e conhece as dificuldades e problemas da atividade. Obviamente, um funcionário de carreira em Brasília está longe do campo, e passou os últimos anos lidando com papéis (ou seja, ele é especialista nisso). Além disso, Brasília está geograficamente distante do resto do Brasil, e não há verba para sair dali para investigar o campo, ou para convocar uma comissão representativa do setor. Assim, só resta ao funcionário, tentar elaborar as normas por conta própria e consultar os conhecidos que ele eventualmente tenha no setor (se tiver). Em resumo: o funcionário fica praticamente por sua conta e sem saber que pessoas poderiam ajudá-lo na missão. Por isso, é importante que ele possa contar com o maior número de pessoas para representar os diferentes elos do setor. Somente através desta participação, os detalhes da norma serão eficazes e exeqüíveis, e não absurdos. Pelo que fui informado, nenhum destes representantes participa do processo até o momento.

De: Felipe Suplicy [email protected]
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Assunto: Re: Legislação sanitária

Colegas, venho a lista para confirmar a informação dada pelo Ricardo Tsukamoto. Em outubro do ano passado estive em uma reunião em Brasília onde conheci a Sra. Normacilda do DIPOA. Na ocasião ela me mostrou a legislação sanitária que estava sendo preparada e pude constatar, juntamente com outros colegas acadêmicos da área de peixes e camarões, que a legislação estava extremamente falha, fazendo menção a doenças que não existem no Brasil e faltando diversos aspectos fundamentais. Ao ser criticada por mim, a Sra. Normacilda deixou claro que não estava mesmo preparada para redigir este documento e de que precisaria da ajuda de todo o setor. No entanto, parece que ela não divulgou muito sobre a necessidade de ajuda que este órgão está precisando e acho que para evitarmos que a nova legislação sanitária seja ineficiente, inaplicável ou falha, deveríamos entrar em contato com esta equipe no e-mail ([email protected]) que segundo ela é do responsável pelo SEPES (setor de pescados). Alternativamente temos o tel. (61)218-2775. Esta legislação deve ser disponibilizada para o setor com tempo suficiente para que as devidas correções e sugestões sejam aceitas, uma vez que o DIPOA não está preparado para elabora-la sozinho.

De: Raul Mário Malvino Madrid [email protected]
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Assunto: Re: Legislação sanitária

Prezados colegas, eu gostaria de esclarecer alguns pontos: 1 – O DDA – Departamento de Defesa Animal e não o DIPOA – Departamento de Inspeção de Produto de Origem Animal, é o responsável pela normatização e regulamentação sanitária de animais aquáticos do MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; 2 – A Médica Veterinária Normacilda Colares Patriota é a técnica responsável do DDA, para o Programa de Organismos Aquáticos e, a Dra. Denise Mariano da Costa (61 218-2236) é a Diretora do Departamento; 3 – No âmbito do Ministério da Agricultura está sendo discutida uma proposta para normatização do assunto e o Departamento de Pesca e Aqüicultura – DPA, participa das discussões; 4 – Após sua elaboração será levada à “Consulta Pública” para discussão e implementação por parte do público interessado.

De: Felipe Suplicy [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: Legislação sanitária

Prezado Raul, obrigado pelos esclarecimentos. Realmente havia se passado um tempo desde que falei com a Norma e acabei fazendo confusão com as informações que recebi naquele dia. E bom saber que o DPA esta participando destas reuniões, que agora eles estão sendo devidamente assessorados e que o público interessado será consultado no devido momento.

De: Marcelo Dantas [email protected]
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Assunto: Duckweeds

Participo de uma lista discussão sobre tilápias, e tenho acompanhado experiências com a complementação alimentar em tilápias nilóticas, usando este vegetal duckweed. Alguém  poderia comentar mais sobre isto? Há no Brasil este vegetal?

