Faltou pouco para o cultivo do bacalhau decolar na Noruega

Hoje amanheci em Ålesund, uma cidade litorânea distante 40 minutos de vôo de Trondheim. Pela manhã visitei, junto com uma comitiva que incluía Jorge Seif, Secretário de Aquicultura e Pesca do MAPA, uma das maiores empresas processadoras de salmão. E, pela tarde, visitamos as instalações da Nils Sperre, gigante processadora de boa parte do bacalhau que chega à mesa dos brasileiros. 


Por: Jomar Carvalho Filho
Editor da revista Panorama da AQÜICULTURA

Mas o que tem a ver o bacalhau com a aquicultura? Entre as muitas importantes informações que pude apurar, destaco um evento que aconteceu há cerca de 10 anos. Na ocasião o governo norueguês reduziu drasticamente as cotas de captura do bacalhau. A indústria do salmão, percebendo a boa oportunidade, passou a investir também no cultivo desse peixe.

Muitos ganhos tecnológicos foram obtidos de forma muito rápida. Em pouco tempo, muitos peixes já começavam a ser despescados dos tanques-rede fundeados nas águas no norte da Noruega. E os primeiros resultados mostraram que, com mais investimentos, o caminho escolhido estava correto.

Entretanto, ninguém esperava a rápida resposta dos estoques naturais que estavam protegidos. De forma surpreendente um bom volume de bacalhau capturado aumentou de forma significativa. Isso derrubou os preços e jogou pro lado o bacalhau cultivado.

Nesse cenário, muitos produtores redirecionaram novamente os seus investimento para o salmão. Os estoques naturais de bacalhau se mantêm estáveis, bem manejados, fato que desestimula a retomada do cultivo do bacalhau.

Ademais, dizem os processadores de bacalhau, que o sabor do bacalhau cultivado é diferente do da pesca, sendo também inadequado para o processamento pois não desidrata da mesma forma quando em contato com o sal. Vai saber!

Abaixo, o vídeo que preparei dessa visita!