Espécies da piscicultura brasileira são a principal atração
Por:
Nilton Eduardo Torres Rojas
Pesquisador Científico – Instituto de Pesca
[email protected]
Você conhece algum aquário para visitação pública no Brasil? Sabe citar três ou quatro aquários no Brasil? Em caso afirmativo, eles estariam conseguindo representar o país que possui as maiores bacias hidrográficas e a maior biodiversidade de organismos aquáticos do planeta? Como a grande maioria das pessoas nem sabe da existência deste tipo de lazer em sua cidade ou estado, o Instituto de Pesca de São Paulo está comemorando a reabertura do “Aquário Água Branca”, depois de uma reforma que durou 10 meses.
O Instituto de Pesca (www.pesca.sp.gov.br) localizado dentro do Parque Fernando Costa, uma importante área de lazer da cidade de São Paulo, possui além das instalações destinadas à realização de suas pesquisas, alguns espaços privilegiados para o desenvolvimento de atividades educacionais e culturais. Um desses espaços é o Aquário Água Branca, o único aquário de visitação pública do Município de São Paulo, o mais antigo do Estado e o segundo mais antigo do Brasil, cujo prédio construído na década de 30, é hoje, um bem tombado pelo patrimônio histórico por sua funcionalidade, beleza e arrojo arquitetônico.
Por sua importância, foram investidos na reforma do “Prédio Histórico do Aquário Água Branca”, R$ 40 mil vindos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, e mais R$ 30 mil vindos de recursos orçamentários do próprio Instituto de Pesca.
O Aquário teve sua área de exposição ampliada para exibir espécies de peixes de alto valor econômico para o agronegócio da aqüicultura e da pesca continentais. Estão em seus 30 aquários curimbatás, piracanjubas, piraputangas, tilápias, carpas (ornamentais, cabeça grande, capim e comum), matrinxãs, dourados, lambaris, piavas de três pintas, piaparas, peixes ornamentais, pirarucus, bagre africano e americano, pintados, cacharas, pacus, tambaquis, cascudos, traíras, piauçus, mandis, camarões e rãs.
Aberto para visitação até a década de 70, o Aquário Água Branca foi fechado, assim permanecendo por, aproximadamente, 25 anos. Em 1998, porém, o Instituto de Pesca conseguiu devolver o Aquário à população, sendo crescente o número de visitantes.
As melhorias no prédio, propiciarão uma ampliação no atendimento ao público e a implantação de novos projetos educativos e exposições. A meta inicial é atender, diariamente, duas escolas com 160 alunos, além de um público visitante de 5.000 pessoas semanalmente, totalizando 250.000 pessoas por ano.
Saiba mais: O Aquário foi reaberto ao público no dia 16 de outubro, no Parque Fernando Costa, também chamado Parque da Água Branca, e está localizado na zona oeste de São Paulo, metrô Barra Funda. O endereço é Avenida Francisco Matarazzo, 455, telefone: (11) 3871-7530. Funciona diariamente, das 9 às 17 horas. O ingresso custa R$ 2,00, isentando-se do pagamento as crianças até cinco anos, adultos maiores de 65 anos e escolas públicas. O Parque da Água Branca foi criado em 1905, numa época de forte desenvolvimento da agropecuária paulista, destinando-se exclusivamente a abrigar órgãos de pesquisa agropecuária e associações de criadores, assim como à realização de leilões e exposições de animais. Hoje, tornou-se um grande parque público com características tanto urbanas – abrigando grupos de teatro, dança, convivência da terceira idade, etc., quanto rurais – mantendo alguns animais criados em fazendas e uma vegetação composta por inúmeras espécies. Na década de 30 foi construído o prédio que abrigou o Museu de Caça e Pesca, atualmente o Aquário Água Branca. O estilo normando de sua edificação surpreende, ainda hoje, os arquitetos modernos por seu arrojo, beleza e funcionalidade. O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica que desenvolve projetos nas áreas de aqüicultura e pesca, com ênfase na obtenção de novos conhecimentos sobre estratégias e tecnologias destinadas à melhoria do agronegócio do pescado e da qualidade ambiental. Dispõe de espaços privilegiados, como o “Espaço Pesca e Aqüicultura”, que abriga o Aquário, e o Museu de Pesca situado na cidade de Santos, para o desenvolvimento de atividades culturais e educacionais direcionadas à popularização de conhecimentos científicos e tecnológicos. Curiosidades do Aquário: • O pirarucu, exposto no aquário foi salvo de uma churrasqueira e estava em depressão durante o período de reforma por não haver visitantes para brincar com ele; • O piau teve um divisor de ar atravessado entre a boca e a brânquia; • Alguns pintados já comeram termômetros dos pesquisadores; • Os pacus estão mantidos no aquário por mais de 10 anos. |