De: Philip Scott [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: Duckweeds

Oi Marcelo, na minha experiência, a tilápia aprecia quase qualquer vegetal que possa aparecer no viveiro, mesmo que esteja bem alimentada com ração. A duckweed nada mais é do que a nossa Lemna minor. Uma plantinha flutuante bem pequena que creio também ser chamada de ‘lentilha d’água’. Podemos vê-la crescendo bem na água que escorre de encostas sobre pequenos lagos, ou água límpidas em ambientes de sombra. Não é exatamente fácil conseguir uma colheita significativa dela. Quanto à complementação alimentar, creio que seja de bem pouco valor para uma operação de piscicultura comercial. Mas devem haver estudos científicos feitos sobre isto. Creio que a única planta aquática que resiste bem  na água sem que os peixes de maneira geral a exterminem de vez, é a Salvinia sp. (e mesmo a Azolla sp.),  mas também, como boa pteridófita que é, deve estar cheia de espículas de oxalato de cálcio que a tornam no mínimo pouco palatável.

Sergio Tamassia [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: Duckweeds

Marcelo, no site http://www.mobot.org/jwcross/duckweed/ você encontra informações e figuras das duckweeds. Se você estiver pensando em uso múltiplo do recurso hídricos, considere que as maiores produções de duckweed são obtidas em lagoas de estabilização (ricas em nutrientes) e que viveiros eutrofisados não são um ambiente apropriado para grandes produções de peixes. Desta forma, se a intenção for a de produzir a invasora duckweed no mesmo corpo de água que os peixes, para que a produção de duckweed seja grande as condições da água podem não estar adequadas para a tilápia; ou, se a tilápia se sentir bem dentro de seu viveiro, em termos de qualidade de água, o duckweed com certeza produzirá pouco. Assim sendo, a utilização de duckweed deve ser baseada no fornecimento deste produto a partir de uma fonte externa. Dentro desta premissa, o principal fator a ser analisado é o econômico. Perguntas pertinentes para este momento: 1- vale a pena utilizar uma área adicional, coletar o produto, transportar o produto? 2 – será que não será mais barato comprar ração? 3 – Eu procuro redução de custos, ou redução de lucros? 4 – Eu procuro redução do impacto ambiental? Por outro lado, se você estiver pensando em uso integrado do recurso hídrico, o policultivo é requisito básico….ai talvez não sobre duckweed para as suas tilápias. 

De: Gilberto Pereira Júnior [email protected]
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Assunto: Rede de plâncton

Estou com uma dificuldade enorme de conseguir a fórmula para planificar um tronco de cone circular. Preciso disso para fazer uma rede de plancton. Caso alguém tenha outro método para a calcular isso para permitir um corte certo da panagem da rede agradeço. Os dados que eu teria seriam o diâmetro maior, o menor e a altura da rede.

De: Luis Roberto Carrazza [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: Rede de plâncton

No livro “A Propagação artificial de peixes de águas tropicais” de Woynarovich e Horvath, publicado em 1983 pela FAO, Codevasf e CNPq na página 161 você encontra as dimensões para o corte do tecido e montagem da rede de plâncton.

De: Zeca Jerônimo [email protected]
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Assunto: ABRAQ

Caros Panoramanautas, estou vendo que vai ter um simpósio organizado pela Abraq, a Associação Brasileira de Aquicultura agora em junho. Peço aos participantes da lista que me informem mais sobre a Abraq. Tentei apurar, mas ninguém soube me dizer onde tem que ir pra se cadastrar na Abraq. Como nunca li nada na lista sobra a atuação da associação, gostaria de ser informado no que a Abraq faz e se vale a pena se filiar? Ou ela serve apenas para fazer o simpósio? Agradeço qualquer informação.

