Os pesque-pagues paulistas multiplicaram-se rapidamente de uma hora para outra. Com o epicentro na Grande São Paulo, o boom se espalhou pelo resto do estado e ainda repercute pelo resto do pais.
Luiz Ayroza do Instituto de Pesca – SP, afirma já ter cadastrado 550 pesqueiros em funcionamento, só no estado. Entretanto, no recente seminário da ABRACOA “Pesque-pague, uma alternativa comercial para a piscicultura”, todos pareciam concordar que esse número já esteja acima de 1.000.
Como o tamanho médio dos viveiros dos pesqueiros paulistas é de 13.300 m2 (1,33 ha), segundo afirmou João Scorvo Filho do IPesca, podemos afirmar com poucas chances de erro, que o estado de São Paulo conta hoje com aproximadamente 1.330 ha de viveiros destinados a pesca esportiva, para deleite dos pescadores esportivos e dos aqüicultores, que andam animados com esse novo filão de mercado que, para Ayroza, já absorve de 70 a 85% dos peixes engordados nas pisciculturas paulistas.
É impossível prever a extensão desse crescimento bem como saber com precisão quais os contornos que esse mercado terá nos próximos anos. Há, entretanto, um consenso a respeito do rigor da peneira pela qual passarão esses empreendimentos. Todos são unânimes em afirmar que, muito em breve, só estarão em funcionamento aqueles empreendimentos movidos pelo toque do profissionalismo, tanto na arte de acolher os pescadores, como no manejo correto dos peixes.
Saber comprar, transportar, receber e, na rotina diária, manejar corretamente os peixes, são tarefas determinantes para o sucesso dos pesqueiros. Para Mauro Nakata, dono do Pesqueiro Pantanosso, um dos mais conhecidos e freqüentados no estado, o perfeito entrosamento entre os empresários de pesque-pague com os piscicultores, determinará o sucesso da atividade. Ressalta que o piscicultor deve conhecer melhor as necessidades dos pesqueiros para que o atendimento seja cada vez mais profissional e lucrativo para ambas as partes. Para Mauro, esse profissionalismo será sempre reconhecido pelos freqüentadores, que perceberão o diferencial no aumento da esportividade dos peixes.
Manejos perigosos
Dentre os erros que mais incorrem os piscicultores, destaca-se a oferta de determinados peixes em épocas inadequadas e, um dos mais conhecidos exemplos, é o manejo dos peixes redondos, como são conhecidos os pacus, tambaquis e tambacus, nos dias e períodos frios.
Nesses dias, a perda de escamas, muco e os ferimentos decorrentes do manuseio de despesca e do transporte, abrem as portas para a entrada de organismos patógenos. Os peixes ficam suscetíveis a fungos, bactérias e acabam por morrer. Os prejuízos, que nestes casos podem ser muito grandes, dividem as opiniões de piscicultores, transportadores e donos de pesqueiros, sendo que todos, de igual forma, devem ser responsabilizados por desconhecerem a simples recomendação de não manusear peixes redondos no inverno.
Dicas
Algumas informações importantes voltadas, principalmente para os piscicultores que desejam se especializar mais para atender os pesqueiros, foram compiladas sob a forma de tabela e são apresentadas a seguir. São informações básicas fornecidas por Mauro Nakata com as margens de segurança para um bom manuseio de despesca e transporte de peixes que evitarão contratempos desnecessários.