Desde outubro de 2004 o Instituto de Pesca de São Paulo vem desenvolvendo um projeto em parceria com o Centro de Aqüicultura da UNESP – CAUNESP, em Jaboticabal, sobre o uso de probióticos incorporados à dieta de rãs-touro (Rana catesbeiana). O projeto, que conta ainda com o apoio da empresa goiana RANAJAX e da Cooperativa CAAT, de Atibaia – SP, é também alvo de duas dissertações de mestrado.
Os probióticos pertencem a uma classe de aditivos alimentares, que são compostos por microorganismos vivos, em estado de latência, que afetam beneficamente o desenvolvimento dos animais por propiciar-lhes um balanço microbiano gastrointestinal desejável. A maioria dos probióticos são produtos preparados com as bactérias Lactobaccillus acidophillus, Streptococcus faecium, Bacillus subtilis e, em alguns casos, leveduras.
Foram realizadas pesquisas para verificar quais probióticos estavam no mercado e quais desses estavam sendo utilizados na aqüicultura. Sendo assim, a equipe escolheu três probióticos com os seguintes princípios ativos: P1 – Bacillus subtilis; P2 – Lactobacillus acidofillus, Bifidobacterium bifidum e Enterococcus faecium e, P3 – Lactobacillus acidofillus, Bacillus subtilis, Lactobacillus lactis.
O objetivo geral da pesquisa é avaliar a influência do uso de probióticos sobre o desenvolvimento (ganho de peso e sobrevivência) de rãs-touro nas fases de girinagem e engorda. Pretende-se também determinar a dosagem do produto que possibilita a melhor relação custo/benefício, estabelecendo seu potencial para a espécie estudada, além de analisar os possíveis efeitos estimulantes do sistema imune dos animais.
Segundo a pesquisadora Cláudia Maris, coordenadora do projeto, os resultados preliminares obtidos não mostraram influência dos probióticos no ganho de peso em nenhuma das duas fases, interferindo, no entanto, favoravelmente na sobrevivência, principalmente de rãs em engorda. A intenção da equipe é diminuir a mortalidade das rãs ao longo de seu ciclo de vida, já que a mortalidade nas criações é elevada. O aumento da sobrevivência de girinos e de animais em fase de engorda, reflete diretamente na lucratividade dos produtores. Pelos testes preliminares, Cláudia conclui que os animais que receberam ração associada a probióticos foram protegidos de alguma forma, questão que a continuidade da pesquisa poderá esclarecer.