De: Carlos Rogério Poli [email protected]
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Assunto: Re: ABRAQ

O senhor fez uma pergunta interessantíssima e que certamente vai encorajar muita gente a responder a pergunta: Para que serve a Abraq. No meu ponto de vista e como participante da atual administração eu gostaria que a Abraq fosse o maior fórum de discussão dos produtores da aquicultura. Dos produtores. Infelizmente apesar dos esforços de muitas diretorias (outras nem tanto) a Abraq até hoje não conseguiu se consolidar como uma associação representativa dos produtores. Ano após ano ela promove apenas o Simbraq onde meia dúzia de trabalhos são apresentados – na maioria por alunos. Palestras, conversas, e os aqüicultores de plantão, digamos assim, para dar palestras sobre tudo o que já sabemos ou que deveria ser feito e não é. Muitas novidades e planos novos, com slogan de AGORA VAMOS. Vem o governo e lança novos planos plataformas e vai enrolando ano após ano os produtores da aqüicultura. Haverá o tempo em que a Abraq se fará respeitar, mas precisa um tipo Felipão lá para dizer sim e não quando é preciso. Normalmente a Abraq se reúne uma vez para eleger a diretoria no final do Simbraq, depois um novo dia para dar posse aos diretores em uma pompa de fazer inveja e a última vez novamente para eleger a nova diretoria no último dia do Simbraq. Ou seja, ela é trianual. Você verá como vou receber paulada de tudo quanto é lado. Certamente a culpa é minha por falar e fazer comentários deste tipo. Com Abraq ou sem a Abraq a aqüicultura é a mesma. Infelizmente a Abraq é um leão adormecido. O dia que ele realmente acordar ele vai dar o que falar. Mas dormindo???? Se vale a pena se associar? Acho que vale. Culpa de quem? Não sei.Vale um bom estudo das ultimas direções que apontem porque pouco se logra com esta instituição. Estou errado?

De: Carlos Rogério Poli [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Re: ABRAQ

Prezado Jerônimo, já sabia que isto iria acontecer. Ou ficariam quietos ou mandariam bala. Preferiram ficar quietos e adormecidos como sempre a Abraq esteve. Interessante, que ninguém da lista parece querer se comprometer. O grande problema da Abraq é que ela não tem capital para fazer nada e tampouco um plano para se estruturar. O Sr Adilon, atual presidente é uma pessoa bem articulada e eu acreditava que teria condições de sensibilizar o Governo Federal.É atuante, versátil e cavador como se diz.Inclusive tentou enviar-me para uma missão a Noruega, mas acho que não consegui os recursos necessários. Como você vê….já estamos as vésperas de sua substituição e…e…..e…..Não há como organizar a Abraq com diretores em diversos cantos do País. Apontei os erros mas gostaria de sugerir para próxima coordenação:1- Cadastrar e conhecer os produtores e o que produzem; 2- Fazer-se presente na Câmara de Pesca e Aqüicultura cujo representante é o Deputado Federal Edson Andrino; 3- Organizar um plano de trabalho mínimo: Técnico e político. Digo mínimo para que se comece com alguma coisa; 4- Atuar vigorosamente junto aos órgãos legisladores para evitar abusos de cobranças e legislações infindáveis e sem muita razão,contra os aqüicultores, que antes mesmo de terem sua fazenda aquática já são tachados pelo uso das águas; 5- Ter delegados Regionais que possam levar a Diretoria em reuniões mensais via Internet as reivindicações dos produtores. Poderia ser inclusive as associações estaduais (que teriam que se organizar também); 6- Definir para que é o Simbraq. É um encontro social? Um encontro de técnicos, de produtores ou de pesquisadores?; 7- Reclamar para si, verbas que sejam alocadas no orçamento da união através de legítimos representantes da aqüicultura de cada estado do Brasil na Câmara Federal; 8-Se integrar aos laboratórios existentes e órgãos representativos para auxiliá-los; 9- Ter uma administração de pessoas de um mesmo estado e se possível da mesma cidade. Bom, estas são apenas sugestões: Dizia meu amigo Eduardo Andrade Vieira, quando Ministro da Agricultura: enquanto a Abraq não tiver um número expressivo de associados que possam intimidar os políticos – NADA acontecerá. Já faz algum tempo mas ele parece que estava certo. Quanto ao Simbraq, não discuto se estará bom ou não. O pessoal que está organizando tem tentado. Mas sei que será difícil com tão pouco tempo para organizar isto. Um abraço a todos da Lista, Poli