Peixe pangasius começa a ser cultivado em escola

Criação está sendo em parceria com piscicultura de Santa Fé do Sul


A Escola Técnica Estadual (Etec) Padre José Nunes Dias, de Monte Aprazível, está produzindo o peixe pangasius em cativeiro. O objetivo do projeto desenvolvido por alunos e professores em parceria com a iniciativa privada é fornecer alevinos para piscicultores da região de Rio Preto. A expectativa é de que haja impacto positivo no mercado brasileiro da piscicultura nos próximos anos.

Em 2016, o Estado de São Paulo foi o primeiro a conseguir autorização e regulamentação para a criação da espécie em tanque escavado no Brasil. O pangasius é muito comum no sudeste asiático, especialmente na Tailândia e no Vietnã. “Além dos objetivos didáticos, de formar alunos atualizados em relação ao mercado, pretendemos ajudar a baixar o custo e aumentar a eficiência da aquicultura brasileira”, afirmou o professor José Ângelo Esteves, um dos responsáveis pelo projeto.

O peixe está sendo cultivado em um tanque exclusivo de mil metros quadrados na Etec. Além da produção dos filhotes, a pesquisa envolve nutrição e engorda dos peixes. Os alunos dos cursos técnicos de agropecuária e meio ambiente estão envolvidos nos processos desde a reprodução até a comercialização do alimento. Os primeiros 60 reprodutores foram doados pela piscicultura Peixe Vivo, de Santa Fé do Sul. A espécie leve de dois a três anos para ter a reprodução eficiente.

A partir do início do período reprodutivo do pangasius, a Etec começará a fornecer alevinos para os piscicultores da região, oferecendo um diferencial no mercado. “Praticamos preço de mercado e abaixo também, para que o retorno financeiro dê continuidade ao projeto. A maior parte dos piscicultores que trabalha com os peixes nativos tem o peixe como uma renda extra dentro da propriedade alagada,” diz.

O projeto com reprodução de espécies nativas foi iniciado no final dos anos 1980 pela Etec. Atualmente, são produzidas cerca de 15 toneladas. Segundo Esteves, a instituição espera que o número salte de 80 a 100 toneladas por hectare, o que deve atrair investidores da área. “O peixe tem um filé sem espinha, o que chama atenção. Ao ser produzido no Brasil, a tendência é que a qualidade melhore, já que vem congelado.”

Segundo o professor, um diferencial do pangasius está no fato de que é um peixe mais barato que outras espécies, especialmente da tilápia, que tem enorme aceitação entre os consumidores brasileiros. “Um dos atrativos do panga é justamente o preço acessível de peixe, podendo alcançar todas as classes sociais”, disse. O pangasius tem carne branca, sabor suave, textura firme e também não tem espinhos.

Para Emerson Esteves, presidente da Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Peixe-SP) e proprietário da Peixe Vivo, a produção desse tipo de pescado deve dar um salto. “A Etec possui muito conhecimento na criação de espécies nativas e exóticas. Além do filé, que hoje é importado, os piscicultores vão poder lucrar com a produção de ração a partir da carcaça do peixe.”

(colaborou Larissa Lima)

Fonte: Diário da Região
https://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2018/06/economia/agronegocio/1111110-peixe-pangasius-comeca-a-ser-cultivado-em-escola.html