O casal de biólogos Gisele e Wilson London colhem os frutos da semente que plantaram em agosto 1984 quando iniciaram a Trutas da Serrinha, que lhes proporciona a única e boa fonte de seu sustento.
A truticultura é hoje a atividade aqüícola que mais cresce em nosso país. Este fato pode ser comprovado se observarmos, por exemplo, o interesse que existe por parte das fábricas de rações. Cinco delas se dedicam hoje a elaborar formulações de boa qualidade, específicas para trutas, além de outras que estão em fase de testes e breve estarão com seu produto neste tão promissor mercado.
Outra força que impulsiona a truticultura . brasileira certamente é a atuação da ABRA T, a associação que reune e estimula os truticultores brasileiros, que Gisele e Wilson ajudaram a fundar. A ABRA T é responsável pela maneira organizada com que evolui a truticultura brasileira e conta com um sistema eficiente de comercialização e marketing que torna a truta cada vez mais conhecida junto ao público consumidor, ampliando cada vez mais seu mercado.
Numa área de 3.000 m2 o casal de biólogos construiu 1.000 m2 de viveiros para trutas arco-íris Onchorhynchus mykiss e 500 m2 de tanques de decantação para que as partículas provenientes dos viveiros de engorda não retomem como poluentes para o rio Alambari – atenção de quem se preocupa com a conservação dos recursos naturais.
Nos meses de maio a agosto. Gisele e Wilson se dedicam a produção de alevinos. É neste momento que entra em funcionamento o seu simples e funcional laboratório.
Começam separando os reprodutores que somente neste período mais frio do ano se acham maduros. Iniciam então a retirada dos ovos das fêmeas e do sêmen dos machos para que seja feita a fecundação em laboratório.
É nas incubadeiras que os ovos e as larvas desenvolvem-se por um período de 3 meses até se transformarem em alevinos, aptos para irem para os tanques de engorda.
A alimentação é feita com rações específicas para a truta que é um peixe carnívoro sendo até capaz de alimentar-se de seus pares.
A medida que crescem os peixes que se desenvolvem mais rápida mente são separados dos demais e postos para crescer juntos. Isto evita o canibalismo e permite que se formem os primeiros lotes para o abate que se dá após 10 meses de engorda.
O abate é feito quando a truta .atinge 250300 g. Com uma tesoura faz-se um corte reto na barriga para retirada das vísceras. A cabeça fica, pois a truta é servida de corpo inteiro. O abatedouro da Trutas da Serrinha será brevemente reformado para se adequar mais ainda às normas do SIF. Um congelador de placas será também adquirido para garantir ainda mais a qualidade final do produto. Para 1992 Gisele e Wilson London esperam abater 1 7 toneladas e para isso contam com a ajuda de quatro funcionários, pois . além da venda direta aos consumidores da região de Resende e Penedo, há úm concorrido pesque-pague, para as delícias dos que gostam de “brigar” com o peixe antes de saborea-lo.
Nos dias 4 e 5 de abril próximo_ o casal de biólogos vai ministrar um curso de iniciação à truticultura lá mesmo na Serrinha do Alarribari . É uma rara oportunidade para conhecer bem de perto uma truticultura_ Serão discutidas as condições ideais para o cultivo, a construção de tanques, os custos para implantação, reprodução, manejo, processamento, comercialização e doenças. O curso será na Hotel Chácara Florence, onde os interessados poderão se hospedar, e as aulas práticas serão na Trutas da Serrinha. Informações pelos telefone 0243-543488 (telefonia rural) ou 021-551-0859.