Por:
Jomar Carvalho Filho
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Revista Panorama da AQÜICULTURA
Em 2016, segundo dados da Pesquisa Agropecuária Municipal, realizada anualmente pelo IBGE, a aquicultura brasileira produziu, entre peixes, camarões, ostras, mexilhões e vieiras, um total de 580.070 toneladas de pescado, avaliadas em R$ 4,2 bilhões. A maior parte desse valor (77,32%) é oriunda da criação de peixes, seguida da criação de camarões (21,5%) e moluscos (1,62%).
A criação de peixes de água doce totalizou 507.122 toneladas, avaliadas em R$ 3,26 bilhões, um crescimento de 4,94% em volume e 1,88% em valor, se comparado com o ano de 2015. Impactada pelo vírus da Mancha Branca, a produção de camarões foi de 52.119 toneladas avaliadas em R$ 888.9 milhões, uma queda de 26,09% em volume e de apenas 2,37% em valor, em relação a 2015. A malacocultura – produção de ostras, vieiras e mexilhões – registrou uma produção de 20.829 toneladas, avaliadas em R$ 68,4 milhões, uma queda de 1,12% em volume, que veio a se somar a queda de 4,5% já registrada na produção de 2015, e um aqueda de valor acentuada de 21,08% (Tabela 1).
No que se refere as formas jovens, os laboratórios que produzem as pós-larvas do camarão vannamei também sentiram o impacto do vírus da Mancha Branca, produzindo 12,6 milhões de milheiros, uma queda 26,01% com relação a 2015. Já os laboratórios produtores de alevinos de peixes de água doce produziram 1,13 milhões de milheiros, um aumento de 18,69% em relação a 2015. A produção de sementes de moluscos manteve-se estável com 66.7 mil milheiros produzidos, um aumento de 0,3% em relação ao ano anterior (Tabela 2).
A piscicultura continental em 2016
Segundo levantamento feito pelo IBGE, a produção total de peixes foi de 507,12 mil toneladas em 2016 e Rondônia manteve a primeira posição do ranking, com 90,64 mil toneladas, ou 17,9% da produção nacional, seguido do Paraná (76.064 toneladas), São Paulo (48.364 t), Mato Grosso (40.411 t) e Santa Catarina (34.706 t). Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá registraram as menores produções de peixes (Tabela 3).
A Região Norte produziu 149.745 toneladas de peixes ou 29,5% da produção nacional, seguida da Região Sul que produziu 125.461 toneladas (24,7%); da Região Sudeste que produziu 88.118 toneladas (17,3%); da Região Nordeste que produziu 79.958 toneladas (15,76%); e, da Região Centro Oeste que produziu 63.841 toneladas (12,5%). Com relação ao ano de 2015, a produção de peixes em 2016 cresceu nas Regiões Norte (1,4%), Sul (6,9%) e Sudeste (43,1%), e registrou quedas no Nordeste (7,8%) e Centro-Oeste (11,8%).
A principal espécie de peixes produzida no país foi a tilápia, com 239,09 mil toneladas, um aumento de 9,3% em relação a 2015. Este peixe representou 47,1% do total da piscicultura brasileira em 2016. (Tabela 4). O tambaqui foi o segundo peixe mais cultivado, com 136.992 toneladas produzidas em 2016, um aumento de apenas 0,84%. A produção dos híbridos tambacu e tambatinga ocupou a terceira posição com 44.948 toneladas, um crescimento de 20,04%.
Com relação a tilápia o Paraná liderou a produção com 69.924 t, seguido de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará (Tabela 5).
E com relação ao tambaqui, a produção foi liderada pelo Estado de Rondônia (69.625 t), seguidos de Amazonas, Maranhão, Roraima e Pará (Tabela 6).
A produção aquícola no ano de 2016, levantada pelo IBGE e divulgada em 28 de setembro de 2017, mostrou dados de produção bem diferentes daqueles apresentados pela Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), em seu Anuário de 2016, lançado em janeiro deste ano. Para a Peixe BR, o Brasil produziu 640.510 toneladas de peixes, um volume 26,30% superior ao apurado pelo IBGE.
Carcinicultura em 2016
A produção de camarão em 2016 foi de 52.119 toneladas, e teve redução de 26,09% em relação a 2015, causada pelo vírus da mancha branca, que atingiu as criações no Nordeste. No entanto, por conta dos preços favoráveis decorrentes da baixa oferta do produto, a queda em valor foi de apenas 2,37%. O Ceará continua na liderança e, ainda que o estado tenha registrado uma queda de 37,54% na produção, respondeu por 48,8% da produção do país, seguido pelo Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Sergipe (Tabela 7).
O município de Aracati (CE), mesmo com uma queda de 39,5% em relação a 2015, liderou a produção de camarão produzindo 7.6 mil toneladas. Os 10 municípios que lideraram a produção de camarão em 2016 podem ser vistos na Tabela 8.
A produção de pós-larvas em 2016 foi de 12,6 milhões de milheiros, e registrou uma queda de 26,1%. Canguaretama, no RN, foi o município que liderou a produção, seguido de Aracati (CE) e Touros (RN). Os 10 principais municípios produtores de pós-larvas de camarão estão na Tabela 9.
Malacocultura em 2016
Em 2016 a produção brasileira de ostras, vieiras e mexilhões foi de 20.828 toneladas, uma queda de 1,12% em relação ao ano anterior. Santa Catarina produziu 20.392 toneladas (97,9% da produção brasileira), seguida muito de longe por São Paulo (113 t), Rio de Janeiro (79 t), Paraná (68 t), Bahia (64 t) e Pará (41 t). Dos 10 principais municípios produtores, nove são catarinenses e Palhoça (SC) é o líder isolado, responsável por 65,7% da produção nacional (Tabela10).
Outros animais
A pesquisa identificou produção de outros animais da aquicultura em oito Unidades da Federação e 19 municípios. Essa produção foi referente à criação de rã, jacaré, siri e caranguejo com valor total de produção de R$ 2,53 milhões, representando um aumento de 12,0% em relação a 2015.