Tocantins sediará Embrapa Aquicultura e Sistemas Agrícolas livres da mancha branca e comemora avanços nas pesquisas

Será no Tocantins a sede da Embrapa Aquicultura e Sistemas Agrícolas, prevista como braço tecnológico do Ministério da Pesca e Aquicultura pelo decreto que criou pasta. A escolha pelo Estado se deve às vantagens geográficas que ele apresenta: está próximo aos biomas da Amazônia, do Nordeste e da região Centro-Oeste e dos milhares de hectares de águas interiores disponíveis no país. A nova unidade da Embrapa será construída com recursos do Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa – PAC Embrapa, estimados em R$12 milhões. A instituição deve começar a funcionar ainda este ano e outras unidades serão criadas para a pesquisa de espécies regionais. A expectativa é que até 2010 mais duas sejam instaladas, no Mato Grosso e no Maranhão.

 

A sede funcionará como um centro de referência para todo o país e articulará o setor, envolvendo os demais centros de pesquisa. A estrutura do órgão foi definida em agosto em reunião entre o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, o diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes, e o Secretário de Planejamento da Pesca e Aquicultura, José Claudenor Vermohlen. Ainda serão definidas as funções de cada unidade, a instância de decisão sobre as prioridades e como o Ministério da Pesca e Aquicultura participará dos processos de decisão.

Segundo Gregolin, o investimento em pesquisa nesta área trará benefícios para o país, que tem grande potencial para o pescado, e para o aquicultor, que terá mais renda. O ministro informa que a Embrapa Aquicultura e Sistemas Agrícolas terá o papel de desenvolver pesquisa em longo prazo com foco nas principais espécies brasileiras e que a instituição coordenará um programa nacional de desenvolvimento de pesquisa.

Reinhold Stephanes ressalta que a instituição articulará as tantas pesquisas desenvolvidas em diferentes regiões do país. “Vamos organizar esta rede nacional de pesquisa e trabalhar de forma regionalizada, já que a nossa produção pesqueira tem características próprias dependendo da região. Temos, por exemplo, o pintado no Centro-Oeste, o pirarucu na Amazônia e a tilápia, que pode ser produzida em todo o país”, Stephanes adianta.

O diretor-presidente da Embrapa aposta em pesquisas para o cultivo de organismos de água doce. “O Brasil tem peixes fantásticos que não existem em nenhum lugar do mundo. O pirarucu é um deles. Existe uma imensa demanda global de pescado e podemos realmente nos tornar referência na área”, Arraes considera. Com o crescimento da produção, o pescado brasileiro será destinado também ao mercado interno. Atualmente, os brasileiros consomem, em média, apenas 7 Kg de peixe por ano – a Organização Mundial da Saúde recomenda consumo individual de 12 Kg por ano.

Recursos Humanos

A Embrapa realizará concurso público para admitir os profissionais que trabalharão na unidade de Aquicultura e Sistemas Agrícolas, no Tocantins. Em 2006, a instituição assumiu o compromisso de contratar 50 funcionários via concurso público até 2010. Já foram contratados 29 e os demais ainda serão admitidos. Destes, dois terços serão pesquisadores e um terço será de servidores de apoio.