Sebrae e Embrapa têm participação importante na evolução do setor, segundo especialistas que promovem a 18ª Campanha Semana do Pescado.
A aquicultura teve o maior crescimento anual da cadeia de proteína animal no Brasil nos últimos anos. Até 2019, o setor cresceu entre 8% e 9%. E mesmo com a crise provocada pela pandemia da Covid-19 essa evolução ficou em 6%. Os números mostram a importância do segmento que chegou a 599,2 mil toneladas há dois anos, com um valor de produção total de R$ 4,7 bilhões, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
A profissionalização na produção de pescados é apontada pelo presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, como principal motivo para o desenvolvimento do setor no país. “A entrada de grandes empresas de outros segmentos da economia trouxe à aquicultura, dentre outros benefícios, a mecanização e automação de processos, além de uma nova visão estratégica na gestão dos negócios”.
Essa mudança, na visão de Ono, influenciou na qualidade dos produtos, que também ganhou atenção do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae e da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – Embrapa. “As duas instituições têm grande peso na evolução da cadeia produtiva da aquicultura no país”, diz o especialista.
Com o suporte do Sebrae, os pequenos produtores têm conseguido investir em tecnologias que ajudam a melhorar a gestão e a qualidade do peixe. “Há mais de 15 anos que o Sebrae tornou o setor rural como atividade relevante e seu empenho ao pequeno produtor tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor”, afirma Ono.
O executivo lembra que a atuação da Embrapa na Aquicultura é mais recente, com a criação da unidade de Pesca e Aquicultura em Palmas, no Tocantins. “A empresa trouxe um ganho excepcional para a atividade, graças ao trabalho de pesquisa e desenvolvimento em diferentes áreas”.
Já Roberto Kikuo Imai, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo e coordenador da 18ª edição da Semana do Pescado, analisa que a exportação é outro fator importante para a profissionalização e o aumento da qualidade dos produtos na aquicultura brasileira. “A exigência do mercado externo fez com que produtores, fornecedores e empresários buscassem um padrão internacional, necessário para manterem-se competitivos”, afirma. “Assim, o mercado interno também se beneficiou com a oferta de pescados de melhor qualidade”.
Imai destaca, ainda, que o peixe é um alimento rico em proteínas necessárias à saúde e pode ser consumido ao longo de todo o ano. “Temos pelo menos 200 espécies no Brasil e isso é uma grande vantagem, pois o consumidor pode escolher aquela que melhor cabe em seu orçamento. E isso também torna a Semana do Pescado um evento bastante democrático”, afirma.
Sobre a 18ª Semana do Pescado
Em sua 18ª edição, a Semana do Pescado vai acontecer de 1º e 15 de setembro de 2021. Com ações promocionais e eventos gastronômicos, a campanha é organizada pelo próprio setor produtivo, depois de ter sido criada pelo extinto Ministério da Pesca. Considerada a “segunda quaresma”, a campanha busca estimular o consumo de pescado no cardápio do brasileiro durante o ano todo.
Com o suporte de entidades e empresas parceiras, os organizadores da Semana do Pescado pretendem descentralizar as ações dos grandes centros de produção e consumo de pescado para atingir todas as cidades brasileiras. Os resultados de edições anteriores mostram um aumento entre 30% e 50% nas vendas no varejo no período da campanha.
A edição de 2021 tem entre os patrocinadores a Alaska Seafood Institute, Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA), Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura (CONEPE), Conselho Norueguês de Pesca, Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (SAPERJ), Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca no Estado do Ceará (SINDFRIO), Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá (SINDIPESCA), Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI) e Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo (SIPESP). Também tem o apoio do Ministério da Agricultura, com destaque para a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP/MAPA), do SEBRAE, da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL).
Mais informações: wwww.semanadopescado.com.br | @semanadopescado