Oscar Luiz Hennig, estudante de oceanografia da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro retornou recentemente da Austrália onde estagiou na Moreton Bay Prawn Farm próximo a Brisbane.
A fazenda conta com seis tanques de um hectare cada onde é realizada a criação intensiva de Penaeus monodon com densidade de até 35 indivíduos por metro quadrado. Empregam aeradores tipo paddle-wheel durante os quatro meses de engorda e, no último mês, ainda empregam aerador tipo Aire O2 por viveiro.
Para assegurar o bom funcionamento, a fazenda conta com quatro biólogos e um gerente administrativo. Isso garante a qualidade do produto final que são camarões marinhos com 20 e 30 gramas/unidade vendidos (cozido com cabeça e casca) diretamente ao público por US$ 13,50 e 15,00 respectivamente.
ENGORDA
A latitude das fazendas . australianas chamou atenção de Oscar por ser aproximadamente a mesma de Florianópolis.
Há apenas um período anual de despesca anual que se inicia em janeiro terminando em março, As fazendas fecham nos meses de maio a agosto. Assim a criação de P. monodon e P. japonicus se passa num período de _ a 6 meses. Na maioria são fazendas familiares de pequeno porte, com viveiros de até um hectare. A Moreton Bay Prawn .Farm produz cerca de 7 tlhãlano de P. monodon e 3t1ha/ano de P. japonicus. Para alcançar esta produtividade, uma ração de alta qualidade é importada da Tailândia.
LARVICULTURA
Oscar também estagiou na Gold Coast Marine Hatchery, o único laboratório fornecedor de p6slarvas do país que produziu em 1991 nada menos do que 40 milhões de pós-larvas.
Este laboratório, atualmente em expansão, mantem 19 viveiros de um hectare cada para engorda e matrizes. Com apenas 6 técnicos e um gerente, a estrutura produz principalmente pl’ s de P. monodon, além das espécies P. japonicus, P. esculentus e o ‘Barramundi’ (é um sea bass semelhante ao pargo). As pós-larvas dos camarões são comercializadas a US$ 0.02/ unidade.
Na opinião de Oscar Hennig, as condições de mercado na Austrália favorecem o desenvolvimento da aqüicultura. Entre elas estão a facilidade de aquisição de pl ‘s, a grande procura e o sistema simples de _comercialização com preços compensadores, fomentando o aparecimento de pequenos empreendimentos com média de 2,5 ha de área alagada para engorda de camarões. Além das espécies marinhas, a Austrália conta com uma fauna nativa de lagostas de água doce que estão sendo testadas em cultivo. A mais atraente é a Cherax quadricarcinatus devido a simplicidade de manejo, que dispensa a fase de larvicultura procriando naturalmente nos viveiros.
Neste momento Oscar está estudando e trabalhando os aspectos da viabilidade econômica para criação de camarões marinhos no Rio de Janeiro para sua monografia de término de curso.